Muitos pensam que Deus errou ao ter criado o homem, porque a perfeição moral original que existiu no primeiro casal foi perdida, e a maior parte da humanidade tem sempre sido desobediente a Deus e aos Seus mandamentos.
Como um Deus perfeito e Todo-Poderoso criaria seres que poderiam vir a se tornar imperfeitos?
Primeiro os anjos que caíram juntamente com Satanás, transformando-se em demônios, e depois o homem na terra, que passou a ser pecador.
Todavia, a queda no pecado, que conduz a um viver contrário ao de Deus, e à não subordinação à Sua vontade, comprova, por si só, que o Criador deu à criatura moral a liberdade de escolher o seu destino, de imitá-lO ou não, de amá-lO ou não, de servi-lO ou o contrário, enfim, de caminhar rumo à perfeição, ou à destruição.
No que tange à humanidade, que foi totalmente encerrada no pecado, isto ensejou que Deus pudesse manifestar a grandeza do Seu amor, misericórdia e perdão, que tem estendido a todos, sem qualquer exceção, que se arrependem desta condição de escravidão ao pecado, para serem libertados e reconciliados com Ele por meio da fé em Jesus.
O amor e a misericórdia de Deus não são meros sentimentos de empatia e compaixão por seres que se tornaram de nenhum valor para ele, e que viviam somente para os seus próprios prazeres egoístas, indiferentes à Sua Pessoa e vontade, e agindo como seus inimigos.
A extensão disto não pode ser avaliada por nenhum de nós, senão somente pelo próprio Senhor, cujo julgamento e conhecimento do estado do nosso coração são perfeitos.
Contudo, podemos deduzir por nossos sentimentos, imaginações, ações e pensamentos o quanto estamos longe da santidade, bondade, amor, misericórdia, justiça e todos os demais atributos infinitos e perfeitos de Deus, o quão distante estamos de ser aquilo que Ele é em Sua própria natureza.
Desde que o pecado entrou no mundo todos os homens ficaram desprovidos da graça de Deus.
Esta é a razão de estarem caídos diante dEle.
Somente pela graça de Jesus é que poderão ser levantados e permanecerem firmes em Sua presença pela mesma graça que os levantou.
Mas tendo encerrado a todos debaixo da desobediência, Deus revelou qual era o Seu propósito de usar de misericórdia com todos, e demonstrou fartamente tanto a anjos quanto a homens o quanto é um Deus misericordioso.
Ele demonstrou com isto que não é bom somente para com aqueles que são perfeitos como Ele, mas para com todos os que desejam obedecer-Lhe, fazer Sua vontade e viver para Ele, ou seja, viverem segundo o propósito para o qual foram criados.
Vemos portanto que não houve qualquer falha em Deus ou no Seu plano eterno de criar o homem para ser conforme à Sua própria imagem e semelhança.
Os que não buscam isto não frustram o plano da criação, porque Deus sabia desde o princípio que entre seres criados para serem livres, não seriam poucos os que escolheriam viver em escravidão à própria vontade e à dos inimigos da santidade de Deus.
Por outro lado, sabia também que seriam muitos, conforme se declara na Bíblia, que seriam pela verdade eterna que foi manifestada na pessoa de Jesus.