Há quem diga que o Natal, a história que conta e celebra o nascimento de Jesus, no dia 25 de dezembro, na verdade é a mistura de várias outras histórias e mitologias de alguns deuses pagãos da antiguidade. Entre estes ilustres personagens que emprestaram suas histórias figurariam, principalmente, Horus (egípcios), Mitra e Attis (persas e romanos) e até mesmo Krishna (hindus) que, segundo as fontes históricas dos seus povos de origem, bem antes da história do Jesus dos cristãos, teriam nascido no dia 25 de dezembro, também através de uma virgem. Coincidência? Alguns outros elementos e símbolos utilizados nas festas natalinas também teriam seus correspondentes nas tradições pagãs como a árvore de natal, guirlandas e a troca de presentes nesta data. Seria, então, o Natal uma grande farsa, um plágio ou uma celebração pagã disfarçada de festa cristã?
De fato, a conversão do imperador Constantino e a transformação do cristianismo na religião oficial do Império Romano, no século IV, provocou uma grande mistura das tradições pagãs romanas com as tradições cristãs. Festas, datas e costumes pagãos foram remodelados e recontados utilizando-se agora nomes e personagens da história cristã. É verdade também que o dia 25 de dezembro foi “tomado emprestado”. Talvez, quem sabe, na intenção de provocar uma melhor assimilação dos conceitos cristãos nos romanos, que foram sendo convertidos ao cristianismo.
As datas e festas foram mantidas para facilitar a compreensão pedagógica da história do “novo” Deus que era apresentado ao mundo da época. Independentemente das tradições pagãs e da acusação de suposta tentativa de plágio por parte da religião cristã, o fato é que o Jesus histórico é real e comprovável através de centenas e milhares de fontes documentadas dentro e fora dos textos bíblicos. Alguns historiadores e pesquisadores indicam que o nascimento de Jesus teria ocorrido na verdade entre os meses de maio a julho, mas não se pode afirmar com certeza a data do nascimento de Jesus.
Até mesmo o ano do seu nascimento é impreciso, com uma margem de erro de até 6 anos. O que nos importa então é o testemunho de homens e mulheres que andaram com Jesus, estiveram presentes durante os seus feitos, foram testemunhas oculares, relataram suas impressões e experiências, dedicaram suas vidas a segui-lo e até foram capazes de morrer por ele depois de tudo o que vivenciaram. A vida e a história contada por esta gente é o que dá sentido ao Natal cristão, muito além da confirmação ou comprovação da data em que Jesus tenha nascido.
Os escritores dos Evangelhos e dos demais textos do Novo Testamento são unânimes em afirmar não só a humanidade e historicidade de Jesus, mas que nele foi manifestada corporalmente a Graça e a Glória de Deus. E ainda mais: foram capazes de afirmar, correndo risco de vida, que Jesus havia ressuscitado dentre os mortos, o que as autoridades da época proibiram severamente de se falar. Por que alguém seria capaz de enfrentar torturas, perseguição, prisão e o perigo de perder a própria vida por uma história que se soubesse que era mentirosa? Seria muito mais simples negar tudo, mas eles preferiram pagar com a própria vida do que mudar a versão dos fatos. Deus se fez carne, assumiu a forma de homem por amor à humanidade, isso é o centro da mensagem e celebração do Natal.
Falando a respeito de Jesus, o Evangelho de João afirma categoricamente: “O Verbo (Palavra) se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como do Filho único de Deus” (João 1.14) e ainda “porque Deus amou o mundo de tal maneira que enviou o seu único Filho para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (João 3.16). O apóstolo Paulo diz também: “Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Filipenses 2.6-7).
E Jesus? O que Ele diz a respeito de si mesmo? “Eu e o Pai somos um.” (João 10.30), “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11.25), “Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Apocalipse 1.8). Por que dar crédito a textos tão antigos? Novamente afirmo que mais importante do que os textos em si, além da informação histórica, é o testemunho daqueles que os escreveram. De alguma forma, Deus se manifestou e se deixou testemunhar entre todos os povos da terra desde o início da criação.
Algumas culturas absorveram a revelação e a transformaram para o bem, outras para o mal. A exemplo disso, ninguém pode negar que até mesmo o cristianismo tenha cometido seus equívocos na tentativa de decifrar e encapsular Deus com exclusividade. Nenhuma religião do mundo pode conter toda a revelação de Deus, mas em Jesus toda a plenitude de Deus foi exposta ao mundo. Mitra, Horus, Attis, Krishna, Dionísio e outros deuses pagãos da antiguidade na verdade foram apenas lampejos e tentativas do homem entender Deus. Todos eles carregam o arquétipo do Cristo, tem alguma informação ou aproximação histórica com Jesus, mas são apenas imagens desfocadas da entrada de Deus na história humana.
Por amor, Deus se permitiu ser conhecido até mesmo fora do contexto bíblico com a intenção de facilitar a compreensão das boas novas e do sacrifício eterno do Cordeiro de Deus antes mesmo da fundação do mundo. Muitas outras culturas tentaram se aproximar de Deus através das suas próprias histórias, mas todos estes mitos e histórias só fazem sentido se entendidos através de Jesus, em quem Deus se apresentou à humanidade definitiva e absolutamente.
Apesar de a data ter vindo de fora do cristianismo e ter ganho um sentido extremamente comercial, o Natal é uma das maiores oportunidades que os cristãos de hoje têm para testemunhar que Deus se deu como presente para toda a humanidade, a fim de que todo aquele que Nele crer encontre a Vida Eterna. Em verdade, o Natal é para ser celebrado, relembrado e testemunhado todos os dias. Mas ganha ênfase na mídia e no inconsciente coletivo do mundo todo no dia 25 de dezembro. Por que não utilizar esta data para explicar ao mundo o verdadeiro sentido do Natal? O Deus que se deu e se fez presente na história do Natal te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!