Hoje no Brasil, mais de 20% da população se diz evangélica. Um crescimento estrondoso desde 1940, quando esse número era de 2,6% subindo para 15,4% em 2000 e hoje está com mais de 20%. Há projeções de que este número chegará em 50% em 2020.
Hoje os “evangélicos” são responsáveis pela Marcha para Jesus que reúne mais de 6 milhões de pessoas em um propósito de juntar evangélicos em um espaço público e “marchar” para Jesus, adorar a Deus com vários músicos e mostrar para o resto do Brasil a “força” dos evangélicos.
Esses números parecem bem interessantes quando vistos superficialmente, porém são muito preocupantes quando entramos mais a fundo.
Destes milhões de evangélicos de todas as denominações possíveis, quantos são verdadeiramente nascidos de novo?
Ser cristão não é seguir um monte de regras dadas por uma igreja e não fazer um monte de coisas. Ser cristão não é não beber bebidas alcoólicas ou não fumar. Existem pessoas que não bebem e não fumam e não são cristãs.
O cerne do Cristianismo está em ser imitador de Jesus. E a população evangélica hoje está muito mais próxima de ser como os religiosos da época de Jesus, do que em ser como Jesus.
Dizem que não se pode ir a um boteco sentar com as pessoas, pois o que dirão se virem um evangélico em um bar?
Jesus comia com pecadores e era chamado de glutão e beberrão, pois bebia vinho e comia com pecadores e publicanos. Dava atenção a todos e não se importava se era uma prostituta que estava perto dele. Ele se achegava, devolvia-lhe a dignidade e dava-lhe a oportunidade de uma nova história.
Ser evangélico hoje significa ir a uma igreja evangélica pelo menos aos domingos, dar dízimo e falar de Jesus para quem interessar, e quando der vontade.
Hoje, muitos líderes evangélicos procuram holofotes, ter muitos seguidores, ser conhecidos e ter grandes igrejas. Utilizam o argumento de “não toque no Ungido” para fazerem o que querem com o povo e usam de hierarquia, sendo que alguns já não são mais nem “apóstolos”, alguns viraram patriarcas e outros viraram anjos.
Muitos evangélicos vivem buscando vitórias materiais, serem exaltados ou estar no palco depois de passarem pela “prova”.
Jesus por outro lado, quando queriam exaltá-lo, colocá-lo nos holofotes, ele se ausentava da multidão.
Dizia para aqueles que eram curados que não contassem a ninguém. E ensinava: Quer ser o maior? Seja o menor. Quer ser o primeiro? Seja o último. Quer ser meu discípulo? Tome a sua cruz e me siga.
Ser cristão nos leva a nos tornar como diakonos (servos). Leva-nos a pregar o evangelho sem nos preocupar com números ou reputação e sim em obedecer a Deus.
Ser cristão não é algo externo. Não sou cristão porque não bebo, não fumo, não falo palavrão. Isso qualquer pessoa pode fazer. Se seu cristianismo se resume a isto, você não é diferente de um budista, um muçulmano ou um espírita kardecista.
Ser cristão é estar disposto a servir. É estar disposto a ir seja onde for para levar o amor daquele que nos amou primeiro. Quem se preocupa mais com sua reputação do que com uma pessoa, não pode se chamar cristão. Porque não entende em nada o que é ser como Jesus.
Ser cristão não é apenas se preocupar em não pecar, mas sim em Glorificar a Deus em cada instante de sua vida (1 Co 10:31). Disto que se trata o cristianismo.
Não é negativo (não pecar), mas de atitude (viver o evangelho). Não é triunfalista e nem exclusivista, mas quer que todos sejam salvos. Não coloca ninguém em posição inferior, mas se preocupa com as pessoas e quer implantar o Reino de Deus nesta terra.