Somente Jesus estava qualificado para efetuar a nossa redenção porque Ele conhece perfeitamente a nossa constituição total, de espírito alma e corpo porque Ele nos criou, assim como todas as coisas.
Somente Ele conhece também a nossa situação, relativa à nossa constituição natural, que é totalmente de trevas espirituais. De densas trevas produzidas pelo pecado que nos impedem de ver a Deus, compreendê-Lo, à sua vontade, e as coisas relativas ao reino dos céus.
João afirma no verso 4 que a vida estava em Cristo, e que esta vida era a luz dos homens.
Jesus é então o sol da justiça que permite que os nossos olhos espirituais sejam curados e vejam o mundo espiritual da verdade, celestial e divino.
Fora dEle, em relação ao entendimento das coisas do espírito, tudo é trevas.
Ele é o Deus vivo, que não é Deus de mortos, mas de vivos, porque tudo o que vive tem a sua origem em Deus, por meio de quem tudo subsiste. Todo espírito que está ligado a Deus vive e viverá eternamente. Mas fora de Deus tudo é morte.
O fato de ser a vida de Cristo a luz dos homens, isto está restringido no verso 5 àqueles que são de Cristo, porque aqueles que amam as trevas não podem compreender esta luz, espiritual, celestial e divina. E estas trevas espirituais significam morte espiritual. Assim como as trevas totais permanentes significam morte para a existência física.
Precisamos portanto, de luz espiritual para ter vida espiritual. E esta vida está somente em Jesus. É dele somente que a podemos receber. Por isso é necessário que aqueles que foram alcançados por essa maravilhosa luz, que andem continuamente na luz, porque ela lhes é necessária e vital.
Deus criou a humanidade para ser uma lâmpada que brilhe com a Sua luz, queimando com o óleo do Espírito Santo. João diz que a vida de Cristo é a luz dos homens, porque os cristãos devem ser como lâmpadas que emitem a luz de Cristo.
É a Palavra eterna na lâmpada que é o cristão, que o faz brilhar com o brilho que procede de Deus. Sem a Palavra que acende esta lâmpada, ela permanece apagada. Por isso se ordena aos cristãos que não apaguem o Espírito Santo, para não terem as suas próprias lâmpadas, que são suas vidas, apagadas.
Para que tenha luz, o cristão depende inteiramente de Deus, e portanto da Sua Palavra e do fogo do Espírito Santo. Deus uniu a ambos para que o cristão possa brilhar, e assim manifeste a vida eterna de Deus para iluminar este mundo de trevas. A luz condenará as obras infrutíferas das trevas naqueles que permanecem no pecado, porque fará a exposição do que se ocultava nas trevas:
“Mas todas estas coisas, sendo condenadas, se manifestam pela luz, pois tudo o que se manifesta é luz.” (Ef 5.13).
É pela luz da revelação divina que o pecado pode ser condenado ou extirpado. E João nos diz que a vida está em Jesus, e que esta vida era a luz dos homens; isto é, somente quando a vida poderosa de Jesus se manifesta em alguém, que tal pessoa poderá vir para a luz de Deus e conhecer a Deus e compreender as coisas espirituais e divinas. Assim, fora de Cristo, não há tal possibilidade, porque vida e luz para os homens procedem dEle.
A vida eterna que nós necessitamos para escapar da morte eterna está somente em Cristo Jesus, e é nEle portanto que devemos buscá-la, e João nos indica o meio de obtê-la, a saber, por meio da Palavra e pelo andar na luz. É a luz de Cristo que ilumina o nosso entendimento e espírito para compreendermos as Escrituras.
Elas permanecem como um livro fechado para nós até que Cristo abra o nosso entendimento e se revele ao nosso espírito para que possamos compreendê-las; tal como fizera com os dois discípulos no caminho de Emaús, aos quais lhes abriu o entendimento para compreenderem tudo o que estava escrito acerca dEle nas Escrituras.
Não foi João quem conceituou Jesus como luz, pois Ele próprio fizera tal afirmação acerca de Si mesmo durante o Seu ministério terreno, confirmando aquilo que as Escrituras do Velho Testamento afirmam sobre Ele, especialmente de que Ele seria luz para os gentios.
“o povo que estava sentado em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região da sombra da morte, a estes a luz raiou.” (Mt 4.16).
“E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” (Jo 3.19).
“Então Jesus tornou a falar-lhes, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8.12).
Veja que foi Jesus quem disse que é a luz que dá vida aos homens, de maneira que aquele que não está na luz e que não é luz por ter recebido tal luz de Jesus, continua morto em seus pecados. A vida eterna consiste portanto na manifestação desta luz no nosso viver.
“pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz.” (Sl 36.9).
Jesus é a luz que nos tira das trevas da ignorância para a luz do conhecimento pessoal de Deus, e é neste conhecimento de Deus e do Filho de Deus que consiste a vida eterna, conforme afirmação do próprio Senhor Jesus Cristo.
Pr Silvio Dutra