(II Co: 12,1-9 A Visão Celestial O Espinho Na Carne)
Gloriar – Orgulhar-se, louvar a si mesmo (Sl:34,2)
Análise rápida da segunda epístola aos Coríntios:
Paulo apreensivo envia Tito seu colaborador, Tito volta com boas noticias, mas o apóstolo não ficou totalmente tranqüilo, nem todos haviam recebido o arrependimento. Os falsos mestres continuavam a agir em oposição a Paulo tentando desmerecer seu ministério, Então Paulo escreve uma segunda epístola e envia a Corinto por intermédio de Tito. Com objetivos de instruir os irmãos a perseverarem no que dele tinham aprendido.
Paulo se expõe abertamente derramando-se diante deles quase que um desabafo, praticamente rogando e seguindo o exemplo de Cristo. O apóstolo diminui a si mesmo e se mostra de maneira humilde para que através de sua atitude, Deus encontre espaço e assim opere na igreja de Corinto. O ponto alto desta ação de Paulo torna-se bem visível quando ele fala aos irmãos sobre a visão celestial e o espinho que carregara em sua carne, mostrando o quanto padecia por amor ao evangelho e pelas almas que Deus tinha colocado em sua responsabilidade.
II Co: 12,1-4 A Visão Celestial
– mas passarei as revelações do Senhor.
O apóstolo Paulo, dentro da narrativa de sua experiência sobrenatural e profunda que da o entender teve com Deus, abre mão de uma explicação mais exata do mistério divino excluindo-se a principio, mas sem deixar dúvidas.
-conheço um homem em Cristo.
Coloca-se de fora do fato, simplesmente para que a igreja entenda que tamanhas sejam as coisas que recebemos do Senhor, deve prevalecer o propósito primário do acontecimento, que é deixar para Deus toda glória inclusive de nossas experiências com a sua palavra, que nem isso nos pertence (II Co: 3,5). Mas vem para fazer aquilo que lhe apraz, prosperando naquilo para que Ele enviou (Is 55,11). Ou seja, produzir frutos e voltar para o Dono que é o Senhor.
Diferente do profeta Ezequiel que foi mais direto …E o Senhor me levou em espírito. (Ez: 37,1). Percebemos nesta ideia, duas referencias importantíssimas da lei e da graça. Ora Paulo sabia muito bem que aos homens não convêm saber mais do que a porção que está escrita, portanto trazia uma maneira mais branda de passar sua experiência, enquanto Ezequiel era mais direto sem filtrar as palavras, era explícito para conduzir o povo ao arrependimento, flui então o entender que o apóstolo não podia deixar de fora da epístola seu testemunho com Deus, mas devia fazê-lo de maneira eficiente através da graça de Cristo e não da lei.
– ouviu palavras inefáveis que ao homem não é licito falar…
O apóstolo Paulo de maneira rápida foi claro quando afirmou que não era licito comentar, se fossemos avaliar o sentido entenderíamos dois motivos:
I. Lícito – Algo que era permitido pela lei , quando se dizia É LICITO, estava enquadrado dentro da lei e não traria problemas a ele, mas do que as lutas que já passava.
II. Deus não havia manifestado nenhuma ordem para a abertura publica da visão, diferente do que vemos na revelação a João …o que vês escreve-o num livro.(Ap:1,11). O apóstolo então define que não seria néscio (tolo/ignorante), a ponto de orgulhar-se, pelo contrário, pede a igreja o mesmo tratamento que já vinha recebendo pelo trabalho na seara de Cristo e que apesar do ocorrido não merecia qualquer respeito mais elevado.
II Co: 12,7-9 O Espinho Na Carne
– e para que não me exaltasse…
Paulo chega a um ponto onde muitos desejariam chegar, muito embora não conheçam as consequências, ou não aceitem as mesmas. Muitos cristãos oram incansavelmente pedindo a Deus uma experiência sobrenatural, e ignoram o fato de que isso aumenta a responsabilidade, e junto com essa solicitação pode ou não vir uma chancela que sirva de lembrete, evitando assim a exaltação trazendo sempre a memória do crente que ele deve se manter na posição de servo, caso contrário poderia achar-se agradável a Deus e parar de caminhar pensando que chegou ao cume da espiritualidade deixando assim a carreira que lhe foi proposta.
O apóstolo por permissão de Deus recebe em si um lembrete para que ele não se exaltasse não se sabe se falou por metáfora, mas a bíblia faz referencia a ele na epístola de Gl:4,13,14 .
– acerca do qual três vezes eu orei…
Ele pede em oração a Deus por três vezes, ora se formos observar um pouco de numerologia bíblica, iríamos entender que esse é número da manifestação, pois, Deus se manifesta nas três pessoas da Santíssima trindade, é também o numero da ressurreição, ao terceiro dia ele ressurgiu. Paulo pedia justamente isso quando clamou três vezes ao Senhor, que ele se manifestasse novamente de maneira sobrenatural, trazendo o sossego ao apóstolo por parte da sua prova.
– a minha graça te basta…
Mas o Senhor lhe conduziu a outro pensamento, ou seja, mas do que obter o sossego, Deus lhe mostra que do sofrimento pode suscitar alegria e consolo. Mostra também que pela fraqueza da prova, é que vem o aperfeiçoamento do seu poder, ensinando a Paulo que quando ele se deleita em sua graça, (favor imerecido) já é suficiente para o apóstolo.
Com isso o cristão aprende que ter prazer na graça, é o fator que conduz ao aperfeiçoamento, porque o prazer de viver pela graça leva o cristão ao desejo da palavra e uma vida de oração, formando assim um ciclo:
Prazer na graça, conduz vontade de conhecer mais a Deus, é sua palavra e que o mostra, buscando na palavra, vem a fortaleza espiritual, o crente forte espiritualmente anseia mais de Deus e perto Dele recebemos o dom de sua graça.
A vida do cristão deve ser progressiva, mas é preciso entender que com o crescimento espiritual, segue-se o aumento da responsabilidade. Deus poderá permitir que passemos situações mais justa, mas nunca nos esquecerá (Is: 44,21).
O Senhor quando permite algo assim, é somente para o fortalecimento do lado espiritual do cristão, fazendo com isso servos com base e alicerce na sua palavra, firmados na rocha.
Vemos no exemplo de Paulo que a trajetória elevada, impele o crente à necessidade da humilhação perante o Senhor (I Pe: 5,6), o que lhe mostrará quão tão importante que a prova, é o aperfeiçoamento que ela nos traz.
Deus abençoe você!
Pr. Sidney Góis
CASA DE ORAÇÃO
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