O Evangelho é simples e certamente você já deve ter ouvido isso em algum momento da caminhada. Apesar dessa simplicidade, há uma insistência em torná-lo complicado. E isso se dá por vários caminhos, sendo o principal a religião. Muitos não satisfeitos com a proposta bíblica de salvação, acrescentam a ela suas idéias, tradições, opiniões e dogmas, acorrentando pessoas em um sistema imundo de religiosidade, gerando apenas cavalos encabrestados.
Não é difícil admitir que o Evangelho cause escândalo em sua proposta. De todas as religiões existentes – e são incontáveis – o cristianismo é o único que oferece a salvação completa do homem exigindo somente sua fé e não suas obras. Em qualquer outra que você possa imaginar, o merecimento é requisito fundamental para se alcançar a salvação, que assume várias conotações nas demais religiões: evolução espiritual, mudança de carma, etc.
É nisso que reside a simplicidade do Evangelho: você não precisa chegar-se a Deus com suas mãos cheias de obras e méritos, mas plenamente vazia, confiando somente em seu amor e graça, plenamente manifestados na cruz. E mais: é somente assim que se obtém salvação. “Pela fé” não é uma opção, é uma condição. E o fato de ter fé não se constitui uma obra. A fé é o meio para se alcançar a salvação (Ef 2:8-9).
Isto posto, inevitavelmente surge uma pergunta e a ela chamo de o Teste da Graça. É possível saber se estamos ou não na graça, se estamos ou não vivendo pela fé? Em uma pergunta mais dramática, será que estamos realmente salvos?
As respostas para essas perguntas são subjetivas e há uma forma indireta de se chegar a elas. O que te motiva a viver a vida cristã? Por que você estuda a Bíblia, freqüenta os cultos, jejua, ora, evangeliza, visita os necessitados e dá seu dízimo? É por teu amor a Deus, que é fruto do Seu amor por nós, ou é por medo, por competição com o próximo ou mesmo por interesse, de forma a tentar melhorar tua imagem perante Ele e ser considerado “bom” perante Ele e os demais irmãos?
A resposta é contigo, mas antes deixo uma reflexão: a Graça nos liberta do desejo por desempenho religioso. Nela, todas as disciplinas espirituais – que eu citei anteriormente – são resultados de um amor santo e divino por Deus. Não o amor que o mundo entende, mas o amor que é resultado do amor do Pai por nós, aquele que nos é derramado no coração pelo Espírito Santo. Por amarmos a Deus, buscamos sua vontade e obediência.
Penso que é isso que determina a felicidade, a segurança e a plena satisfação em Deus em nossa trajetória cristã. Somente confiando em sua graça e na transformação que ela opera em nós. A falta dessa confiança explica a multidão de crentes inseguros, tristes e agarrados à performace religiosa para agradar a um deus, eles pensam, cruel e injusto. São crentes que acordam achando-se salvos e vão dormir arrasados dando como certa sua entrada no inferno; que após um jejum se acham próximos de Deus e após assistir uma partida de futebol, acham-se seu inimigo. Esse tipo de comportamento é extremamente prejudicial e apenas indica a falta de uma genuína conversão.
Faça o teste. Ore como Davi e peça a Deus que esquadrinhe teu coração e verifique o que há de errado e promova o remédio. E o remédio é, sem dúvidas, a Graça. Ela lança fora o medo e a insegurança. Ela põe em nossos corações a convicção de que somos filhos de Deus e nos dá as boas obras, como evidência externa de conversão.
Paz para sua vida!
“Diante de Ti, Jesus, nada em minhas mãos trago; somente em Tua cruz me agarro” – Autor desconhecido.
“Algumas vezes penso que a própria essência de toda a posição cristã e o segredo de uma vida espiritual de êxito estão em reconhecer apenas duas coisas: preciso ter confiança completa e absoluta em Deus e nenhuma confiança em mim mesmo” – D. Martyn Lloyd-Jones
Tiago Lino Henriques – Editor do Blog do Lino
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