Estudo Bíblico: Juízos Que Se Tornaram Exemplos para Nós
Jeremias sabia que o tempo de exílio de Judá não seria pequeno, porque o Senhor lhe revelou que seria de 70 anos a duração do cativeiro em Babilônia (Jer 25.11,12; 29.10)
Ele não viveria portanto, para ver a restauração do seu povo, prometida por Deus, depois de cumpridos os 70 anos de cativeiro.
Então expressa o choro amargo de Jerusalém por se encontrar desolada, e por ter ido para o cativeiro para sofrer aflição e dura servidão.
Até mesmo as ruas de Jerusalém choravam porque já não havia quem caminhasse por elas para se dirigir ao culto no templo, porque as portas da cidade estavam desoladas e os sacerdotes impedidos de oficiarem porque o templo havia sido destruído.
Por causa da multidão das transgressões do Seu povo, o Senhor lhes afligiu, e fez com que seus inimigos prosperassem contra eles levando-lhes para o cativeiro.
Todo o esplendor de Jerusalém havia acabado, e seus príncipes já não se achavam em honra em seus tronos, mas caminhavam sem forças adiante do perseguidor que os conduzia para Babilônia.
No entanto, não foi sem causa que Jerusalém havia caído em sua aflição, porque desde tempos antigos pecou gravemente e de honrada que era, passou a ser desprezada, porque se viu nela a sua nudez e imundícia.
O profeta clama em angústia ao Senhor como se fosse a própria cidade de Jerusalém que estivesse clamando, porque ele estava expressando a dor que havia se apoderado dos habitantes de Judá.
Judá não atendeu ao chamado ao arrependimento que o Senhor lhe fizera através dos profetas, inclusive do próprio Jeremias, então lhe sobreveio repentina aflição da parte do Senhor, no dia do furor da sua ira, porque se recusaram a se arrepender dos seus pecados.
Isto não é diferente, mesmo com muitos na Igreja, que insistem em andar deliberadamente no pecado, sem dar a devida atenção às muitas chamadas do Senhor ao arrependimento. Nas cartas dirigidas às Igrejas citadas no segundo e no terceiro capítulo do livro de Apocalipse, nós vemos de modo muito claro como o Senhor ameaça inclusive com a remoção do castiçal, das Igrejas que se recusassem a se arrepender.
E quando há este despejar da ira do Senhor, conduzindo as almas de crentes a cativeiros não de condenação eterna, mas de disciplina e de correção, é realmente de comover o nosso coração, tal como Jeremias o expressou em relação ao gemido dos moradores de Judá e Jerusalém (Lam 1.12).
O juízo de Deus sobre o Seu povo de Judá, nos dias de Jeremias, foi tal como fogo que entra nos ossos, e rede que prende os pés, e que impede o avançar na caminhada, e que traz desolação e desfalecimento todos os dias (v. 13).
Quem dera que nestas horas de profundezas da alma, por causa da prática de pecados deliberados, que todo crente, soubesse avaliar devidamente estes sintomas para buscar no Senhor lugar de arrependimento, para ser curado.
O que sucedeu a Jerusalém foi para advertência da Igreja de Cristo, para que não andemos nos mesmos pecados em que eles andaram, de forma a não cairmos debaixo da vara da correção do Senhor, que geralmente, será achada nas mãos do próprio Inimigo das nossas almas, porque aqueles que resistem à vontade do Senhor, dão lugar ao diabo, o qual afligirá as suas almas, até que retornem ao abrigo de Deus.
E o Senhor será achado justo ao vindicar a Sua justiça e santidade, visitando os nossos pecados, e permitindo que sejamos afligidos, não para pagar a conta das nossas transgressões, porque esta dívida já foi paga por Cristo, para o Seu povo, mas para que sejamos desviados dos nossos maus caminhos, pelo temor do mal, que nos sobrevenha ou que possa ainda sobrevir.
“1Co 10:6-11 Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.
E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil.
Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes.
Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador.
Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.”
Pr Silvio Dutra