“Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;” (Eclesiastes 12.1)
Lembrar do Criador é sobretudo lembrar do propósito da nossa criação, que é o de que vivamos para adorar e servir a Deus em espírito.
A própria manutenção da vida do corpo e o atendimento das necessidades da alma, visam a atender este propósito maior, enquanto aqui vivemos.
A exortação é dirigida especialmente aos moços, porque é quando se é jovem e saudável que se tem a impressão de que nunca morreremos ou que de jamais seremos acometidos do inevitável processo de debilitação pela velhice.
Há uma vida para ser vivida em espírito, que é a vida que permanece e que sempre será renovada, mesmo depois que partirmos deste mundo.
Todavia, há muitos que vivem, mesmo em idade madura avançada, para os prazeres da carne, e somente para isto, como se fosse o grande objetivo da vida.
As serotoninas, dopaminas, adrenalinas, e todos os hormônios que dão satisfação à vida física e mental, não existirão em nós nos mesmos níveis, à medida que a idade avança, e ainda que fossem mantidos, um vigor físico debilitado não lhes poderia dar resposta satisfatória.
O próprio sexo, quando daqui sairmos, não existirá no céu, e muito menos no inferno.
O céu tem reservado para os que amam a Deus, delícias e prazeres espirituais e divinos.
Mas no inferno não haverá qualquer prazer para ser desfrutado, senão apenas tormentos eternos, de choro e ranger de dentes, conforme nos alertou nosso Senhor Jesus Cristo.
Importa então vivermos dentro dos limites demarcados por Deus para o uso sóbrio do corpo e da alma, e de todas as coisas que Ele dispôs para serem desfrutadas por nós, enquanto aqui neste mundo.
Importa vivermos em obediência aos Seus mandamentos, se não desejarmos afirmar juntamente com o sábio quanto aos dias de enfermidade, debilidade e da hora da nossa morte: “não tenho neles prazer”.
Não haverá prazer se não aprendermos a fazer de Deus todo o nosso contentamento, de modo sábio, desde os dias mais tenros da nossa mocidade.