No livro Lamentações de Jeremias, o profeta descreveu a dor, o gemido, a aflição, a vergonha e o clamor de Judá pela destruição e pelo cativeiro que lhe sobrevieram como um juízo da parte de Deus, por causa dos seus pecados.
Em Lamentações é revelado principalmente o quanto Deus estava irado com o Seu próprio povo de Israel, por causa das transgressões deles. A antiga comunhão, e alegria que tivera neles, se transformou na triste manifestação da Sua ira em relação a eles.
De igual modo, podemos ver como acontece com igrejas que haviam desfrutado no passado da gloriosa presença do Senhor em seu meio, operando sobretudo alegria nos corações dos crentes, conforme lhes era concedido pela Sua graça, não a alegria carnal que é comum de se ver em muitas igrejas, mas a alegria que é fruto do Espírito, e tudo o mais que expressasse espiritualmente o resultado da comunhão do Senhor com o Seu povo.
Repentinamente, depois de um processo de andar contrário à vontade de Deus e dos Seus mandamentos, sequer se encontra nestas igrejas o antigo aroma da Sua santa presença, senão apenas ritos e cerimônias externas, desprovidas da unção do Espírito Santo.
Trocaram um viver na piedade, pela busca de glória terrena e mundana, e o resultado é sempre este, tal como havia sucedido aos judeus no passado.
O Senhor ordenou que fossem destruídos os palácios, os muros da cidade de Jerusalém e o seu próprio templo, e declarou que as visões falsas e insensatas dos profetas de Israel não manifestaram a iniquidade dos judeus, para que eles fossem desviados do cativeiro, ao contrário, eram para eles profecias vãs e coisas que os levaram ao exílio (Lam 2.14).
Não podemos, aprendendo do exemplo deles, nos colocar debaixo do ensino dos falsos profetas vestidos em peles de ovelhas em nossas igrejas, e dar-lhes ouvido, em suas pregações que não nos desviam de nossos pecados, e que por fim, nos tornam sujeitos aos juízos de Deus, tanto quanto podemos aprender do exemplo do que sucedera a Israel no passado.
Por muitos anos, até mesmo séculos, o pecado de Jerusalém não havia sido manifestado e visitado de maneira tão assombrosa, a ponto de ter se tornado visível a todos os seus inimigos, e de igual modo, quando Laodiceia for vomitada da boca do Senhor, se tornará num objeto de espanto para todos aqueles que se admiravam da sua antiga glória e poder. Igrejas suntuosas, cheias de si mesmas, de orgulho espiritual, e vazias da presença do Senhor, que habita com os que são pobres de espírito, e contritos de coração. Muitos se espantarão à vista destas coisas, cujo fim se apressa por vir, e ficarão desolados com a grande vergonha que sentirão por aqueles que julgavam ser e ter o que não eram e não tinham, conforme Jesus expressa diretamente em Apo 3.16,17:
“16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;”
Estes crentes infiéis de Laodiceia, têm sido chamados ao arrependimento, pelo Senhor, em face da Sua grande longanimidade e misericórdia, mas o Seu juízo começa pela Sua própria casa, de modo que não o suspenderá em face da falta de arrependimento deles.
Em vez de se gloriarem em si mesmos, e em suas falsas graças, deveriam seguir o conselho dado pelo profeta a Jerusalém, em seus dias de cativeiro:
“18 Clama ao Senhor, ó filha de Sião; corram as tuas lágrimas, como um ribeiro, de dia e de noite; não te dês repouso, nem descansem os teus olhos.
19 Levanta-te, clama de noite no princípio das vigias; derrama o teu coração como águas diante do Senhor!…” (Lam 2.18,19)
Deus tem permitido, ao longo de toda a história da Igreja, que grandes perseguições venham sobre muitos crentes, em razão da fidelidade deles, para testemunho às nações, quanto mais não permitirá que aflições venham sobre aqueles que não andam em verdadeira piedade perante Ele?
Pr Silvio Dutra