Nenhum crente pode de si mesmo exercer o princípio, ou poder, de uma vida espiritual, em qualquer instância, interna ou externa, em relação a Deus ou aos homens, de modo que isto deve ser um ato de santidade procedente do Espírito Santo.
O crente não pode fazê-lo de si mesmo, em virtude de qualquer poder habitualmente inerente a ele. Não é comunicada a nós neste mundo qualquer capacidade espiritual que seja independente da ação direta do Espírito Santo; porque é ele o gerador de todos os atos santos de nossas mentes, vontades e afetos, na execução dos deveres espirituais.
Acrescente-se que necessitamos de graças renovadas pelo Espírito, todos os dias, ou seja, não recebemos uma provisão de poder para ser estocada. A graça é concedida pelo Espírito à medida que se faz necessária e no tempo apropriado da sua necessidade.
É aplicado em nossa vida espiritual, quanto à concessão da graça, o mesmo princípio que regula a providência divina em nossas necessidades naturais.
Como ramos da Videira Verdadeira necessitamos receber a seiva (graça) vivificadora diretamente da raiz, que é Cristo. Assim, recebemos a graça, e não somos nós, de maneira alguma, quem a produz e distribui.
Daí dizer o apóstolo:
“E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus,” (2 Cor 3.4,5).
De si mesmo, o crente nada pode realizar porque toda santidade ou qualquer coisa espiritualmente boa é sempre efeito da graça e é operado em nós pelo Espírito Santo que é o autor de todas as operações divinas.
Pr Silvio Dutra