Lembro-me da emoção de entrar naquela casa. Ouvi falar dela mas só a conheci depois que outros já a tinham conhecido, os que foram antes de mim, anunciaram a beleza que encontraram. Era um sonho tornado realidade, uma meta alcançada.
A casa era bem pequena, mas quem reparava nisso? Era tudo muito simples, para quê mais do que aquilo? Os móveis eram a sobra da casa principal, mas quem não sonha em ter uma segunda casa onde possa colocar o que não quer mais onde mora?
Nada se desperdiça, agora tudo poderia ir para uma sonhada segunda casa.
Era o nosso cantinho, refúgio certo nos finais de semana, o palco principal para o natal em família. Quarenta e quatro quilômetros de esperança entre o caos da cidade e o “paraíso”.
O problema é que nós seres humanos nos sofisticamos com facilidade. Esquecemos onde começamos, quem éramos. Vamos ficando chatos, exigentes. A sombra da mangueira que dantes descansava até a alma, agora incomoda com as tantas folhas que caem no chão.
A casa ficou abandonada. Esquecida. Suja. Quem se lembra que já fora um palácio. Pois é, e o que é mais intrigante é que o “palácio” não chega aos pés da choupana que nos fazia transbordar em risos, comunhão e amor!
A segunda casa é o Batismo com o Espírito Santo
A casa abandonada é o Primeiro amor perdido
O “palácio” é a Religião
André Luiz