Da janela de meu apartamento observo um grupo de Testemunhas de Jeová que chegam para sua reunião semanal, as vagas do estacionamento se enchem nesse período. Nos últimos anos tenho percebido um crescimento grande neste grupo a cada mês que passa. Seu modo de agir, a vestimenta das mulheres e dos jovens são fatores que se destacam. Não obstante, visto que tenho vizinhos que pertencem ao grupo, sua índole e comportamentos são invejáveis a nível social. Eu conheço bem a forma de atuar e a base doutrinária das Testemunhas de Jeová, inclusive desenvolvi alguns estudos sobre eles e criei um folheto, específico para eles, intitulado “Ser-me-eis Testemunhas. Tive a oportunidade em 1989, no Rio de Janeiro, de ser intermediário na conversão de um ancião desta corrente, a Jesus Cristo.
As Testemunhas de Jeová, embora discordantes com a Palavra de Deus em muitas questões, têm uma doutrina muito bem fundamentada e bastante coerência e firmeza nas suas convicções, em se tratando de um país para outro. Em Portugal, local onde vivo há doze anos, eles mantêm os mesmos costumes e tradições que no Brasil, diferente dos outros grupos chamados evangélicos. Por exemplo, como já citei, na vestimenta, tanto de homens como de mulheres e também dos jovens. Na vida social eles não vão à praia, embora eu more a metros desta; não usam bebidas alcoólicas; não frequentam ou realizam festas de aniversário; não comemoram festas religiosas e não usufruem dos feriados para proveito próprio. Na vida institucional eles não se inserem nas forças armadas; não participam na política e, se são obrigadas a votar, votam em branco.
Por que estou tratando deste assunto aqui? A promiscuidade e permissividade da maioria dos evangélicos me levou a pensar seriamente neste assunto. Como um grupo com tanta divergência social e institucional cresce mais que os evangélicos em geral? No Brasil tiveram um crescimento de mais de 55% e embora as Assembleias de Deus exibam um crescimento acima da média, é de saber que existem uns 200 ministérios distintos desta igreja, o que não acontece com as Testemunhas de Jeová, que só tem uma divisão, os livres, que cresceram pouco. Nos EUA e na Europa são o grupo, considerados cristãos, que mais cresce. Em Portugal cresceram 70% em 10 anos, enquanto os demais juntos não ultrapassaram os 20%.
É um caso muito sério a pensar. Será que a aproximação das coisas do mundo é o melhor caminho para se chegar às almas perdidas? Será que a permissividade dos cristãos quanto aos costumes e modas levam as igrejas a crescerem? Hoje encontramos cristão gay, cristão pornô, cristão punk, cristão funkeiro, cristão roqueiro, cristão isso e cristão aquilo; Pastores fundamentam suas doutrinas em trechos e enxertos da Palavra; Outros fazem uso desta de maneira leviana, como o pastor que cheirou a Bíblia como se cheira uma carreira de drogas; Fazem casamentos homossexuais; vendem meias e outros objetos diversos como amuletos; criam cultos específico para isto ou para aquilo. Grupos de louvor criam mantras e jargões; Cantores gospel fazem shows, espetáculos de exaltação a si mesmos e já se gospeliza quase tudo o que seja vendável. Todas estas coisas têm feito o mundo ficar cada vez mais apático e contrário ao evangelho e à Bíblia.
Que tal se voltássemos ao primeiro amor?
“…haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” 2 Timóteo 4.3