Lembremos sempre que existem dois tipos de perfeição que os cristãos necessitam – a perfeição da justificação na pessoa de Jesus, e a perfeição da santificação operada pelo Espírito Santo. No momento, a corrupção do pecado ainda permanece mesmo nos seios do regenerado (nascido de novo do Espírito) – a experiência logo nos ensina isso. Dentro de nós ainda remanescem desejos e imaginações malignas.
Mas me alegro em saber que está chegando o dia quando Deus completará a obra que ele começou, e apresentará a minha alma, não apenas perfeita em Cristo, mas perfeita por meio do Espírito, sem mancha, nem qualquer coisa semelhante.
Pode ser verdade que este meu pobre coração pecador há de se tornar santo assim como Deus é santo? Pode ser que este espírito, que muitas vezes clama: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” será livrado do pecado e da morte – que não terei nenhuma coisa má para envergonhar os meus ouvidos, e nem pensamentos impuros para perturbar a minha paz?
Oh, que hora feliz! Que ela seja apressada!
Quando eu atravessar o Jordão, a obra da santificação será concluída, mas até aquele momento eu mesmo devo clamar pela minha perfeição. Então, o meu espírito terá seu último batismo no fogo do Espírito Santo. Parece-me que eu desejo morrer para receber esta última e final purificação que me conduzirá ao céu. Nem um anjo é mais puro do que eu serei, porque serei capaz de dizer, em um duplo sentido: “Eu sou limpo”, através do sangue de Jesus, e através do trabalho do Espírito Santo.
Oh, como devemos exaltar o poder do Espírito Santo em nos tornar assim aptos para estarmos de pé diante do nosso Pai no céu! No entanto, não deixemos que a esperança da perfeição do porvir nos faça ficar contentes com a nossa imperfeição presente. Se for assim, a nossa esperança não pode ser verdadeira, porque uma boa esperança é algo purificador, mesmo agora. A obra da graça deve ser permanente em nós agora ou ela não pode ser aperfeiçoada depois. Oremos para “sermos cheios do Espírito Santo”, para que possamos produzir cada vez mais os frutos de justiça.
Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Charles Haddon Spurgeon, em domínio público.