Se tivéssemos a oportunidade e pudéssemos escolher entre liderar o louvor, ou fazer parte de uma equipe de louvor em uma igreja menor (75 – 100 pessoas), ou em uma igreja maior (500 – 600 ou mais pessoas), nós escolheríamos as igrejas grandes.
Vamos lá, seja honesto.
Porém a realidade mostra que a maioria dos líderes e equipes de louvor hoje, estão ministrando em igrejas menores.
Desde 1975, eu ajudei a formar equipes de louvor em cinco igrejas, a maioria delas no sul da Califórnia (EUA). Duas destas igrejas cresceram rapidamente, com muitos músicos e pessoas criativas com quem eu podia trabalhar. As outras três também cresceram de forma rápida, porém tinham poucos músicos. Eu disse isto, para mostrar que entendo como é difícil liderar quando não podemos experimentar o luxo nem o prazer de termos uma sólida seleção de pessoas, um tecladista inspirado que improvisa bem, um guitarrista de bom gosto, e assim por diante….
É especialmente desafiador estar diante do povo com seu violão, ou sentado atrás do teclado, e tentar ensinar a nova música depois de você e o povo já terem ouvido a gravação completa, com todos os arranjos. Parece que a música murcha. Mesmo assim, você deve começar onde está, com aquilo que você tem a sua disposição. Saiba que o Senhor se alegrará, e as pessoas poderão entrar em adoração ao Rei. Então, “não despreze o dia dos humildes começos” (Zacarias 4:10)
Se você está atualmente em uma igreja pequena, existem alguns conceitos básicos que devem estar em sua mente e irão ajudá-lo a atingir seus alvos como líder e como grupo. Durante o culto fúnebre do técnico de futebol americano George Allen, eu fiquei profundamente tocado e motivado pelo impacto que sua vida teve em grandes atletas. Em doze temporadas como técnico de equipes profissionais, Allen nunca perdeu um campeonato. O que foi mais impressionante, é que ele conseguiu isto contra grandes dificuldades.
Seu lema era “O futuro é agora“, para ele isto significava que todos seus esforços deveriam ser concentrados em vencer hoje. Isto também significava que ele tinha que vencer com jogadores que muitos consideravam “acabados“, ao invés de montar uma equipe com o objetivo de vencer depois de 3 ou 5 anos, que era o mais comum para técnicos que assumiam novas equipes. Allen, um Cristão, atingiu seus objetivos para as vidas de seus atletas e para os clubes, usando cinco princípios essenciais. Eles são aplicáveis a nós e nossos alvos na liderança do louvor.
Liderança
O primeiro é liderança. Pode parecer meio óbvio, mas às vezes este ingrediente fundamental na condução da adoração não está presente. O líder do louvor precisa liderar.
No inicio da Vineyard, o Senhor nos direcionou para adotarmos um modelo diferente do que era mais comum naqueles dias, um “diretor musical“. Este sistema funcionava em muitas igrejas da seguinte forma, o diretor liderava o coral, mas a congregação ficava sem liderança. Ele dizia o número no hinário e regia. Em algumas igrejas ele funcionava como um animador de torcidas: “Grite Jesus, levante-se, sente-se, levante suas mãos, todos de joelhos, se você é salvo e sabe disso diga amém….“.
Isto era normal para nós porque era o único modelo que conhecíamos. Mas o Senhor começou a mostrar um novo caminho, que se tornou basicamente no que é hoje, o louvor da Vineyard. Nós vimos Carl Tuttle e Eddie Spinosa levantarem-se, começarem a tocar, adorando a Deus e não dando nenhuma orientação sobre o que deveríamos fazer.
Nós aprendemos a colocar nossa atenção no Senhor, e aprendemos que poderíamos nos levantar, sentar, ajoelharmo-nos, levantar as mãos, sentar sobre as mãos, qualquer coisa, desde que estivéssemos confortáveis e não estivéssemos chamando atenção para nós mesmos.
Carl e Eddie estavam liderando mesmo sem dizer muita coisa. Mas em igrejas mais novas, onde as pessoas estão vindo de estilos diferentes de igreja, ou de uma vida sem igreja, eles podem não entender o que está acontecendo. É importante que algumas explicações sejam dadas sobre o que está para acontecer, e por que.
Além disso, nos anos mais recentes, nós na Vineyard, nos abrimos para alguns estilos diferentes de liderança na adoração. Martin Smith da Inglaterra e Kevin Prosch, ambos, ocasionalmente, falam com a congregação para liderar o povo em alguma declaração conjunta de louvor, honra ou adoração ao Rei. Então, mesmo evitando ser um “animador de torcida“, não tenha medo de liderar o povo!
Paixão
O segundo princípio que era uma característica no técnico Allen, era seu estilo de liderança cheio de paixão. O dicionário diz que paixão pode ser qualquer tipo de sentimento ou emoção, especialmente um sentimento, que gere uma força intensa. Allen não tinha o estilo de um “gritão“, mas mesmo assim podemos dizer que ele era apaixonado por seu compromisso com seus jogadores, e seu objetivo de fazê-los vitoriosos.
Muitas vezes desenvolvemos a rotina da tarefa, neste caso, liderar o louvor, e torna-se difícil manter nossa paixão por este compromisso. Quando começamos, pode ser até estarrecedor, mas depois que vencemos o medo do palco e nos acostumamos a estar diante das pessoas, o temor se vai e a rotina nos ataca.
Isto pode ser especialmente verdadeiro em um grupo menor. “Que diferença isto vai fazer?”, nós podemos pensar. “Bom, somos somente 75 pessoas, e todos nos conhecemos“. Esta atitude pode gerar um trabalho mal feito, liderança pobre, e pode afetar profundamente a adoração das pessoas. Eles terão seus momentos de adoração, mas não será por sua causa, nem com sua ajuda.
Algumas pessoas têm mais facilidade de se apaixonarem por algo, do que outras, mas isto é uma qualidade que pode ser desenvolvida. É a virtude que eu mais admirava em Keith Green (1 ).
O Apóstolo Paulo encorajou a igreja em Roma a terem paixão. “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito” (Rm 12:11). O Senhor condenou os de Laodicéia por sua falta de paixão (Apocalipse 3:16), e é a qualidade que caracterizou a vida de Calebe, que seguiu ao Senhor de todo seu coração (Num. 14:24). Não negocie sua liberdade de expressar seu amor e adoração por Cristo com paixão, e da mesma forma as pessoas se sentirão livres para fazerem o mesmo.
Larry é parte do Movimento Vineyard, e de sua ênfase na adoração desde seu início. Ele toca instrumentos como o bandolim e violino. Ele já experimentou uma grande variedade de oportunidades na música, e dá uma grande contribuição para qualquer equipe. Ele vive com sua esposa na Califórnia.
Fonte: www.vineyardmusic.com.br
Esta palavra continua esta semana…
1. Nota do Tradutor: Keith Green foi um grande músico e evangelista Americano. Foi o fundador do ministério “Last Days Ministries”. Ele faleceu em 1982 com dois de seus filhos, na queda de um avião.
Fonte: Portal Adorando