A palavra ateísmo, em seus vários campos, é de difícil definição, porém na sua etimologia a palavra vem do grego a (não) e theos (deus), ou seja, é a descrença em deuses ou deus, e também a descrença ou negação de qualquer realidade sobrenatural.
Na história, o ateu é aquele que não acredita no Deus ou deuses adorados(s) na cultura.
Os primeiros cristãos eram chamados de ateus, pois recusavam servir ao Voiruc (‘Senhor’, pois o imperador da época era proferido e adorado como tal), aos deuses pagãos e ao deus unitário judaico (inclusive houve muita perseguição por isso).
Atualmente há uma nova onda ateísta em formação. Ateus que não somente negam a existência de Deus, mas também pregam que toda e qualquer tipo de religião e fé deve ser abolida, ridicularizada e exterminada. Freud dizia que “o surgimento da religião é a neurose das massas”. Esta análise tem se aprofundado, e para esses novos ateus, toda a pobreza e males da humanidade são causados pela fé em Deus e por isso devem aniquilar toda e qualquer fé da raça humana. Chocante, não? A Bíblia, porém, nos ensina que nunca haverá um tempo, antes da volta de Cristo, em que todas as pessoas honrarão a Deus como supremo (2 Ts 1.6-10).
Para um debate contra estes “pseudointelectuais” ateus, existem vários argumentos que defendem a existência de um Deus, esses são defendidos e explanados por vários pensadores cristãos. Podemos citar alguns:
-Tomás de Aquino propôs o “O Argumento Cosmológico”, no qual ele diz que todo efeito tem uma causa. Não pode haver uma regressão infinita de causas finitas. Portanto deve haver uma causa não causada ou um ser necessário, que é Deus.
-O Argumento da Perfeição, de Tomás de Aquino, diz que é observada no universo a existência de uma pirâmide de seres (desde insetos até seres humanos) em grau sempre crescente de perfeição. Deve existir um ser final que é absolutamente perfeito, a fonte de toda perfeição.
-Agostinho, João Calvino e Charles Hodge foram proponentes do argumento de que “Deus é uma Ideia Inata”. Toda pessoa normal nasce com uma ideia de Deus na mente. À medida em que se cresce, essa ideia amadurece. Experiências críticas podem despertá-la com mais firmeza.
Mas todos esses argumentos, e vários outros que não citei, não chegam a ter relevância enquanto a igreja de Cristo também não tiver!
Passamos muito tempo argumentando que apenas necessitávamos aprender da Palavra (o que não deixa de ser verdade) e todo o resto “nos seria acrescentado” e, talvez por isso, não tenhamos hoje tantos pensadores de vanguarda no cenário mundial, salvo algumas exceções como o Dr Collins, William Lane Craig e, no Brasil, o Rev. Augustus Nicodemus, e por isso estamos fora dos debates importantes que estão acontecendo em nossa sociedade. Mas o que mais me preocupa não é a nova onda ateísta/científica contra os cristãos, e sim a falta de preparo dos seguidores de Cristo quando se deparam com essas questões.
E temos um ateísmo mais danoso ainda, dentro de nossas igrejas: o “ateísmo cristão”. O rev. Augustus Nicodemus afirma em seu livro “O ateísmo cristão e outras ameaças à Igreja”:
“Existe no meio evangélico tanta insensatez, falta de sabedoria, superstição, coisas ridículas que acabamos dando aos inimigos de Cristo um chicote para nos baterem. Somos ridicularizados, desprezados, nos tornamos motivo de escárnio, não porque pregamos Cristo crucificado, mas pelas sandices, tolices e bobagens, todas feitas em nome de Jesus Cristo(…) Eu sei que o mundo sempre vai zombar dos crentes, mas que esta zombaria, como queria Paulo, seja o resultado da pregação da cruz, da proclamação das verdades do evangelho, e não o fruto de nossa insensatez.”
Precisamos estar presentes na sociedade demonstrando no amor e em atos que realmente somos cristãos, apontando para Cristo em nossas atitudes e pensamentos, mostrando que a igreja não veio para “ser o ópio das massas” e sim para prover ajuda ao perdido e fazer diferença sobre a Terra. Quando esse dia chegar, toda e qualquer argumentação será desnecessária.