Este primeiro capítulo e muitos outros que o seguem repetem as genealogias que temos registradas nas Escrituras, relativas àqueles que foram contados na ancestralidade do Messias prometido por Deus desde Adão.
Com toda a certeza estas genealogias constantes das Escrituras, especialmente as relativas ao Messias, foram registradas pelo mandado de Deus, para vários e bons propósitos, de forma que a esperança de Israel nunca se apagasse ao longo das gerações até que Cristo se manifestasse ao mundo como sendo o descendente prometido a Adão, a Abraão, a Isaque, a Jacó, a Judá, pois viria desta tribo de Israel, e particularmente de Perez, filho de Judá, e do rei Davi, depois dele, e de todos aqueles que dele descenderiam a contar de Salomão, até José e Maria.
Deus quis nos dar a firme certeza de que Jesus se manifestaria ao mundo estando ligado à história real da humanidade, e especificamente das famílias de Israel, que por gerações, foram designadas por Ele para serem incluídas na citada genealogia.
As genealogias desde Adão até Abraão são citadas porque há o propósito de ser revelado que o Messias viera ao mundo como alguém vinculado de fato à natureza humana, participando dela, por ser descendente, segundo a carne, do primeiro homem criado. Isto deveria ser feito para o propósito da nossa redenção por Ele, de modo que pudesse morrer como homem no lugar do homem.
Como Abraão carregaria consigo a promessa de ser o pai de numerosas nações, então são também incluídas as genealogias dos seus descendentes que não foram incluídos na genealogia de Jesus, como foi o caso de Esaú, neto de Abraão, filho de Isaque.
Assim, temos neste capítulo um resumo de todas as genealogias do livro de Gênesis, até que chegamos a Jacó.
I. As gerações de Adão a Noé e seus filhos (v. 1-4)
II. A posteridade dos filhos de Noé, pelos quais a Terra foi repovoada (v. 5-23). III. As gerações de Sem a Abraão (v. 24-28).
IV. A posteridade de Ismael, e dos filhos de Abraão com Quetura (v.29-35).
V. A posteridade de Esaú (v. 36-54).
É muito importante destacar que se o foco das genealogias é a nação de Israel sempre apontando para o Messias, Deus todavia não deixou de orientar o registro genealógico de muitos que não fazem parte da citada nação, porque Seu interesse está voltado para todas as nações da Terra, para toda a humanidade, porque o Messias não seria dado apenas a Israel mas a todos os povos e nações.
Como o próprio Senhor Jesus afirmou em Seu ministério terreno que não possui ovelhas apenas no aprisco de Israel, mas em todas as nações.
Os que não são contados na genealogia do Israel que é segundo a carne, podem ser contados no Israel espiritual que é formado por todos aqueles que amam verdadeiramente a Deus e que se encontram unidos a Cristo pela fé.
E isto poderia ser uma verdade até mesmo para alguns dos descendentes de Esaú que tivessem amado ao Deus de Israel. Assim, a par de terem sido excluídos da promessa terrena feita a Abraão, e fixada na descendência de Jacó, poderiam ser incluídos por meio da fé na promessa celestial.
Pr Silvio Dutra