O conhecimento se aprimora pelo debate. A troca de informações e comparação de opiniões e pressupostos são ferramentas fundamentais para o desenvolvimento do saber. No meio cristão essa afirmação é tão verdadeira quanto em qualquer outro meio. Porém, outra coisa que também é uma verdade no meio cristão, há uma total destemperança por parte dos debatedores de teologia, principalmente nas redes sociais. Mas, como reformado que sou (e todo o Reformai) vou me ater a falar aos meus companheiros de teologia reformada.
Mas antes, vamos deixar duas coisas bem claras. Primeiro: NÃO SOMOS CONTRA O DEBATE!
Dentro da história do cristianismo presenciamos diversos debates.
Jesus Debate no templo, sendo ainda uma criança. (Lc 2: 41-52)
Podemos falar do debate de Paulo entre os gregos. (Atos 17,16-34)
O debate acirrado de Paulo e Pedro. (Gálatas 2)
Podemos falar do debate na formação do Canon bíblico
Podemos falar dos inúmeros debates que serviram para concretização da Reforma protestante…
Segundo: NÃO ESTOU FAZENDO DEFESA DE HEREGES E HERESIAS. Estes precisam ser desmascarados publicamente. Sua má teologia exposta e seus atos contrários a palavra denunciados. Ok?!
Pois bem, ser a favor do debate não quer dizer que sou a favor da forma como os debates, em sua maioria, vem sendo conduzidos por boa parte dos reformados, principalmente nas redes sociais. É um show horripilante que prova que teologia sem amor, não passa de uma ciência, como qualquer outra.
Algumas coisas que me saltam aos olhos:
Vejo arrogantes e prepotentes. Se sua teologia “mais bíblica” te torna um homem antibíblico (ou vai me dizer que prepotência ou arrogância são pré requisitos para ser um bom cristão?!), com toda certeza sua teologia não é a “mais bíblica”.
Desrespeitosos. Fruto de sua arrogância, desrespeitam irmãos com pouco conhecimento teológico ou intelectual, não são cuidadosos com os mais fracos na fé e suas inconsistências e fraquezas.
Idolatras. Elegem mitos e sumidades, tratam bons teólogos – do passado e do presente- como “semi deuses”.
Infantis. Tudo é “zueira”, todo argumento tem finalidade “mitar”, “humilhar” o outro debatedor
Devemos amar o irmão mais simples, o irmão mais fraco na fé, com menos conhecimento e o irmão que tem uma teologia discordante nossa. Mesmo que ele esteja dentro de uma teologia errada (e aqui faço juízo de valor, falo de neopentecostais, liberais…) ame-o! Mostre seu amor por ele, mostre que tem interesse de resgata-lo da ignorância, da desinformação, seja seu mestre e ensine-o a sã doutrina. Não vale de nada sua teologia se não houver amor
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 1Cor 13:1
E caso ele esteja cego e não queira seu a ajuda? Após demostrado o erro do irmão se ele não quiser aceitar, tuas palavras, teu dever esta cumprindo, lave as mãos e siga sua vida. Não precisa escarnecer, contar vantagens ou ridicularizando o próximo. ( No facebook vemos muito disso). E digo mais, ore por ele, gaste alguns minutos de sua oração por ele e todos os demais que estão em situação parecidas.
Concluo utilizando às palavras do querido pastor Renato Vargens¹:
1-) Você pode ser Calvinista, mas, isso não te dá o direito de zombar e ridicularizar Arminianos.
2-) Você pode não concordar com algumas práticas pentecostais, mas isso não te dá o direito de afrontar desrespeitosamente santos homens de Deus que acreditam e defendem o pentecostalismo.
3-) Você pode discordar do pensamento, da teologia, e da fé dos seus irmãos, sem contudo, permitir com que a sua discordância redunde em ataques “ad-hominem”.
4) Lembre-se que as Escrituras ensinam que “A soberba precede a ruína, e a altivez de espírito precede a queda” Pv.16:18
¹Textos de apoio: Uma palavra as Jovens Calvinistas