Jesus olha para a mulher e pede uma bebida. É um pedido bastante simples – afinal, que mal pode haver em um copo de água? Mas suas palavras são como dinamite, e a mulher sabia que ela podia ter problemas se falasse com certos homens. Então ela tenta se esquivar.
Mas este homem não é como todos os outros, e suas palavras são um tipo diferente de dinamite. Ele conhece sua vida e vê através de suas mentiras. Ela vê somente os problemas, mas ele vê o potencial. Ela menciona o direito e a convenção social, mas Jesus fala sobre a fonte da verdadeira satisfação e a promessa de vida eterna. É uma daquelas histórias bonitas que dizem muito a respeito de Jesus: sobre o seu amor, sua graça, seu perdão e sua capacidade de ver além das nossas falhas e tolices. É uma conversa que muda a vida da mulher para sempre; e no coração dela existe uma discussão sobre adoração.
Enquanto Jesus e a mulher conversam – o que é em si uma afirmação muito chocante – algo surpreendente acontece. Sua vida é uma bagunça – uma bagunça de cinco maridos, uma bagunça de mentiras, uma bagunça de empurrão-para-fora-da-sociedade. Mas é o tipo de bagunça a partir da qual algo maravilhoso pode ser feito.
“Senhor”, disse a mulher: “Vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.” João 4:19-20
Instintivamente, a mulher sabe que todo esse potencial para que as coisas melhorem está amarrado à ideia de adoração. Mas, em sua mente a adoração é limitada a determinados locais, ligados por certas regras, definidas por certas estruturas.
Jesus a corrige: “Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.” João 4:21
Com Jesus vem grande mudança. Com Jesus a vida se transformou e a esperança se transforma, a adoração se transforma. Nada pode ser o mesmo de novo, como Jesus explica:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” João 4:23
Achamos que entendemos adoração. Quando ouvimos falar sobre algo surpreendente acontecendo em uma determinada cidade desejamos visitá-la para estar na ação. Quando ouvimos um certo tipo de música que move nossos corações, queremos aprender a copiar os sons. Quando ouvimos falar de algo novo, queremos obter o molde e aprender como fazê-lo nós mesmos.
Mas Jesus diz que está errado ficar tão focado em lugares, rituais e fórmulas. A verdadeira adoração, ele diz, é sobre Ele. Sempre que João usa a palavra “Verdade” é para descrever Jesus – suas palavras, suas ações, seu ministério. A forma como João diz; Jesus nunca nos deixa ficar muito longe da verdade e que o mais verdadeiro de tudo nesta vida é o próprio Deus. Não são rituais ou estruturas, e nem topos de montanhas ou vales, nossa meta, o que devemos buscar é o próprio Deus, e é isso o que faz a verdadeira adoração.
Às vezes podemos pensar que a adoração é sobre as medidas que tomamos – o levantar das mãos, a progressão dos acordes, a chegada ao topo de algumas montanhas musicais onde ficamos sem fôlego com a beleza e a pureza do ponto de vista. E, sim, é bom falar sobre a produção, valorizar nossa música e nos esforçar nas manhãs de domingo, mas tudo fica inexpressivo sem o coração por trás disso tudo.
Se nos lembrarmos de uma coisa simples – que Jesus mudou tudo sobre nossa forma de adorar – talvez nossa adoração aproxime ainda mais pessoas à Deus.
Por Case Crayenord
Fonte: www.kingsway.co.uk/ Adorando