Depois de longos anos aconteceu o meu reencontro com uma pessoa bastante idosa e querida.
No corpo alquebrado pelo tempo os olhos ainda brilham denunciando a sua ainda presente aguçada lucidez.
Segredou-me que não tinha medo da morte e que estava pronta para encontrá-la com toda a calma.
Não ocorreu-me na hora perguntar-lhe, e se me tivesse ocorrido, talvez não lhe perguntasse, por motivo de fazê-lo em momento mais oportuno, que tipo de morte afinal ela não temia.
A simples morte física ou a espiritual relativa à condenação eterna num lugar em que há choro e ranger de dentes?
Eu sei que desde a mais tenra idade a minha amiga abrigou a falsa ideia do aniquilamento da consciência do espírito depois da morte física.
A consciência de quem somos jamais será perdida, conforme testemunham as Escrituras. Ela permanecerá ligada ao nosso espírito por toda a eternidade.
Entretanto, são muitos os que pensam no espírito – assim como esta pessoa amiga – não como um ser pessoal que marca definitivamente a nossa identidade, mas como uma massa impessoal e etérea, e assim, julgando que não haverá consciência de quem fomos, depois da morte do corpo, ficam consolados com a falsa ideia que não haverá qualquer recompensa ou sofrimento futuros em função do modo pelo qual aqui vivemos.
Na verdade o julgamento divino não será tanto pelo modo de vida, mas pela decisão que tomamos ou deixamos de tomar em relação à salvação do nosso espírito por meio da fé em Jesus Cristo.
Pensamentos contrários a Cristo, ou favoráveis a um Cristo criado pela nossa imaginação; pensamentos de que o que salva é ter uma religião; ou sentimentos contrários à Bíblia, ao modo de vida santa dos cristãos, são barreiras que se não forem derrubadas pela misericórdia divina, ao quebrantar os nossos corações com as suas ferrenhas convicções, estas permanecerão como um forte impedimento de recebermos a salvação.
Bem-aventurados são então todos os que não dão descanso às suas almas até que tenham encontrado respostas não em si mesmos, por suas filosofias de vida, mas respostas sólidas que lhes venham de fora, do testemunho do Espírito Santo e da Palavra de Deus revelada na Bíblia, quanto ao que seja realmente a verdade relativa ao que pode dar descanso à nossa alma na hora da nossa morte, por termos achado a única e genuína salvação.
Salvação esta que nos livra da morte eterna num sofrimento eterno do espírito, e que nos conduz à vida eterna cheia de gozo na nossa comunhão com Jesus Cristo.
Pr Silvio Dutra