Quando uma ortodoxia morta imperava na maioria das congregações cristãs, Deus enviava avivamentos para aumentar o zelo e fervor dos cristãos, almejando tanto a conversão de almas, quanto a edificação dos santos na verdade.
Os avivamentos puritanos, e posteriormente com Jonathas Edwards (EUA), John Wesley, George Whitefield (Inglaterra), por exemplo, tiveram o mérito de manter o equilíbrio entre as manifestações de poder sobrenaturais dos dons espirituais, com a aplicação da Palavra de Deus às vidas dos cristãos, para a sua transformação pessoal.
Isto pode ser visto e comprovado em todos os sermões que foram escritos por eles.
Posteriormente, quando houve o arrefecimento dos efeitos destes avivamentos, entrou em cena, primeiro o avivamento pentecostal, e posteriormente o carismático.
O primeiro fez grande ênfase no batismo do Espírito Santo, com evidência do dom de línguas ou de profecia.
O segundo, como a semântica da própria palavra “carismático” indica, fez ênfase em todos os dons espirituais, porque a palavra carisma, no original grego, se refere aos dons do Espírito Santo.
Todavia, o exato significado bíblico da palavra “amor” (ágape) ficou um pouco obscurecido, por ser entendido como mero sentimento ou afeto, e não como sendo as próprias virtudes de Cristo (fruto do Espírito Santo) implantadas no caráter do cristão, em plena comunhão com Ele.
Daí o apóstolo Paulo ter feito uma menção especial ao amor, na seção relativa aos dons espirituais em I Coríntios, o qual não foi ali apresentado como um dom, mas como o caminho sobremodo excelente em que todos os cristãos devem andar, para o pleno agrado de Deus.
Então são destacadas as características deste amor, como sendo paciente, benigno, que tudo sofre, espera, crê, e que folga com a justiça e verdade evangélicas, e tudo o mais que se refere à transformação pessoal do cristão até a sua plena maturidade, à semelhança ao caráter do próprio Senhor Jesus Cristo.
Foi o esquecimento desta parte essencial à vida cristã, que sujeitou os cristãos de Éfeso à reprimenda que lhes foi dirigida pelo Senhor, porque estavam se aplicando somente às obras do evangelho, sem serem transformados pelo evangelho.
Assim, quando se fala em santificação, o que se tem em foco, é sobretudo, colocar a ênfase não nos dons, ainda que estes sejam importantes, mas no amor de Cristo, tal como ele deve ser entendido biblicamente.
Isto consiste em se renunciar às obras da carne, em se crucificar o ego, em se despojar do velho homem, para se revestir do novo, criado segundo o poder de Jesus Cristo, pela implantação das suas virtudes do amor, da fé, da longanimidade, da paciência, da perseverança, da misericórdia, da alegria, da paz, da bondade, da benignidade, e de tudo o mais que faz parte da Sua pessoa divina, e que nos é comunicado pelo poder do Espírito, em obediência à Palavra de Deus.