Ao pensarmos em Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador, o ponto de partida correto não é a terra mas o céu.
Porque Ele não era e não é como muitos costumam pensar, um simples homem muito virtuoso cuja origem de sua existência teria sido de um nascimento natural neste mundo.
Se partirmos deste ponto, erraremos em tudo o mais que se refere a Ele e ao valor supremo da salvação que Ele operou em nosso favor. O ponto correto de partida na verdade é inexistente, porque Jesus não tem início nem fim. Ele é o Alfa e Ômega. Ele não tem início de existência, porque é o sempiterno Deus juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Ele estava entronizado em glória entre as hostes celestiais antes de ter vindo à terra para encarnar num corpo humano. Ele tomou a forma de servo, a natureza humana, para poder não somente operar a nossa redenção, com também para se fazer sumo-sacerdote que pudesse entender e se compadecer de nossas aflições e dores, por tê-las experimentado como homem, pois, enquanto na terra, havia se despojado de sua divindade, para tudo fazer por meio do poder do Espírito Santo.
Ele não somente se rebaixou, como também condescendeu em se tornar como um de nós, para que pudéssemos ter acesso a Ele, porque, por qual outro modo, seres limitados, imperfeitos, finitos, poderiam se comunicar com a divindade? Isto, por si só, seria o suficiente para nos prostrar em terra e adorá-lo continuamente, e ser-Lhe completamente gratos com a consagração da nossa vida à Sua vontade e serviço, porque não há nada mais de maravilhoso, profundo, eterno, amoroso, e de infinito e incomparável valor do que o fato de Deus se ter feito homem para poder nos resgatar da nossa natureza corrompida pelo pecado, para implantar em nós as perfeições da sua santidade e divindade.
Ele veio para que pudéssemos ser como Deus é em sua própria natureza. Ele veio para que o propósito de sermos à imagem e semelhança de Deus pudesse ser de fato concretizado. Ele veio para nos fazer participantes da Sua própria vida e justiça, de modo que fôssemos livrados da condenação eterna, consequente da demanda da perfeita justiça divina. Ele veio portanto para que fôssemos o que deveríamos ser conforme o conselho eterno da vontade de Deus. E tudo isso por amor e para o amor, para que pudéssemos participar do amor que é a essência do próprio Deus. Como poderíamos então permanecer com nossa cerviz endurecida, e nos negando a nos humilhar perante Ele, caindo sobre os nossos joelhos em sincera oração de gratidão e louvor ao Seu grande nome? Como deixaríamos de reconhecer o seu imensurável valor intrínseco, e em tudo aquilo que suportou e tem suportado para operar a nossa salvação?
Hoje entendo que não há qualquer sentido na vida sem Ele. Não há qualquer esperança, qualquer objetivo permanente, nada que valha de fato à pena. Ele, e somente Ele é tudo em todos os que Lhe amam. Ele é a videira e nós os ramos. É dEle, que procede a seiva da vida, pela qual recebemos a participação da Sua própria vida. Deus que se fez homem. Não dá para entender toda a profundidade desta maravilhosa realidade. Deus que se fez homem, para que pelo seu poder, nos fizesse, a nós, miseráveis pecadores, filhos de Deus, transformados à Sua imagem e semelhança.
Bendito seja o Senhor Jesus para todo o sempre e sempre. Digno de honra e glória tanto na terra quanto no céu.
O valor do Senhor Jesus é reconhecido e proclamado no céu. Proclamemos então juntamente com os muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número é de milhões de milhões e milhares de milhares:
“Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.” (Apo 5.12)
Pr Silvio Dutra