Ao nos indicar a necessidade de oração e vigilância diárias; bem como do exercício também diário da abnegação, do carregar da cruz e da obediência aos Seus mandamentos, nosso Senhor Jesus Cristo nos mostrou que a negligência na execução destes deveres, ou praticá-la de forma intervalada, cria barreiras e dificuldades para a ação em nossas vidas do princípio vivo da santidade que há na nova natureza; e por conseguinte teremos muito maior dificuldade no desempenho destes deveres que nos foram por Ele ordenados.
Sem isto é impossível permanecer nEle, para que Ele permaneça em nós; e por conseguinte, nada faremos de real valor, ou teremos qualquer progresso em nosso amadurecimento espiritual, porque dependemos desta permanência para tal.
O próprio princípio de santidade que existe na nova natureza possui em si mesmo o hábito da oração e devoção constantes, do deleitar-se continuamente nas coisas que são espirituais e divinas, todavia, se não for exercitado por nós, fica enfraquecido e como que prestes a desaparecer.
Como não podemos manifestar simultaneamente, ao mesmo tempo, o que é habitual à nova natureza, e o que é à antiga, então somente uma delas há de se manifestar, conforme aquilo para o que estivermos inclinados, se para a carne, ou se para o Espírito Santo.
Se andarmos na prática das obras da carne o fruto do Espírito não se manifestará; e a recíproca é verdadeira.
Vemos assim de quanta ineficácia está dotado o costume meramente religioso e o cumprimento de todos os preceitos da religião, quando não se dá a devida atenção à necessidade absolutamente essencial de se andar no Espírito e não na carne.
Orações, vigílias, jejuns, cultos de adoração serão de nenhum proveito espiritual quando desprovidos disto.
Quando não nos encontramos naquele bom estado de alma que é caracterizado pela predominância dos hábitos inerentes à nova criatura em nosso viver, é muito difícil orar continuamente, e nunca desfalecer; porque torna-se um peso vigiar dia e noite contra as incursões dos muitos adversários espirituais que possuímos representados nos poderes das trevas, no mundo e na nossa própria antiga natureza corrompida pelo pecado.
Sem o jugo suave e o fardo leve de Jesus atuando em nossa nova natureza, sentiremos como um peso e uma terrível carga o cumprimento dos Seus mandamentos e de todos os nossos deveres espirituais.
É a graça do Senhor que remove o peso de tudo e torna suave, leve e agradável fazer a vontade de Deus e ter comunhão com Ele.
Pr Silvio Dutra