Na maior parte dos textos do Novo Testamento em que encontramos a palavra “perfeição”, esta não significa que alcançaremos enquanto neste mundo, uma perfeição moral isenta de qualquer tipo de fraqueza ou pecado.
Todavia, todos os textos, inclusive os citados insinuam a noção de que estamos a caminho disto se estamos em Cristo; e, este aperfeiçoamento é iniciado aqui e há de ser completado finalmente no porvir.
Há de fato um amadurecimento espiritual que pode e deve ser alcançado em nossa jornada terrena, e que por vezes é chamado no texto bíblico de perfeição, mas, como já dissemos; isto não significa aquele completo amadurecimento que teremos somente por ocasião da volta de Jesus.
Deus tem iniciado em nossa conversão em Cristo, uma obra de aperfeiçoamento que atingirá seu estado final glorioso, quando Ele der a última pincelada no quadro espiritual que está criando; não somente em nós individualmente falando, como também quanto à perfeição de todo o corpo espiritual do qual Cristo é a cabeça.
Compete a cada um de nós cooperar com este trabalho de aperfeiçoamento (desenvolvimento) da nossa salvação, com o trabalho que é realizado pelo Espírito Santo, sujeitando-nos à Sua direção, instrução e poder.
É na justa cooperação de cada um dos membros do corpo de Cristo, que este aperfeiçoamento é realizado pelo Espírito. Daí a importância de que os crentes congreguem em comunhão com os santos, conforme é da vontade de Deus para eles.
Para o propósito deste aperfeiçoamento é requerida a renovação da nossa mente, e conhecimento da completa vontade de Deus (Rom 12.2).
Todavia, todo o nosso conhecimento e capacitação em Deus será sempre parcial enquanto aqui estivermos, mas o que é parcial será aniquilado quando chegarmos ao estado de perfeição absoluta no porvir (I Cor 13.10).
Conforme nos ensina o apóstolo Tiago, necessitamos ser pacientes e perseverantes nas tribulações, de maneira a permitir que seja atingido o pleno propósito de Deus em aperfeiçoar a nossa vida através de tal instrumentalidade das provações (Tiago 1.4).
Por tudo o que é afirmado nas Escrituras em relação a este assunto, podemos entender que a obra de Deus em nossas vidas não é algo transicional, em obtenções de bênçãos esparsas, mas um constante crescimento no conhecimento de Jesus e da graça, até que atinjamos a estatura de varão perfeito.
O próprio primeiro advento de Jesus teve este propósito de completar o que Deus havia iniciado no Velho Testamento. Daí se dizer em variadas passagens do Novo Testamento, que Ele veio cumprir o que havia sido prometido por Deus, através dos profetas do Velho Testamento. O Senhor estava plenamente consciente e imbuído da necessidade de consumar a obra que Lhe havia sido designada pelo Pai para ser cumprida.
O mesmo está ocorrendo com todos os crentes neste mundo. Eles são cooperadores na lavoura de Deus até o dia da grande ceifa. Há uma obra em curso no mundo e em suas próprias vidas, até que seja cumprido o desígnio final do Senhor por ocasião do Seu segundo advento.
Vemos assim, que devemos discernir este propósito divino que é também o propósito de nossa vida, e de tudo o que fazemos.
Por isso, o apóstolo afirma que se faz necessário que conheçamos qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, ou seja, qual é o Seu plano geral e particular para a humanidade e para a glória de Cristo.
Pr Silvio Dutra