O amor que une o crente a Cristo não é de caráter meramente sentimental. Na verdade o sentimento de afeição é apenas uma das muitas formas de expressão do caráter desse amor que é de cunho eminentemente espiritual e vital.
Assim como uma pessoa ama os membros de seu corpo e deles cuida, não por sentimento, mas por serem parte essencial de sua própria vida, de igual modo, Cristo nos ama como membros de seu corpo, e nós também o amamos nesta relação vital por ser ele a nossa cabeça, que nos dirige e mantém vivos e operantes.
Daí se afirmar em Romanos 8 que nada pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, uma vez que estamos ligados vitalmente a ele. Quem jamais deixou de amar os membros de seu corpo e de cuidar deles? Qual membro, que estando sadio, jamais deixou de servir à cabeça que o governa?
E tudo isto é feito de forma voluntária e prazerosa, e não como por obrigação. Evidentemente que não se pode experimentar isto com a nossa velha natureza terrena, e por isso esta necessita ser crucificada, juntamente com Cristo, pela negação do ego carnal, para que possamos ser novas criaturas, com uma nova natureza espiritual e divina que recebemos do Alto, pela habitação do Espírito Santo em nós.
É a nova criatura que se deleita neste amor e relação vital com o seu Senhor, enquanto a carne (velho homem) continua se opondo à sua vontade, e portanto, necessitamos nos despojar dele mais e mais, para que sejamos revestidos do novo homem, pelo processo da santificação.
Por isso nosso Senhor apontou o ato de guardar os seus mandamentos como sendo a grande evidência e prova do nosso amor por ele, porque é impossível que seja assim, quando não se possui a nova natureza recebida do Espírito Santo, e não se anda segundo a mesma, porque somente esta tem prazer nos mandamentos de Deus, João 14.15,21.