Diante de Deus e de sua Palavra, todas as pessoas, segundo a Bíblia, possuem nomes qualificativos, que podem variar de pior para melhor, e vice-versa, dependendo do modo em que são encontradas quanto ao seu caráter e comportamento.
Veja o caso de Cefas (caniço agitado), a quem Jesus deu o nome de Petros (pedra); indicando a mudança de um caráter que possuía a fraqueza do caniço, para um que possuía a firmeza da pedra.
Daqui em diante, estaremos apresentando o diálogo entre dois personagens a quem chamamos, respectivamente, de Vacilante e Confirmado, através do qual poderemos entender muitas coisas relativas a este assunto:
Vacilante: Você não acha que é uma grande presunção da sua parte usar este nome de Confirmado?
Confirmado: De modo algum. Afinal já usei o nome de Vacilante, e muitos outros qualificativos negativos, apesar de estar sujeito, se possível fora, a perder o meu nome atual e voltar a ter o de Vacilante, caso venha a apostatar da fé. Este nome recebi e a ele tenho feito jus porque me encontro agora firmado juntamente com a graça na Rocha que é Jesus, e me comporto segundo a Sua vontade e Palavra, que cheguei a conhecer a duras provas, ao longo de minha vida.
Vacilante: Eu continuo achando que é mesmo presunção, porque afinal todo mundo é igual. Todo mundo erra e acerta. Não há quem não peque. E como pode alguém dizer que se chama Confirmado?
Confirmado: Você encontra base bíblica para isto em várias passagens, como por exemplo em 2 Tes 2.17 e em I Pe 5.10. Afinal não somos nós que nos confirmamos, especialmente em toda boa obra e na Palavra, mas é Deus quem faz isto pelo seu Espírito em nós. Esta confirmação é um hábito quando a graça é mais estável e aumentada em nós pela ação real de Deus.
Vacilante: Ora, grande vantagem! Eu também conheço a Palavra de Deus. Eu leio a Bíblia diariamente. Eu frequento os cultos públicos de adoração. E apesar de ter este nome de Vacilante, eu creio muito em Deus.
Confirmado: A questão prezado Vacilante não tem muito a ver com o quanto conhecemos da verdade, e se de fato conhecemos a verdade e sua pureza, mas sim, em quanto nós a temos arraigada ao nosso viver. É daí que decorre recebermos estes nomes qualificativos. É pelo que somos realmente como pessoas em nosso caráter e comportamento, pela justa avaliação do Espírito Santo de Deus, e nem tanto pelo que pensamos que somos.
Vacilante: Mas como isto se aplica na prática ao viver das pessoas? pois como eu já disse antes, não há quem não erre. Todos somos pecadores.
Confirmado: Sim, isto é verdade, mas há quem ame o erro e o pecado, e quem os deteste. Enquanto neste mundo, a nossa condição de pureza de coração não é determinada por nossa perfeição, mas pelo quanto honramos toda a Palavra de Deus, e buscamos de fato aplicá-la às nossas vidas, pelo arrependimento e pela oração. É isto que determina a diferença. Daí decorrem os nomes qualitativos que Deus nos atribui, como podemos ver nos seguintes pares, o primeiro, positivo, e o segundo, negativo: crente/descrente; fiel/infiel; verdadeiro/falso; sincero/hipócrita; confirmado/vacilante; benigno/maligno; obediente/desobediente; manso/rebelde; humilde/orgulhoso; puro/impuro; moderado/imoderado; sensato/insensato; sábio/estulto; gentil/grosseiro; generoso/egoísta; alegre/deprimido; liberto/escravo; e a lista parece não ter fim.
Vacilante: Ah! Está ainda muito difícil de entender certas coisas. Por exemplo: independentemente do grau que esta adjetivação possa ter, de ser pouca, média ou muita; não há quem se encontre livre de ser achado, ainda que eventualmente, em alguns destes aspectos negativos considerados. E então, como é que alguém pode ter a certeza de que é aceito por Deus e que irá para o céu depois da morte, já que estamos sujeitos a errar em vários pontos enquanto estivermos neste mundo?
Confirmado: Por isso que é muito importante que tenhamos um conhecimento correto do plano da salvação. Se chegamos a ser confirmados na Rocha, que é Cristo, na Sua Palavra, dificilmente sofreremos com dores de consciência, em dúvidas em relação a estas coisas. É certo que erramos em muitas coisas. Mas como eu já disse, não é aí que reside o âmago da questão que estamos tratando. O grande fato é que há pessoas que não permitem um trabalho da graça em suas vidas. Não querem ser transformadas e santificadas para terem a semelhança de Cristo. Outras há que não somente permitem, como querem mais do que tudo que este trabalho seja realizado em suas vidas. Elas querem a perfeição de santidade que terão no céu. Elas lutam para alcançarem o máximo de perfeição que lhes seja possível aqui na Terra. E é portanto, neste esperança de perfeição pela qual elas lutam, e da qual obtêm porções consideráveis ainda neste mundo, que elas podem ter a certeza de que são salvas; porque isto testifica para si mesmas que elas têm de fato o penhor do Espírito Santo trabalhando em seus corações, porque sabem, que de outra forma, não poderiam ser mudadas da maneira que foram.
Vacilante: Mas quem não tiver este conhecimento e convicção de mudança não será salvo?
Confirmado: Eu não disse isso. Esta certeza da salvação está disponível para os que se salvam, porque Deus determinou que assim deveria ser. Não seríamos salvos na dúvida, na escuridão, na incerteza, mas teríamos a testificação do Espírito Santo, com o nosso espírito, que passamos a ser filhos de Deus, por meio da fé em Jesus.
Se conhecermos o plano de salvação, melhor ainda. Mas Deus, em sua infinita misericórdia e bondade, salva até mesmo aqueles que cuja compreensão não lhes permita entender adequadamente os fundamentos deste plano, todavia, os salva porque conhece profundamente o coração de cada pessoa, e sabe quem deseja e se submeterá de fato ao seu trabalho de santificação de seu espírito, alma e corpo. E assim, dá também a estes a testificação de seu Espírito de que foram também salvos, por terem crido em Jesus.