A alegria a que nos referimos não é aquela que é decorrente de satisfação de desejos e paixões carnais, mas a alegria que é acompanhada pela vida e paz resultantes da ação do Espírito Santo em nós, quanto mortificamos estes desejos e paixões e em consequência temos comunhão com Deus em espírito, Rom 8.6-13, comunhão esta que quando manifestada de modo prático e real nos eleva a esta condição da mais pura alegria e exultação espiritual, que não pode ser explicada com palavras, de tão diferente que é de todo e qualquer outro sentimento ou emoção que possamos experimentar neste mundo, uma vez que isto procede do céu e não da nossa natureza terrena.
É comum experimentar esta alegria espiritual especialmente quando o poder do Espírito Santo se manifesta na comunhão dos santos no culto de adoração pública, e que nos conduz a orar e a louvar a Deus no Espírito.
Assim, o espírito de oração e de adoração é despertado em nós quando ficamos cheios do Espírito Santo. É ele quem gera portanto, a alegria a que nos referimos.
Uma característica desta alegria espiritual, uma vez despertada e manifestada, é que ela permanece aquecendo os nossos corações e nos impulsionando a louvar a Deus, por horas e até mesmo dias depois de a termos experimentado.
Nada pode roubar esta alegria porque não é propriamente nossa, mas produzida pelo poder do Espírito Santo. E esta se traduz em espírito de gratidão e louvor a Jesus Cristo, por estarmos nele, e ele em nós.
Quando somos ordenados na Bíblia a nos alegrarmos sempre no Senhor Jesus Cristo, é isto que se tem em vista, e não propriamente uma alegria natural resultante de nós mesmos.
Sendo espiritual, esta alegria pode ser experimentada até mesmo em meio às nossas provações. Este é o motivo de podermos encontrar servos de Deus se alegrando nele ainda que em meio às enfermidades mais severas. O Senhor lhes fortalece e conforta com esta alegria e paz que são o efeito da manifestação da sua própria presença divina em nós.
Foi isto o que o profeta Habacuque experimentou em meio à sua grande aflição e que ele pôde manifestar num cântico de louvor e exultação no Senhor, no final do seu livro:
“Hab 3:17 Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado,
Hab 3:18 todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.
Hab 3:19 O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.”
Esta alegria não é mero sentimento. Ela está fundada na certeza do cumprimento de todas as boas promessas que Deus tem feito para nós em sua Palavra, e a maior delas que é a salvação de nossas almas para que tenhamos vida eterna juntamente com Cristo.
O fundamento desta alegria é portanto vitória em meio a toda e qualquer circunstância, inclusive na mais extrema delas que é a morte física, porque em Cristo, até mesmo o nosso corpo será levantado em glória na ressurreição que nos está prometida para o dia do arrebatamento da sua igreja.
Pr Silvio Dutra