Se recebemos o próprio Cristo em nossos corações, a nossa nova vida se manifestará em íntima familiaridade com ele por uma caminhada de fé nele .
Andar implica ação . Nossa religião não deve ser confinada ao nosso quarto, é preciso haver um efeito prático no que cremos. Se uma pessoa caminha em Cristo, então ela agirá do mesmo modo como Cristo agiria, porque Cristo é nela, a sua esperança, o seu amor, a sua alegria, a sua vida, ela é o reflexo da imagem de Jesus, e os homens dizem a seu respeito: “Ele é como o seu Mestre; ele vive como Jesus Cristo”.
Andar significa progresso. “Assim, andai nele”; agindo de graça em graça, correndo para a frente até chegar ao limite do grau de conhecimento que o homem possa alcançar sobre o nosso Amado.
Andar implica continuidade. Deve haver uma perpétua permanência em Cristo. Quantos cristãos pensam que devem estar na companhia de Jesus, somente pela manhã e à noite, e que podem, então, dar o seu coração para o mundo todo o dia; mas isso é um viver pobre; devemos sempre estar com ele, pisando em seus passos e fazendo a sua vontade.
Andar também implica hábito. Quando falamos do caminhar e da conversação de um homem, queremos nos referir aos seus hábitos, o teor constante de sua vida. Agora, se, algumas vezes, desfrutamos de Cristo, e depois o esquecemos; se às vezes o chamamos de nosso, e logo perdemos a sua companhia; isto não é um hábito, nós não andamos nele. Temos que permanecer nele, agarrarmo-nos a ele, nunca deixá-lo ir, mas vivermos e termos o nosso ser nele.
“Como recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele”; perseverando da mesma forma como você havia começado, e, como no início Jesus Cristo era a confiança de sua fé, a fonte de sua vida, o princípio de sua ação, e a alegria de seu espírito, de igual modo ele deve ser até o final da sua vida, mesmo quando você andar pelo vale da sombra da morte, e celebrar a alegria e o descanso que permanecem para o povo de Deus. Que o Espírito Santo nos permita obedecer a esse preceito divino.
Texto de autoria de Charles Haddon Spurgeon, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.