A fé inexperiente pode ser a verdadeira fé, mas certamente é pouca fé, e é provável que se mantenha assim enquanto estiver sem provações. A fé nunca prospera tão bem como quando todas as coisas são contrárias a ela: as tempestades são seus treinadores, e os relâmpagos são seus iluminadores.
Quando reina a calmaria no mar, coloque as velas como quiser, mas o iate não se moverá, pois num oceano adormecido a quilha dorme também. Mas deixe os ventos soprarem e então o barco será levado em direção a seu porto desejado.
Nenhuma flor é de tão lindo azul como aquelas que crescem ao pé da geleira congelada, nem estrelas brilham tão brilhantemente como aquelas que iluminam o céu polar; a água não é tão doce como a que brota no meio da areia do deserto; e nenhuma fé é tão preciosa como a que vive e triunfa na adversidade.
A fé provada traz experiência. Você não poderia ter crido em sua própria fraqueza caso não tivesse sido obrigado a passar através dos rios; e você nunca teria conhecido a força de Deus se não tivesse sido apoiado no meio das tempestades.
A fé aumenta em solidez, segurança e intensidade, mais ela é exercitada com a tribulação. A fé é preciosa, e sua provação é preciosa também.
Não deixe isso, porém, desencorajar aqueles que são novos na fé. Você vai ter provações suficientes, sem procurá-las: a porção completa será medida para você na época devida. Enquanto isso, se você ainda não pode reivindicar o resultado de uma longa experiência, seja grato a Deus pela graça que você tem; louve ao Senhor pelo grau de confiança santa que tiver alcançado; ande de acordo com essa regra, e você deverá ter ainda mais e mais a bênção de Deus, até que sua fé remova montanhas e conquiste impossibilidades.
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.