Existe um assunto que gera polêmica desde os tempos de Paulo até os dias de hoje. Mas é um assunto complexo e delicado porque nos nossos dias tem se tornado motivo de escândalo e divisão.
O título desta mensagem diz alguma coisa sobre o que se trata. Moeda. Dinheiro, o tema mais polêmico nos últimos tempos na igreja.
Existem dois lados da moeda.
Existem discussões a respeito, e sempre me perguntam o que acho disso.
Cobrar ou não cobrar para pregar o evangelho?
Se a pessoa cobra algum valor é criticada, mas se a pessoa não cobra não é valorizada, e muitas vezes desonrada por aqueles que organizam os eventos.
Vamos ver o que pensa o apóstolo Paulo:
I Coríntios 9 – Os Direitos de um Apóstolo
1) Não sou livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Não são vocês resultado do meu trabalho no Senhor?
2) Ainda que eu não seja apóstolo para outros, certamente o sou para vocês! Pois vocês são o selo do meu apostolado no Senhor.
3) Esta é minha defesa diante daqueles que me julgam.
4) Não temos nós o direito de comer e beber?
5) Não temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente como fazem os outros apóstolos, os irmãos do Senhor e Pedro?
6) Ou será que só eu e Barnabé temos direito de receber sustento sem trabalhar?
7) Quem serve como soldado à própria custa? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Quem apascenta um rebanho e não bebe do seu leite?
8) Não digo isso do ponto de vista meramente humano; a Lei não diz a mesma coisa?
9) Pois está escrito na Lei de Moisés: “Não amordace o boi enquanto ele estiver debulhando o cereal”a. Por acaso é com bois que Deus está preocupado?
10) Não é certamente por nossa causa que ele o diz? Sim, isso foi escrito em nosso favor. Porque “o lavrador quando ara e o debulhador quando debulha, devem fazê-lo na esperança de participar da colheita”.
11) Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais?
12) Se outros têm direito de ser sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais? Mas nós nunca usamos desse direito. Ao contrário, suportamos tudo para não colocar obstáculo algum ao evangelho de Cristo.
13) Vocês não sabem que aqueles que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo, e que os que servem diante do altar participam do que é oferecido no altar?
14) Da mesma forma, o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho, que vivam do evangelho.
15) Mas eu não tenho usado de nenhum desses direitos. Não estou escrevendo na esperança de que vocês façam isso por mim. Prefiro morrer a permitir que alguém me prive deste meu orgulho.
16) Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho!
17) Porque, se prego de livre vontade, tenho recompensa; contudo, como prego por obrigação, estou simplesmente cumprindo uma incumbência a mim confiada.
18) Qual é, pois, a minha recompensa? Apenas esta: que, pregando o evangelho, eu o apresente gratuitamente, não usando, assim, dos meus direitos ao pregá-lo.
19) Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas.
No verso 14 vemos claramente a ordem do Senhor: “aquele que prega o evangelho, que viva do evangelho”. Então vemos que é totalmente lícito receber uma contribuição da igreja, ou denominação para a qual estamos trabalhando.
Os pregadores itinerantes (me coloco no meio) deixam família, casa, conforto, para ir a outros lugares e levar uma palavra de Deus ou uma “ministração” que irá abençoar o coração daquele povo que o recebe. Esses ministros muitas vezes voltam para casa de mãos vazias, envergonhados diante da família por não trazer o mantimento para suprir as necessidades da casa. Isso é de Deus?
Eu sei por experiência própria que o Senhor supre as necessidades daqueles que o servem. Mas é correto despedir um servo de Deus de mãos vazias depois que ele dedicou dias para servir em determinado lugar? Eu garanto que já vi acontecer isso muitas e muitas vezes. Eu chamo isso de desonrar o servo de Deus. Parece que sempre foi um tema controverso, pelo jeito com que Paulo trata do assunto.
Eu sei que existem cachês muitas vezes exagerados, mas também sei que muitos desses ministros já passaram humilhação e foram maltratados.
Como poderíamos chegar a um equilíbrio? Será que isso é possível?
Eu creio que sim, mas precisa haver um esforço de ambas as partes. De quem convida, e de quem é convidado. Eu prefiro não cobrar; mas deixar bem claro que preciso da oferta dos irmãos. Porque afinal de contas é um trabalho como qualquer outro, e muitas vezes bem cansativo; envolvendo viagens, estadias longe de casa, longos cultos, aconselhamentos, e muitas vezes voltamos para casa bem cansados.
Eu creio que os ministros precisam ser valorizados; mas entenda bem, não super valorizados, como se uns fossem mais importantes que outros. Mas dar o valor devido, serem tratados como mensageiros do Senhor.
Continua…
Paz para teu coração
Jorge Russo
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Fonte: Portal Adorando