Quando se perde o espírito de contrição, o coração quebrantado pelo pecado, corremos o risco iminente de nos tornarmos mundanos, fanfarrões, insensíveis à iniquidade.
A vida cristã normal não consiste em se estar sempre alegre, com aquele tipo de alegria da carne, que se funda em coisas vãs, inúteis, passageiras, e não na justiça e verdade evangélicas.
Todavia, como é isto, o que a sociedade moderna sinaliza como sendo o grande propósito da vida, não são poucos os cristãos que se iludem entrando por este caminho, que lhes impede de alcançarem um coração quebrantado perante Deus, pelo conhecimento do quanto o Espírito Santo se entristece com este modo de viver banal e vão.
Não é sem motivo que Deus, em sua sabedoria infinita, interpôs as tribulações no nosso viver, para que possamos entender que não nos encontramos em nenhum parque de diversões eterno neste mundo, e que também não seria nisto que consistiria a bem-aventurança, enquanto aqui estivermos, porque nosso Senhor afirma que são bem-aventurados os que choram pelo pecado, ou seja, os que se entristecem, lamentam e suspiram por causa do pecado que há em si mesmos e no mundo.
A grande e verdadeira, e duradoura alegria consiste em se ter a presença de Deus na vida, mas não se pode ter isto enquanto não tivermos um coração quebrantado, porque Ele mesmo afirma:
“Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e humilde de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos.” (Isaías 57.15)