“Mais alegria me puseste no coração do que a alegria deles, quando lhes há fartura de cereal e de vinho.” (Salmo 4.7)
Estou triste o bastante, às vezes.
Eu fico olhando para o meu interior – e as corrupções que se escondem, e trabalham lá, fazem-me triste.
Eu olho para o interior da igreja – e a falta de vida, união e amor lá, me deixam triste.
Eu olho para a minha família – e geralmente há algumas coisas lá para fazer-me triste.
Eu olho para o mundo – e, como Davi, que contemplou os transgressores, e me aflijo, vejo o bastante lá para fazer qualquer cristão entristecido!
Mas a minha tristeza, muitas vezes surge . . .
dos meus erros para com os preceitos de Deus, que é a fonte de alegria;
da minha violação dos preceitos de Deus, de que em guardá-los há uma grande recompensa;
da visão da minha dessemelhança a Deus, e inaptidão para desfrutar Deus;
e, por vezes, de um pecaminoso, servil, doloroso medo de Deus.
Em outras ocasiões, eu desvio o meu olhar do evangelho, e volto ao abrigo da lei – e , em então, uma visão de suas extensas demandas, suas ameaças terríveis, e suas maldições terríveis, me deixam triste.
Assim também, se eu olhar para Deus como um legislador justo, e um juiz irado – isso me deixa triste.
Além disso,
meus fracassos repetidos, quando me esforcei para ser mais espiritual e consistente;
minha falta de uma estrutura adequada para amar e desfrutar Deus;
e minha falta de satisfação com arranjos providenciais de Deus – essas coisas me deixam triste.
Mas eu nem sempre estou triste, pois se a tristeza perdura por uma noite – então a alegria vem pela manhã. E, para que eu possa dizer ao meu Deus gracioso: “puseste alegria em meu coração!” Isso ele faz às vezes. . .
para me mostrar a eficácia infinita do sangue expiatório de Jesus;
por aplicar o sangue na consciência;
por derramar seu doce, poderoso e eterno amor em meu coração;
por enviar o Espírito Santo para respirar em minha alma, como o Espírito de adoção e liberdade;
por revelar-me mais claramente do que até aqui, que sou aceito no Amado, e sou agradável à sua vista;
por me mostrar o meu interesse em suas mui grandíssimas e preciosas promessas registradas em Sua Palavra;
por manifestar a sua aprovação divina, e me tratar como seu amigo;
por também elevar as minhas expectativas, e dirigir meu olhar para o alto, para as mansões celestiais, e para a manifestação da glória do seu Filho amado!
Bendito seja Deus, que tem muitas vezes colocado alegria no meu coração, não apenas por revelar as bênçãos em sua Palavra – mas, por apresentá-las a mim por seu Espírito.
E também por me dar. . .
o óleo da alegria em vez de pranto;
um doce motivo para meditação;
e uma perspectiva gloriosa por antecipação.
Ele me deu para beber, por vezes, do vinho da aflição – mas em outros momentos, eu bebi profundamente o vinho da consolação.
Eu provei das águas da contenda, e tive sorvos amargos das águas de Mara – mas eu tenho mais frequentemente, bebido com alegria das águas doces das fontes da salvação.
Bendito seja Deus por um coração feliz ! Um coração feito contente pela luz do seu rosto, pelos sussurros de seu amor, e pelo trabalho e o testemunho do Espírito Consolador!
Esta alegria faz . . .
santo – bem como feliz;
útil – bem como pacífico; e
nós habilita para o céu – ao mesmo tempo que nos faz
um ornamento na terra!
A alegria é um fruto que não vai crescer,
No solo estéril da natureza;
Tudo do que podemos nos gloriar,
além do Cristo que conhecemos,
É vaidade e labuta.
Mas onde o Senhor plantou a graça ,
E fez suas glórias conhecidas;
Lá frutos da alegria e da paz celestial
São encontrados – e não sozinhos.
Um Salvador sangrento visto pela fé,
Um sentimento de amor perdoador;
Uma esperança que triunfa sobre a morte,
Dá as alegrias mais elevadas.
Para ter um vislumbre dentro do véu,
Saber que Deus é meu;
São fontes de alegria que nunca falham ,
Indescritíveis! divinas!
Estas são as alegrias que satisfazem,
E que santificam a mente;
Que fazem o espírito subir alto,
E deixar o mundo para trás!
Texto de James Smith, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.