“Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;
justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção,” (Rom 3.21,22)
Chegamos agora ao comentário dessa palavra que Paulo declara no primeiro capítulo ser o coração do evangelho – a razão é esta: “o poder de Deus para a salvação”, a saber: “a justiça de Deus através da fé – princípio revelado a qualquer que tenha fé” (1.17).
O primeiro trabalho do apóstolo, como vemos na porção de Rom 1.18 a 3.20, foi trazer todo o mundo sob o julgamento de Deus, culpado, impotente. Sua segunda tarefa (e esta é uma benção!) é revelar Deus que veio em justiça na cruz para nós. Vamos mais diligentemente ler, refletir, sim, e memorizar os versículos 21 a 26, porque isto é a grande declaração de Deus da justificação pela fé. Seu primeiro anúncio é:
Verso 21: “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas” – As primeiras palavras: “Mas agora”, devem ser saudadas por nós alegremente, como o começo de algo novo e celeste diferente da nossa culpa e impotência, detalhadas na parte anterior da Epístola, na porção de 1.18 a 3.20.
A próxima frase é: “sem lei” – aplique isso ao seu coração! Infelizmente, a King James Version perde a ênfase aqui. Porque o original grego põe grande ênfase nesta grande frase “sem lei” ( choris nomou ) e, assim, estabelece mais fortemente a separação por completo desta justiça divina de qualquer desempenho da lei, de quaisquer obras do homem. Lutero assim o expressou: “sem a ajuda de acessórios da lei.” Nesta revelação da justiça de Deus, a lei foi deixada de fora de consideração. A justiça é estabelecida em outro princípio diferente das nossas boas obras!
Agora, o grande e muito comum erro na consideração da justiça de Deus aqui, é, permitir a lei, pelo menos em algum lugar. Os homens não podem, ao que parece, superar o raciocínio que desde que Deus uma vez promulgou a dispensação da lei, que ele tem apelado à justiça humana. Ele deve, posteriormente, ficar vinculado a isto para sempre. E a despeito da garantia divina, mais e mais e mais, a presente dispensação se fundamenta num princípio completamente diferente; porque “se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade”, Heb 7.18,
Porque Aquele que tinha o direito de ordenar tinha também o direito de revogar. Foi “por causa de sua fraqueza e inutilidade, pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou”, -que o “precedente mandamento” foi posto de lado. Ele serviu ao seu propósito de fazer a transgressão “abundar” (Rom 5.20).
Não é que Deus não tenha o direito de exigir justiça legal de nós, mas que Ele não o faz. “A justiça que é de Deus” fala de uma forma diametralmente oposta à obediência da lei pelo homem, de qualquer tipo que seja.
Os homens que não veem ou acreditam que toda a história daqueles que estão em Cristo terminou na cruz (porque eles morreram ali, com Cristo) devem sustentar que Deus ainda está exigindo justiça, porque “a lei tem domínio sobre o homem, enquanto ele vive!”
Os “doutores da Lei” (I Tim 1.7) dizem: “Por trás de Deus, assim como Ele fala com você em graça está a Sua Lei eterna. E Ele deve realizar o que Ele tem manifestado na referida lei. Mas, porque você não é capaz de cumpri-la, Ele tem “graciosamente” dado Cristo, para realizar todas as suas necessidades para você. E as exigências positivas, ou “ativas” são, a observância de todos os mandamentos da Lei ao pé da letra, – isto (estes professores dizem) Cristo tem pela sua vida perfeita de obediência à lei na terra, obtido para você. E a obediência negativa, ou “passiva”, como eles a chamam, ou seja, a pena de morte por seus pecados, que a Lei (dizem eles) exigiu, Cristo pagou na cruz. De modo que, agora que seus débitos são cancelados pela morte de Cristo, você tem “méritos” legais de Cristo como sua justiça real diante de Deus, porque Deus deve exigir (dizem eles) a perfeita justiça de você, como medida por sua santa Lei”, – etc, etc.
Esta aparentemente bela conversa é antibíblica e não bíblica.
Deus diz que o crente não está debaixo da lei, que ele está morto para a lei, – com base nesse princípio geral, está em Cristo ressuscitado, e Cristo certamente não está sob a lei no Céu! Os crentes estão “nele”, pois eles “não estão na carne” (Rom 8.9). Eles estavam anteriormente na carne (na antiga vida natural de Adão), mas agora são “novas criaturas” em Cristo Ressuscitado!
Se você colocar os crentes sob a lei, você deve colocar também a sua cabeça federal, Cristo, de volta sob a lei, pois “como Ele é, somos também nós neste mundo.” Para fazer isso, você deve reverter o Calvário, e ter Cristo de volta na Terra “sob a lei.” Porque a lei, repetimos, não foi dada a uma assembleia celeste, mas para uma nação terrena. A Escritura diz que era para resgatar pessoas terrenas (Israel) que estavam sob a lei, que Cristo “nasceu sob a lei” (Gál 4.4). Você deve, portanto, se estiver “sob a lei”, estar associado a um Cristo que pertence a Israel, a um Cristo de carne e sangue, e deve consentir em ser um israelita sob a lei – a nação à qual Ele foi enviado. Mas, infelizmente!
Você não acha esse Cristo aqui! Ele disse que deveria “permanecer sozinho”, – como o grão de trigo, a menos que “caísse na terra e morresse.” A um Cristo terreno judaico você não pode portanto, estar unido. E assim sua vã esperança de ter Moisés e Cristo é totalmente frustrada. Portanto, você deve se unir com um Cristo ressuscitado, ou com nenhum! Mas se estar num Cristo ressuscitado, é estar nAquele que morreu para o pecado (Rom 6.10), os crentes (judeus) que estavam sob a Lei morreram com Ele para a Lei (Rom 7.4). E vocês, se são de Cristo, são agora totalmente, como Cristo é, com base na ressurreição. Esta verdade será exposta totalmente nos capítulos seis e sete; mas podemos notar aqui,
As palavras “tem se manifestado” (do verso 21) podem ser expressadas por esta paráfrase: “não por lei, mas por outro caminho, a justiça de Deus é trazida à luz.” Deus sempre tinha tratado com justiça, apesar de sua forma ainda não ser tão clara. Ele perdoou muitos, e Ele não parecia estar julgando completamente o pecado, mesmo no mundo não salvo. Mas na cruz “Ele não poupou o seu próprio Filho.” Aqui foi revelada, na verdade, a justiça, ao extremo!
“Testemunhada pela Lei e os Profetas” – pela Lei, nas suas ofertas de sacrifício, pelos Profetas, em declarações diretas: “Este é o nome com que será chamado: O Senhor nossa justiça” (Jer 23.6); e ainda: “A tua justiça” -21 vezes nos Salmos! e também, “Eu farei menção da tua justiça, da tua tão somente” (Sl 71.2, 15,16,19,24); e Isaías: “Com o seu conhecimento o meu servo, o Justo justificará a muitos”. Is 53.11. (Ou seja, com o nosso conhecimento dEle; por ser conhecido pelos que nele creem, estes são justificados – nota do tradutor). No entanto, isto não foi trazido à tona como deveria ser, até que “a plenitude do tempo” veio, e Deus enviou Seu Filho para “sofrer pelos pecados, o justo pelos injustos,” para “aniquilar o pecado pelo o sacrifício de si mesmo”, para que a justiça de Deus seja “manifestada”, em Seu trato com o pecado, e para glorificar Seu Filho no céu, que tinha glorificado Seu Pai na terra.
Teria sido justo que Deus ferisse Adão e Eva como ele havia feito com os anjos que pecaram. Ele poderia ter se revelado na justiça do juízo de acordo com a Sua santidade e justiça. Ele não era obrigado a salvar qualquer homem. Mas foi a vontade de Deus revelar a Si mesmo, porque Ele é Amor.
Portanto, Ele agora vem através da cruz em amor, – ainda que Ele deve sair também em juízo, – porque Ele mesmo deve justa e totalmente julgar o pecado na pessoa de Seu próprio Cordeiro provido para nós. A espada “despertada contra o seu pastor, o homem que foi seu companheiro” – o “companheiro” do Senhor dos exércitos! O pastor foi ferido; “Ele foi moído pelas nossas iniquidades, o castigo de nossa paz (que obteria a paz para nós) estava sobre ele.” Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou, e a punição para o nosso pecado foi visitada nEle, Jesus, o sacrifício provido por Deus (Zac 13.7; Isa 53.5,6).
Deus é capaz de vir a nós agora em Graça absoluta, enviando seus mensageiros “anunciando a paz por Jesus Cristo”; – nada deve ser pregado além da paz. Com efeito, Deus diz: “Oceanos infinitos de graça devem cobrir os locais onde o juízo e a condenação estiveram”. Perdoando-nos toda as nossas ofensas, Ele vai mais longe: tendo ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Ele diz: Agora vou colocá-lo em meu Filho. Vou dar-lhe um fundamento totalmente e somente nEle ressuscitado dos mortos! Ele não apenas carregou os seus pecados, removendo a sua culpa, mas na Sua morte eu lhe arranquei de sua posição e responsabilidade no primeiro Adão. Vocês que creem são agora novas criaturas em Cristo, porque eu criei vocês nele.”
E porque isto é assim, é anunciado ainda: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nos tornássemos justiça de Deus nele.” Essas palavras surpreendentes indicam o presente fato, como a todos os crentes, – de todas as pessoas em Cristo: que eles são justiça de Deus nEle.
No livro de Romanos, Paulo está descrevendo a ação de Deus em relação a um pecador que crê em face do sangue derramado de Cristo. É como se Deus estivesse mantendo o tribunal de justiça com o valor infinito e benéfico do sacrifício propiciatório e ressurreição de Cristo somente, e para sempre diante dEle. Nenhum outro apóstolo será chamado para expor isto totalmente como Paulo o faz. Claro que não poderia ser indicado pelos escritores do Antigo Testamento em sua clareza e plenitude, pois nosso Senhor não tinha, ainda, oferecido a Si mesmo, e o que toda a Lei e os Profetas podiam fazer era declarar o pecado temporariamente “coberto” (do Hebraico kaphar) aos olhos de Deus, e assim o crente do Antigo Testamento repousava sobre o que Deus faria, tendo em vista esses tipos e sombras e promessas.
João Batista, porém, apontando para Cristo, disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, algo que nunca antes tinha sido dito! Por isso, depois da cruz, está escrito: “De uma vez por todas, na consumação dos séculos, Ele (Cristo) se manifestou para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”
No Antigo Testamento, repetimos, o pecado é coberto, – que é o significado da palavra kaphar, “expiação”, usada somente no Antigo Testamento, e é citada constantemente (cerca de 13 vezes no capítulo 16 de Levítico), para expressar a cobertura do pecado da vista de Deus – embora o pecado não pudesse ser removido até que Cristo morreu. No Novo Testamento, portanto, do pecado é dito que é removido pelo sacrifício de Cristo.
Deus pode, por isso, não somente perdoar o pecador, mas também declarar justo o pecador que crê, não significando isto nem um pouco que ele tenha alguma justiça própria, ou que “os “méritos” de Cristo são imputados a ele” (a ficção da teologia), mas que Deus, agindo com justiça, considera justo o homem ímpio que confia nele; porque Ele o coloca no valor completo do trabalho infinito de Cristo na cruz, e o transfere para Cristo Ressuscitado, que se torna sua justiça.
Podemos olhar para a expressão “justiça de Deus” como sendo da parte do próprio Deus; depois da de Cristo, e, finalmente, da parte do pecador justificado.
1. Da parte de Deus, a expressão “justiça de Deus”, deve ser considerada como algo absoluto. É o Seu atributo de justiça. Não pode ser nada mais. Ele deve, e sempre agirá com justiça, seja em relação a Cristo, para com aqueles que estão em Cristo, ou para aqueles que morrem impenitentes, sejam anjos, demônios ou homens.
2. Da parte de Cristo, isto é o Seu ser recebido por Deus na glória de acordo com a aceitação de Sua obra mediadora por Deus. Nosso Senhor disse que quando o Espírito viesse, Ele “convenceria o mundo. . . da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais “(João 16), e Ele disse: “Eu te glorifiquei na terra, tendo consumado a obra que me deste para fazer. E agora, Pai, glorifica-me tu junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”(João 17). Em resposta a essa oração Cristo foi “ressuscitado dentre os mortos para a glória do Pai” (Rom 6.4), foi “recebido acima na glória” (I Tim 3.16). Ora, nosso Senhor era homem, assim como Deus. E quando o Pai o glorificou “com o seu próprio eu”, com a glória que Cristo “tinha com Ele antes que o mundo existisse”, foi como homem que Deus o glorificou. De modo que, à mão direita de Deus, Cristo apresentou publicamente a justiça de Deus, pois
(a) como o Cordeiro que foi morto Ele mostra a santidade de Deus e a justiça de Deus plenamente satisfeitas, – uma vez que Deus tinha “não poupado o seu próprio Filho” quando o pecado tinha sido colocado sobre ele. A verdade de Deus quanto ao salário do pecado tinha sido mostrada na morte de Cristo, assim a majestade do trono ofendido de Deus tinha sido justificada publicamente, de modo que Cristo sendo ressuscitado e “recebido acima na glória” estabelece a justiça de Deus; porque seria injusto que Cristo não fosse glorificado! E
(b) Cristo não somente assim estabeleceu a justiça de Deus, mas sendo Filho de Deus, tanto quanto homem, Ele foi essa justiça! Cristo morto, ressuscitado, glorificado, é a própria justiça de Deus!
3. Da parte do crente, do pecador justificado, o que vemos? A declaração surpreendente de Deus a nosso respeito é: “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado em nosso favor, para que nos tornássemos justiça de Deus em Cristo” (II Cor 5.21). Dos santos é dito serem a justiça de Deus, em Cristo. De fato a justiça própria simplesmente cai diante de um verso como este! Tudo está em Cristo: Estamos em Cristo e somos um com Ele!
A expressão “justiça de Deus”, então significa:
1. O próprio Deus agindo em justiça
(a) em relação a Cristo ressuscitando-o dentre os mortos e assentando-o como um homem no lugar de honra e glória absoluta,
(b) em dar àqueles que creem em Cristo a mesma aceitação diante de Deus como Cristo tem agora, na medida em que Ele, na verdade, carregou seus pecados, expurgando-os pelo seu sangue, e também se tornando identificado com o pecador, foi “feito pecado por nós” e, o nosso homem velho foi, portanto, “crucificado com ele.” Assim como teria sido injustiça Deus não ressuscitar seu filho depois que seu filho lhe havia glorificado completamente na Sua morte, seria de igual modo Deus injusto em não declarar justos em Cristo aqueles que, abandonando toda a confiança em si mesmos, têm transferido a sua fé e esperança para Cristo.
2. Assim, Cristo, agora ressuscitado e glorificado, é Ele próprio a justiça dos crentes. Não é porque Ele agiu com retidão enquanto na terra, que isso é contado para nós. Isto é, repetimos, a heresia do “vicário guardador da lei”. Ele era de fato o imaculado Cordeiro de Deus; mas ele não tinha qualquer conexão com os pecadores até a sua morte. Ele era “separado dos pecadores”. “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só.” É o Cristo ressuscitado, que é a nossa justiça. O cristianismo começa na ressurreição. O trabalho da cruz tornou o cristianismo possível, mas o verdadeiro cristianismo se resume todo ele na ressurreição depois da cruz. “Ele não está aqui, mas ressuscitou”, disse o anjo.
3. Assim, dos cristãos é dito serem a justiça de Deus em Cristo. Não como “justos diante de Deus”, pois isso seria pensar em uma posição pessoal que nos foi dada, por conta da morte de Cristo, ao invés de uma posição federal, como nEle, unidos a Ele, – que nós estamos! John Wesley disse uma coisa sábia: “Nunca pense de si mesmo separadamente de Cristo!”
Agora, ser ou tornar-se “justo diante de Deus”, para ter ou obter uma posição que vai “suportar o escrutínio de Deus”, é o sonho de muitos cristãos sinceros. Mas, embora afirmado, e seja quem for que afirme a ideia de nossa obtenção de “estarmos de pé diante de Deus por nós mesmos”, fica aquém, e vitalmente, do evangelho de Paulo de sermos feitos a justiça de Deus em Cristo. Porque isto nega que já morremos com Cristo, e que temos morrido para todo princípio legal na morte de Cristo (Rom 7.4). Assim, deixa-nos sob a necessidade de “obtenção de uma posição” diante de Deus, ao passo que os crentes federalmente (em conjunto e no geral) compartilham da morte de Cristo, e o próprio Cristo Ressuscitado é agora nossa posição!
Negativamente, então (Como Paulo começa a declarar em seu primeiro sermão registrado em Atos 13.39: “Todo aquele que crê é justificado de todas as coisas”; – “justificados em seu sangue”(Rom 5.9); e
Positivamente, Cristo foi “ressuscitado para nossa justificação” (Rom 4.25): a fim de recebermos um novo lugar, um lugar em um Cristo ressuscitado, e ser, assim, a justiça de Deus nele, por sermos um com Ele, que é esta justiça.
Deus declara que Ele reconhece como justo o ímpio que não confia em todas as obras, e crê nele (Deus), como o Deus que, na base do sangue derramado de Cristo, “justifica o ímpio” (Rom 4.5). Ele declara o tal como justo; reconhecendo nele todo o valor absoluto da obra de Cristo, – da Sua morte expiatória, e da sua ressurreição, e colocando-o em Cristo; onde está a justiça de Deus, pois Cristo é a mesma!
Será que Cristo precisa de algo, ainda, para que Ele possa ser aceito diante de Deus? Então eu preciso de alguma coisa, – porque eu estou em Cristo, e somente Ele é a minha justiça. Se Ele está, na plena aceitação eterna, então eu também, porque eu estou agora somente nEle, – tendo morrido com Ele ao meu antigo lugar em Adão.
Texto de William R. Newell, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra.