Eis a razão de muitos não chegarem a compreender qual seja a natureza do verdadeiro amor.
Ele contém em si mesmo este aparente paradoxo entre proteger e expor; entre recompensar e castigar; entre louvar e repreender etc.
O amor verdadeiro sempre manterá tal caráter que chamamos de paradoxal, ou antagônico. Mas afirmamos que é aparente porque tudo aquilo que parece contradizer o amor, é justamente o que o confirma na presente condição em que nos encontramos.
Se não houvesse a entrada do pecado no mundo, nenhuma correção por meios aflitivos seria vista no mundo. Nenhuma catástrofe. Nenhuma adversidade. Nada que pudesse abater o nosso corpo, alma e espírito.
Mas como carregamos conosco uma natureza decaída e pecaminosa, Deus interpôs, pelo Seu amor, estas coisas que consideramos contrariedades, porque é por meio delas que o nosso ego carnal é conduzido à humildade que abre todas as portas que se encontram no coração de Deus.
A Terra foi amaldiçoada por Deus porque o pecado se enraizou no coração humano, e dali somente pode ser retirado por meio das tribulações. Então, até mesmo este ato de maldição foi um ato de amor por nós, pois visa ao nosso próprio bem, ou seja, para sermos resgatados da condição que conduz à morte espiritual e eterna – esta de se encontrar em escravidão ao pecado.
Todavia, sem o ato supremo do amor – Jesus morrendo na cruz em nosso lugar – jamais poderíamos ser resgatados da referida escravidão. Temos então o amor de Deus manifestado em nos ter dado o Seu próprio Filho, para que fôssemos resgatados da morte, e vivêssemos nEle e por meio dEle.
Assim, pais que corrigem seus filhos são aqueles que os amam de fato, porque necessitam disto, uma vez que não vivemos em nenhum mundo de perfeição moral e espiritual.
Pr Silvio Dutra