Cristão, olhe para trás através de toda a tua experiência, e pense na maneira pela qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto, e como ele tem te alimentado e te vestido todos os dias – como ele tem suportado os teus maus costumes – como ele tem posto de lado todas as tuas murmurações, e todos os teus anseios pelas panelas de carne do Egito – como ele abriu a rocha para te suprir, e te alimentou com o maná que desceu do céu.
Pense em como sua graça tem sido suficiente para ti em todos os teus problemas – como o seu sangue tem sido um perdão para ti em todos os teus pecados – como a sua vara e o seu cajado têm te confortado. Então quando tens olhado para trás quanto ao amor do Senhor, tenha fé quanto ao seu amor no futuro, para lembrar que a aliança e o sangue de Cristo têm algo mais neles do que o passado.
Aquele que te amou e te perdoou, nunca deixará de amar e perdoar. Ele é o Alfa, e ele é o Omega também: ele é o primeiro, e ele é o último. Portanto, lembra-te, quando passares pelo vale da sombra da morte, não precisas temer mal algum, porque ele é contigo. Quando atravessares as frias correntezas do rio Jordão, não precisas temer, pois a morte não pode te separar do seu amor, e quando chegares aos mistérios da eternidade não necessitas tremer:
“Porque eu estou bem certo de que nem a morte; nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8: 38-39)
Agora, alma, não está o teu amor refrigerado? Isso não te faz amar Jesus? Porventura não faz o voo através das planícies ilimitadas do éter do amor inflamar o teu coração e te compele a deleitar-te no Senhor teu Deus? Certamente, quando meditamos sobre “o amor do Senhor”, nossos corações ardem dentro de nós, e muito mais o amamos.
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.