”Rom 5: -10 – Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer.
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;”
Devendo ser imitadores de Deus, em conseqüência de sermos Seus filhos amados, e por termos, como crentes, o Seu amor derramado em nossos corações, por causa da habitação do Espírito Santo em nós, somos chamados e movidos pelo mesmo Espírito a amarmos também pessoas que sejam inimigas de Deus, tal como fomos também um dia, seus inimigos. Porque por natureza, toda e qualquer pessoa é inimiga de Deus.
A inimizade somente pode ser rompida pelo recebimento de uma nova natureza espiritual, celestial e divina, pela habitação e poder do Espírito Santo.
Somos então amigos de Deus, porque fomos reconciliados com Ele, aproximados dEle por meio da morte e do sangue de Jesus Cristo.
Se não fosse por tal amor, como poderiam pecadores e ímpios serem convertidos, como nós o fomos?
Foi principalmente para o propósito de salvar inimigos, que Deus instituiu a dispensação da graça, na qual vivemos, e pela qual tem sido longânime para com todos os pecadores, de modo que os que são eleitos, também pecadores e inicialmente inimigos da cruz, possam ser salvos.
Porque se não fosse por tal demonstração de misericórdia e graça, jamais poderiam ser salvos, uma vez estando debaixo da maldição e da ira de Deus.
Assim, apesar de haver uma misericórdia eletiva para a salvação, da parte de Deus, há também uma misericórdia, uma bondade e longanimidade que é demonstrada inclusive para com os não eleitos, enquanto durar a dispensação da graça.
Todavia, não podemos esquecer que há situações específicas, em que devemos agir com prudência e discernimento para não lançarmos pérolas a porcos, e também a evitar o homem faccioso, conforme determinação do apóstolo em Tito 3.10,11:
Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez,
pois sabes que tal pessoa está pervertida, e vive pecando, e por si mesma está condenada.
Veja que se fala em admoestação. E isto nos lembra de algo até mais além, porque nosso Senhor repreendeu severamente os escribas e fariseus, não como faz com seus filhos amados, mas com uma repreensão de juízo, por causa da hipocrisia deles.
Todavia, nem nisto se exclui o amor, porque admoestações e repreensões fazem parte do amor verdadeiro, e assim, não podemos esquecer que isto ajudou muitos escribas e fariseus a abraçarem posteriormente a fé que eles tanto haviam perseguido.
Não foi o caso do próprio apóstolo Paulo, que era fariseu antes da sua conversão?
Nosso Senhor chorou à vista de Jerusalém porque os judeus não haviam conhecido o tempo da visitação da Sua graça.
Ele sabia que a maioria deles permaneceria no endurecimento que havia sido profetizado especialmente por Isaías, e que seria rejeitado por eles, mas ficou comovido por tal endurecimento e chegou mesmo a chorar de compaixão por causa do juízo terrível que eles teriam que enfrentar por causa da sua incredulidade.
Que haja portanto em nós, o mesmo sentimento que houve e que ainda há em nosso Senhor Jesus Cristo.
E assim façamos o bem a todos os homens, e especialmente aos domésticos da fé, porque estes são amigos e não inimigos, como os demais.
Nunca devemos esquecer que a dispensação da graça é o tempo da paciência e da longanimidade de Deus.
Nosso Senhor Jesus cristo não teria negado alimentar com pães e peixes a fariseus e escribas famintos que se lhe opunham, caso estes viessem a ele em busca de alimento.
A norma bíblica, a ser cumprida de coração, no poder do Espírito é que não devemos negar comida a um inimigo que tenha fome, e nem água ao que tiver sede.
É agindo assim que cooperamos com o evangelho e ornamentamos a doutrina de Cristo com o nosso bom procedimento.
Pr Silvio Dutra