Em um país em que ser evangélico tornou-se moda; onde ser protestante é não opor-se a quase nada e é ser igual a todo mundo; em que pregar o evangelho é difundir uma mensagem de tolerância ao pecado; onde o cultuar as modernas serpentes de metal é inocular a venenosa idolatria e contaminar a cada dia o moribundo perfil da igreja evangélica brasileira; em que instituições cambaleantes em seu egoísmo eclesiástico escandalizam a fé cristã e prendem a descrença os de fora por conta de roubos, crimes e fraudes. O que nos resta?
Estamos em uma democracia onde líderes religiosos outrora destacados se transformaram em imperadores de uma Roma eclesiástica em que ocorrem assassinatos ministeriais, armações de uma suja política eclesiástica, subornos vexatórios, perseguições por medo de não manter-se no poder e muitas ações judiciais.
Previsões de cientistas políticos esperam que os evangélicos do Brasil sejam usados como massa de manobra e como palanque social para discursos conservadores apenas com intenções eleitoreiras. Frente a este triste panorama da igreja brasileira vem a pergunta: Estamos precisando também de uma reforma no protestantismo?
A resposta é muito mais ampla e complexa do que eu gostaria que fosse. Pois se concordarmos que sim seu detalhamento exigirá a derrubada de regimes e estruturas políticas e comerciais dentro da própria igreja cristã brasileira; precisará aniquilar o poder camaleônico das mentiras que enfraqueceram o valor teológico e bíblico da verdade; sistemas arcaicos de gestão terão que ser implodidos, coronéis e latifúndios eclesiológicos devem ser expulsos e invadidos pelo bom senso cristão. As fortalezas da impiedade com suas vestimentas de piedade há muito tempo imperam neste cristianismo. Mas, tal resposta precisa de um milagre de Deus para se expressar e se consolidar de fato na vida deste vacilante perfil evangélico do século XXI.
Nossa cultura cristã ocidentalizada desenvolveu um comportamento cômodo que repele protestos, que satisfaz o mundo gospel e que absorve o mundano para a igreja sem nenhum problema. Para a grande maioria está muito bom do modo que nos encontramos, e desviado está aquele que pensa o contrário.
Crentes que são vítimas da própria letargia e falta de atitude de se posicionar por meio da Palavra de Deus. A falta de oração e de reflexão bíblica desenvolveu crentes que ouvem todas as vozes menos a de Deus. Essa insensibilidade espiritual não permite sentir que já passamos da hora de uma transformação para este cristianismo reformado e nada mudado!
O grande problema para a chegada de um avivamento para a igreja evangélica brasileira – e só isso pode reformar no melhor sentido da palavra – são as denominações de protestantes, crentes e evangélicos. Desculpem-me os irmãos, mas nenhuma denominação escapa dessa verdade – estão se omitindo da responsabilidade e ignorando a realidade escancarada da existência de uma pomposa igreja de Laodicéia com filiais e adeptos instalados em todos os nossos templos e reuniões. Falta-nos zelo pelas coisas de Deus, falta-nos prioridade para o Seu reino, falta-nos foco para o centro de sua vontade e isso cega e mata espiritualmente.
Combatamos a escarnecedora e licenciosa Laodicíea que extermina os bons costumes de crente salvo, que despreza a palavra e ojeriza santidade, que profana o sagrado, que constrói bases políticas entre pastores, que endeusa pregadores, que consagra a idolatria gospel, que glorifica cantores afortunados, que mercantiliza a fé, que converte o culto em modismos e as pregações em cismas de heresia.
A reforma precisa começar com você, na sua família, na vizinhança, na igreja e em todos os seus relacionamentos. Seu protesto é contra um sistema de mentiras orquestrado pelo príncipe das trevas que muita das vezes tem seus ideais maléficos exemplificados dentro de nossas igrejas protestantes e evangélicas.
Quero ver quem tem coragem para protestar!