Foi porventura um propósito fixado pelo apóstolo Paulo para a sua vida ministerial, ficar preso por tanto tempo, por cerca de pelo menos seis anos, em cerca de quatro ocasiões diferentes; o ter sido afligido por cento e nove e seis açoitadas por causa da pregação do Evangelho; ter passado frio, fome, e sofrido tantos naufrágios?
Certamente nada disto era do propósito do apóstolo, mas sem nenhuma dúvida era propósito de Deus que Ele passasse por todas essas provações, conforme lhas revelava antes que viessem sobre ele, para que estivesse preparado em sua mente para enfrentá-las com fé e paciência cristã. Os fracassos e insucessos de Paulo deram espaço para que houvesse o sucesso de Cristo e do Evangelho através de Sua vida tão atribulada e sofrida.
E por ter entendido perfeitamente este caminho estranho de Deus, tão diferente dos nossos caminhos, e de Seu pensamento tão mais elevado do que os nossos pensamentos, que Paulo chegou até mesmo a ter prazer em todas as suas necessidades, perseguições, fraquezas, porque quando era fraco então era forte para o cumprimento do propósito de Deus através dele.
Assim também nós, quando nossos empreendimentos parecem estar fracassando, quando os que nos seguiam parecem nos ter abandonado, quando o que falamos, escrevemos e fazemos é duramente rejeitado, tudo isto está cooperando para o nosso aperfeiçoamento, por aprendermos a sermos humildes, mansos, pacientes, sofredores, esvaziados de nós mesmos e da busca de qualquer glória pessoal, e assim Deus pode cumprir todo o Seu elevado propósito em relação ao uso de nossas vidas para serem úteis e proveitosas naquilo que Lhe apraz.
“ De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas. Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve. E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” – 2 Coríntios 12:5-10