Mateus 26.41
As pessoas geralmente não param para pensar sobre o lugar da oração em suas vidas. Muitos têm demonstrado que a oração ocupa o último lugar nas suas preferências. Não reservam um único momento para estarem a sós com Deus: o dia começa e termina, e a pessoa nem sequer cogitou a possibilidade de reservar um período do dia para se dedicar exclusivamente à oração. E se em algum momento ela pensou em fazer isso, ela não teve disposição para concretizar esse pensamento; concluiu que o seu tempo era muito curto e que havia outras prioridades. Assim, a oração vai, pouco a pouco e imperceptivelmente, cessando em sua vida.
Esta é uma situação muito comum entre os crentes. O que não é muito comum é pensarem nas conseqüências disso. E o que acontece quando cessam as orações? Um exemplo claro pode ser encontrado no livro dos Juízes. Enquanto as pessoas buscavam a Deus, elas conseguiam viver em santidade, agradá-lO e ter paz em suas vidas. Contudo, tão logo elas deixavam de buscar a Deus, elas começavam a pecar, se afastavam de Deus e sofriam as conseqüências dos seus próprios pecados.
Este princípio também é encontrado no Novo Testamento. Quando Jesus estava no Jardim do Getsêmani, Ele se voltou para os seus discípulos e disse: “Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26.41) Aqui, nesta ocasião, Jesus mostrou que se a pessoa não vigia e ora, ela certamente será envolvida com a tentação e cairá em pecado. E já que a ausência de oração ocasiona muitos prejuízos, nós devemos orar.
A ausência de oração ocasiona a falta de discernimento
A Bíblia nos ensina que todas as pessoas, invariavelmente, serão tentadas. Até mesmo o Senhor Jesus enfrentou vários períodos de tentações (Lucas 4.1-13). Entretanto, apesar disso, as pessoas não conseguem, todas elas, obter os mesmos resultados frente às tentações. Algumas pessoas conseguem vencê-las e outras são derrotadas. O que vai definir a vitória ou a derrota das pessoas é a vida de oração e, conseqüentemente, o discernimento que ela adquire a partir dela. Se a pessoa tem uma comunhão constante e sólida com Deus, então ela vai ter muito mais condições de discernir os acontecimentos e ser vitoriosa sobre as tentações. Caso contrário, ela vai ser constantemente derrotada.
A atitude que os discípulos de Jesus tomaram no Jardim do Getsêmani, por exemplo, foi resultado da sua falta de discernimento. Eles não estavam discernindo os acontecimentos que tão somente revelavam o cumprimento das profecias. Por isso, sacaram as espadas e feriram um soldado; fugiram desorientados e se esconderam dos judeus; ficaram desesperados e perderam a esperança diante da prisão e crucificação de Jesus. Por causa da ausência da oração, eles não conseguiram discernir os acontecimentos.
A ausência de oração ocasiona a queda no pecado
A queda no pecado é um desdobramento natural da falta de discernimento. Foi o que aconteceu com os discípulos de Jesus, por exemplo. Eles não conseguiram discernir o que estava acontecendo no Getsêmani e, por isso, eles deixaram o medo, o desespero e a incredulidade tomar conta de seus corações. Eles caíram no pecado.
Muitas pessoas caem no pecado e permanecem nesta situação porque não têm uma vida de oração. Elas não conseguem discernir os acontecimentos e começam a imaginar que as suas atitudes erradas são normais. Quando cessam as orações na vida de uma pessoa, ela vai pouco a pouco se tornando mais complacente com o pecado. Ela já começa a aceitar certos pensamentos, sentimentos e comportamentos que antes ela considerava reprováveis. Ela já não acha tão errado guardar rancor e amargura no coração, falar e permitir que falem mal dos outros, ouvir e fazer fofocas, concordar e semear divisões, pecar e concordar com o pecado. A ausência de oração vai deixando a pessoa com a consciência cauterizada.
Conclusão
Nós não podemos negligenciar as palavras de Jesus. Sabedor dos prejuízos da ausência de oração, Jesus ordenou os discípulos a vigiarem e orarem (Mateus 26.41). Apenas a vida de oração, a busca de Deus e o relacionamento com o Senhor poderão nos capacitar a discernir os acontecimentos e vencer as tentações. Não basta dizer que oramos enquanto fazemos outras coisas ou desenvolvemos outras atividades. A oração requer um tempo exclusivamente separado para estarmos a sós com Deus. Por isso, eu lhe convido a separar um instante, neste momento, para pensar e refletir sobre sua vida de oração. Você tem discernido os acontecimentos? Você tem vencido o pecado? Você tem separado um período para estar a sós com Deus?