Como à gratidão precede o contentamento, então uma pessoa descontente não será grata. Considerando que os crentes têm um grande contentamento em Cristo, por terem obtido a salvação nele, e com isto, amor, paz e alegria em seus corações, então, é de se supor que sejam pessoas gratas, especialmente a Deus.
Sabendo que todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, uma vez que contribuem para o aumento da sua fé e aperfeiçoamento espiritual, consequentemente, podem e devem ser gratos a Deus por tudo, como se vê em Ef 5.20 e I Tes 5.18.
Uma teologia anti-bíblica que ensine que o servo de Deus tem motivos para lhe ser grato somente quando pensa ou sente que tem recebido dele as coisas boas pelas quais aspira, pode e tem causado muitas dores em muitos crentes sinceros.
Certo crente que amava sinceramente a Cristo, em dado momento de sua vida, por se deixar influenciar pela chamada teologia da prosperidade material, ficou em profunda crise espiritual porque achava que Deus não o amava e abençoava tanto quanto a muitos outros seus irmãos em Cristo, porque, segundo ele, não fora contemplado com a bênção financeira, conforme ele a chamava, depois de ter pedido por ela a Deus por tanto tempo.
Ele chegou a tal ponto de esfriamento espiritual que sequer conseguia orar, e não lhe agradava também falar o nome de Jesus, por quem julgava ter sido esquecido. Graças a Deus, ele foi restaurado e mudou o seu modo de pensar depois de ter aprendido a sã doutrina bíblica.
Tribulações e provações nos alcançarão em nossa jornada cristã, mas todas elas são controladas pelo poder e vigilância de Deus, para que atuem em nosso favor, e não contra nós. E com paciência e perseverança acharemos graça da parte do Senhor para suportá-las com gratidão a Ele em nossos corações.
Assim, sempre temos motivos para sermos gratos a Deus, em todo o tempo, porque na gratidão está inclusa a convicção de termos sido favorecidos; e devemos sempre reconhecer o primeiro e grande benefício que recebemos graciosamente, o dom inefável de Deus para nós pecadores, a saber, o próprio Senhor Jesus Cristo, para ser a nossa justiça, sabedoria, redenção e santificação (I Cor 1.30).
Pr Silvio Dutra