“Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é Dom de Deus – não das obras para que ninguém se glorie.” Ef. 2:8,9
Desejamos refletir a respeito de algumas práticas religiosas do passado e do presente, e compará-las com o evangelho de Jesus Cristo. Observamos que quando abrimos qualquer livro que aborde a religião dos antigos, ele ensina que estava essa religião muito mesclada com a superstição.
No antigo Egito, consideravam no seu panteão muitos deuses. Havia deuses para todos os gostos; havia um centro de cultos na cidade de Heliópolis, a cidade do Sol. O próprio deus do Sol era Rá, razão porque alguns faraós se consideram “filho do sol”, adotando o nome de Ramsés, palavra formada de Rá (sol) e Mses (filho). Animais eram cultuados, o crocodilo (alguns podem ser vistos mumificados em museus), que era considerado deus da água; o gato, deus da alegria e do amor; o chacal era o guarda dos túmulos e deus dos mortos; Seu nome entre os egípcios era Anúbis. E o touro também, o deus Ápis. Quando o povo de Israel estava no deserto, notando a ausência de Moisés que estava no alto do monte Sinai, o povo pediu a Arão que fizesse um bezerro de ouro, uma reprodução do deus Ápis.
Em outras civilizações, encontraremos o mesmo fenômeno. Na Assíria e na Babilônia, cultuava-se a natureza. O Sol (Shamesh) era cultuado; e havia uma deusa para a noite, a Lua (Nanna). O céu era cultuado com o nome de Ass; o deus do ar era Enlil, da água, Enki. A Mãe-terra era chamada Ninhursg, e a rainha do céu, Innana.
Aliás, Gênesis 1 é uma verdadeira canção marcial. Por isso, no relato da obra criada parece no verso 11,
“E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente estava nele, sobre a terra. E assim foi” Gênesis 1.11.
Florestas, e campos eram cultuadas em Canaã como sendo a expressão da Mãe-natureza. O retorno à natureza era o grande desejo dos cananeus. No entanto, o Senhor está dizendo: “Vocês cultuam a natureza, mas Eu sou o Criador dessa natureza que vocês admitem como deuses”.
Mais adiante lemos: “Haja luminares”. Eles eram cultuados, conforme vimos, no Egito, na Assíria, na Babilônia. Seres aquáticos foram cultuados: o peixe (na Filistia, Dagon), as aves (o íbis, no Egito). Em tudo Deus está dizendo, “Eu criei, enquanto vocês estão se dedicando a esses falsos deuses”.
Mas não é preciso ir ao passado. Hoje esse tipo de coisa acontece. Na Índia, o Hinduísmo ensina que a salvação se obtém através das boas obras. E uma pessoa vai realizando boas obras na sua presente vida e em outras do passado e do futuro de maneira a alcançar a purificar-se. Naquele país, ainda hoje existe o sistema de castas. A mais elevada é a dos brâmanes, os sacerdotes. Uma pessoa da casta dos sacerdotes não se casa com alguém de uma casta inferior. A seguinte é a dos militares, onde acontece o mesmo. Depois vem a dos comerciantes, e a dos agricultores, e por fim a dos “zé-ninguém”, o pária, aquele cuja sombra tocando outra pessoa de casta acima, obriga-a a se purificar através de um banho porque ficou maculada pela sua sombra.
No sistema hindu, se uma pessoa foi muito pecadora nesta vida, precisa cumprir a lei do Karma, tem que sofrer muito, e vai nascer numa casta inferior. Se era da casta militar, mas fez tanta coisa que não prestava nesta vida, tem que nascer numa casta inferior, como agricultor pôr exemplo. Mas fez tanto nessa outra condição que vai nascer como pária, e como pária foi tão ruim que pode nascer como um animal inferior. Por isso não matam animais. A TV Cultura mostrou o “Templo dos Ratos” alimentados com comida, com leite, e água levados pelas pessoas, que depois de bebida, e pisada pelos ratos é passada no corpo dos fiéis. Não é de admirar que na Índia haja uma explosão de epidemias por essa idéia que têm. Isso é hoje, e nem comem carne, porque a vaca, que é um animal sagrado, fica solta pelas ruas, atrapalhando, prejudicando o trânsito, mas ninguém tem a ousadia de matar uma vaca porque é considerada sagrada.
Entre os nossos índios, ocorre o animismo, a idéia de que cada coisa tem o seu espírito. Existe o espirito das árvores, o espirito das águas, e o das nuvens, o espírito disso e daquilo. E cada pessoa que morre transforma-se num espírito vagante. Há uma cerimônia no Xingu chamada quarup, quando, todos os anos, derrubam uma grande árvore na da floresta de modo a ser cortada em vários pedaços que são pintados e enfeitados para a “dança do quarup” que, segundo eles, faz com que o espírito daquele que morreu se incorpore naquele pedaço de tronco. Dançam, choram e oferecem presentes pensando estar na alma do seu parente incorporado. Essa coisa está vindo para o nosso meio. O jornal está falando de uma psicóloga em Salvador que se intitula Xamã. E ela está trazendo o Xamanismo como meio de terapia. Xamanismo é feitiçaria, pois em algumas tribos o feiticeiro, o pajé é chamado xamã. Ë pajelança. Mulher preparada, ilustrada trazendo a feitiçaria?!
UM INSTINTO RELIGIOSO
Que quer dizer tudo isso? Esses fatos nos dizem que há um instinto religioso na pessoa humana. Da mesma maneira que você tem o instinto de segurança, e o de alimentação, tem, igualmente, o instinto religioso que se encontra não só em cada pessoas individualmente falando, mas também em cada página da história. Por isso, Jesus disse: “Errais não conhecendo as Escrituras”. E iam não somente atrás do crocodilo, atrás do peixe, ou atrás do trio elétrico, mas também atrás do xamanismo, porque pensam, sentem e querem algo que lhes satisfaça o instinto. E a religião é a expressão organizada desse instinto, razão porque o ser humano tem feito de tudo um deus: rãs, bois, sol, lua, árvores, etc. Isso quer dizer então, que todas as religiões sentem a mesma coisa, ou sejam elas primitivas ou altamente elaboradas. Todas são motivadas porque o ser humano necessita de Deus.
O EVANGELHO
Mas há algo diferente e especial no evangelho de Jesus Cristo: enquanto as religiões são motivadas pelo instinto religioso do ser humano o evangelho é motivado pelo amor de Deus. Que extraordinária diferença! Voltando à Escritura, encontramos o texto que diz
“pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom [é presente que vem da parte] de Deus” Efésios 2.8.
O cristianismo tem suas raízes no conceito de salvação, o que significa que nada que você faça, nada, absolutamente nada lhe pode dar a salvação. Somente a graça de Deus pode salvar. É o que diz aqui:
“Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isto não vem de vós, é Dom de Deus” (Ef. 2.8).
Que ensinam os outros sistemas religiosos? Todos dizem que você precisa fazer alguma coisa para obter a salvação. Há os que dizem que você precisa realizar boas obras. “fora da caridade, não há salvação”, dizem eles. Mas a Bíblia diz “não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2.9).
Há os que dizem que vem através dos rituais, das rezas, das penitências. Está registrado no livro dos Atos dos Apóstolos o discurso que Paulo fez diante dos intelectuais em Atenas, afina flor dainteligentzia ateniense. No meio do discurso ele citou,
“Homens atenienses, em tudo vejo que sois muito religiosos. Pois passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO… Portanto, sendo nós geração de Deus, não havemos de pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem. Mas Deus não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se arrependam” (17: 22,23 a 29, 30).
Então vejam o interesse do evangelho não é que os deuses sejam aplacador, não é que se façam doações, ou rituais pelos quais espíritos sejam tranqüilizados, mas quer você seja salvo dos seus pecados, razão porque é perfeitamente correta a afirmação “O Cristianismo é uma religião de redenção.”