Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.
I Coríntios 15.19
O texto abaixo, sobre um diálogo interessante, proposto por um autor desconhecido, de dois gêmeos no ventre de uma mãe, me fez lembrar desse versículo.
No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:
– Tu acreditas na vida após o nascimento?
– Certamente que sim. Algo tem de haver depois de nascermos! Talvez estejamos aqui, principalmente, porque precisamos de nos preparar para o que seremos mais tarde.
– Tolice, não há vida após o nascimento. E se houvesse como seria ela? …
– Eu cá não sei, mas certamente haverá mais luz lá do que aqui… Talvez caminhemos com os nossos próprios pés e comamos com a boca.
– Isso é absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca é totalmente ridículo! O cordão umbilical alimenta-nos. Estou convencido de que a vida após o nascimento não existe, pois o cordão umbilical é muito curto!
– Olha, eu penso de outro modo. Penso que há algo depois do nascimento, talvez um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui…
– Mas nunca ninguém voltou de lá, para nos falar sobre isso!? O parto é o fim da vida. E a vida, afinal, nada mais é do que a angústia prolongada na escuridão.
– Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
– Mamãe? Tu acreditas na mamãe? E onde está ela?
– Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela é que nós vivemos. Sem ela nada disto existiria!
– Eu não acredito. Nunca vi nenhuma mamãe, pelo que não existe mamãe nenhuma!
– Eu acredito. E sabes porquê? Porque às vezes, quando estamos em silêncio, ouço-a cantar e sinto como ela afaga o nosso mundo. E também penso que a nossa vida só será “real” depois de termos nascido. Nesse momento tomará nova dimensão. Aqui, onde estamos agora, apenas estamos a preparar-nos para essa outra vida…
A esperança do mundo de hoje, inclusive cristãos, está cada vez mais pautada na posse, no poder, na soluções dos problemas imediatos. Um cordão umbilical, ligado às coisas materiais, nos faz pensar que é aqui que temos de ficar e permanecer. Somos, querendo ou não, sustentados pelo Senhor soberano. É Ele que nos permite aqui vivermos, que proporciona as coisas necessárias para que nossa vida aqui exista. Embora pensemos que isto aqui seja realmente a vida, não passa de aflições e agonias permanentes, as alegrias são passageiras. Se pararmos para pensar como está realmente o mundo.
Se deixássemos de olhar somente para o nosso eu e víssemos o que se passa com o nosso próximo, veríamos que neste mundo só temos aflições, com nos lembrou Jesus. O que temos proposto para nós é algo muito mais sublime, sem tristeza, desespero, amargura. O apóstolo Paulo manifestou sua esperança assim: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Romanos 8.18). Esta glória esta reservada àqueles que esperam em Cristo; “Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo” (Efésios 1.12).
Jesus pagou o preço por nós numa cruz, sofrendo a mais vil das torturas, que para nós era reservada. No entanto Jesus passou pelo que passou, todo aquele sofrimento para nos garantir a Vida, não a que temos neste mundo, injusta, sôfrega, mas a Vida Abundante, a Vida Eterna. Aqui tudo é passageiro e sujeito ao fim.
Se só pensamos em nós, no nosso sofrimento, no nosso bem estar próprio, fazemos Jesus sofrer mais do que sofreu naquela cruz. Ele espera que pensemos no sofrimento do próximo, no bem estar dos outros, mesmo que tenhamos que sofrer para que isto aconteça, mesmo que tenhamos de padecer afronta aqui na terra. Para nós está reservada uma Vida Verdadeira, plena. “Vinde benditos de meu Pai… quando fizeste a um destes pequeninos a mim o fizeste.” (
Esta é a verdadeira bênção que Deus quer derramar em nós.
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