Compreender a natureza humana pode ser tão complexo quanto administrá-la, porque o que é natural, pode ser anormal, quando se dá vazão ao impulso interno, sem considerar as leis, tanto espirituais, quanto sociais, que nos cercam.
A natureza, quando compreendida por natureza, segundo Kant:: “É o encadeamento dos fenômenos quanto à sua existência, segundo regras necessárias, isto é, segundo leis. Há pois certas leis, e mesmo leis a priori, que tornam inicialmente uma natureza”. De acordo com uma síntese de Lévi-Stauss, a natureza é tudo o que está em nós por hereditariedade biológica”.
Partindo disso podemos pensar no seguinte: O que está em nós é bom ou mau? Existe uma dualidade antagônica convivendo em todos os seres humanos, e para que o bom seja manifesto é preciso dominar, administrar! Ou dependendo das circunstâncias, tudo o que está em nós: bom e o mau – bem e o mal, é possível controlar?
De acordo com a visão de Paulo (Rm 7. 18-25), em resumo temos o seguinte: Nele – Paulo (que pode representar toda a humanidade), não há bem nenhum, tão somente o querer fazer o bem. Aqui descobrimos algo interessante: O bem não está nele, mas o querer fazer o bem, sim. Ele continua afirmando: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço”.
Podemos entender que no seu interior não havia um bem, mas um querer fazer o bem. Uma consciência da existência do bem e uma necessidade de explicitá-lo, como podemos entender quando fala de seu ser interior: “Porque no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus (potência), mas vejo, outra lei (pulsão) que guerreia contra a lei da minha mente (consciente), que me faz prisioneiro do pecado, que está (intrínseco) nos meus membros.
Paulo parece concluir o seguinte, dando graças a Deus por essa compreensão : “(…). Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. De maneira que, de mim mesmo, com a mente sou escravo da lei de Deus, mas segundo a carne da lei do pecado”. Neste caso encerraria como um homem totalmente em conflito, vivendo naturalmente dividido entre a lei de Deus e a lei da transgressão? Estaria ele satisfeito, apenas em viver a vida do bem em potência – com a mente voltada para Deus e com o corpo para o Diabo, escravo das ambições da natureza da carne, que age segundo a lei do pecado?
Mas, em seguida, em Romanos 8. 1-2, Paulo dá seu brado de vitória, pela conquista da revelação maior. Agora pois nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte.
Enquanto a lei do Espírito da vida, em Cristo não imperar em nós seremos reféns de outras leis que nos levarão para o caminho da morte, segundo a lei da natureza vigente, em nosso interior. Essas duas naturezas podem ser representadas na ilustração seguinte:
Um certo sábio com seu discípulo passavam sobre uma ponte, quando viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O sábio correu pela margem do rio e resgatou o bichinho com as mãos. Quando trazia para fora foi sumariamente picado, e por causa da dor o deixou cair novamente no rio. Em seguida, foi mais uma vez à margem e com um ramo de árvore o salvou da correnteza.
O mestre voltou com o escorpião salvo junto aos seus discípulos, que lhe indagaram: Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso. Veja o que fez? Picou a mão que o salvou! Não merecia misericórdia! O mestre ouviu com atenção e depois respondeu: – Ele agiu conforme sua natureza e eu, de acordo com a minha. Ser sábio é descobrir que podemos ter uma nova natureza em Cristo, que nos permite, não apenar pensar no bom, mas fazer o bem.
Como é a sua natureza?
Francisco Meirinho
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