Por mais repetitivos que sejamos em relação a este assunto da natureza da nova criatura em Cristo, na qual somos transformados na conversão, nunca será demais, em face da importância de termos isto devidamente gravado e lembrado em nossas mentes.
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.” (Rom 5.12)
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,” (Ef 2.1).
Estas e outras passagens bíblicas se referem à condição de morte, perante Deus, de toda a humanidade em razão do pecado, tal como ele havia dito ao primeiro homem que ele morreria e nele toda a sua descendência, caso lhe fosse desobediente.
Então Jesus nos foi dado para nos transportar da morte para a vida.
“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (João 5.24)
“Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.” (I João 3.14)
Vejamos então como passamos da morte para a vida, por sermos agora novas criaturas, por meio da fé em Jesus.
Isto não significa que recebemos um novo espírito para ocupar o lugar do nosso espírito.
Não significa também o recebimento de uma nova personalidade para substituir a que tínhamos até a nossa conversão, uma vez que esta permanece em nós.
Não encontramos amparo para este tipo de ensino nas páginas de toda a Bíblia, mas lá encontramos que passamos a ter um novo princípio de vida espiritual, divina e celestial que é implantado em nós, quando temos o nosso primeiro encontro pessoal com Cristo, como uma semente, destinada a germinar, e a crescer e a produzir frutos de justiça, consoante as virtudes da própria pessoa de Jesus, I Pe 1.23; Tg 1.21; 1 João 3.9.
É pela habitação do Espírito Santo no crente, e por esta nova disposição de vida nele implantada, que todas as faculdades e disposições do nosso corpo, alma e espírito são vivificados e renovados, para o que se chama de novidade de vida.
Por fazer aumentar e crescer em nós estas graças referidas, mortificamos o princípio operante do pecado, e adquirimos mais das virtudes do próprio Cristo, em operações progressivas renovadoras do Espírito Santo.
Assim, lemos em Romanos 8.6-13 o seguinte:
“Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita. Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” – Romanos 8:6-13
A qualidade da vida de Deus somente pode ser vista portanto, naqueles que foram e que têm sido vivificados pelo Espírito Santo.
É destes e somente destes que Deus declara nas Escrituras que vivem. Seguramente, a qualidade de vida que se tem fora da comunhão com Deus não pode ser chamada propriamente de vida, senão de morte, por causa da impossibilidade da citada condição de nos habilitar a amarmos a Deus e a ter prazer na sua vontade e mandamentos, provando este amor, por permitir que Sua Palavra seja aplicada às nossas próprias vontades e vidas.