Estudo Bíblico Exegético sobre Isaías 7:14, e a
palavra hebraica ALMAH
Contexto e história
Para negar que a profecia de Isaías 7:14 possa ser aplicada a Jesus,críticos
modernos,céticos e do judaísmo,alegam que a profecia se cumpriu em uma criança
nascida na época de Isaías. Este tem sido um dos pontos mais questionados atualmente
contra o Evangelho. Mas QUEM, e qual seria esta criança, na época de Isaías?Foi a
pergunta que sempre devem ter se feito. Se ela seria um sinal dado por Deus, certamente
não passaria despercebido, e teria algo que faria com que percebessem ser ela o sinal, e
seria reconhecida como “o sinal dado por Deus à casa de Davi” quando nascesse de uma
“almah”.
Hoje em dia, a maioria dos estudiosos, tanto cristãos como judeus, identificam o menino
Emanuel, nascido de uma ‘almah’, com Ezequias, filho do rei Acaz, ou o filho da
profetisa, citado em Isaías 8:3. No caso dos cristãos,quando interpretam a profecia com
Ezequias ou o filho da profetisa, (pois nem sempre o fazem), estes apontam para um
“duplo cumprimento” da profecia, que em termos gerais, apontava para o nascimento
sobrenatural do Messias, Filho de Deus, para que ele fosse Deus-Homem (Deus
Conosco, Emanuel); já os judeus e céticos, como era de se esperar, não aceitam esta
possibilidade.
Mas há vários problemas que raramente são discutidos e comentados, até mesmo por
nós cristãos, quando se tenta relacionar esta profecia com qualquer outra pessoa, além
do MESSIAS.
O problema, é que AS COISAS NÃO SE RESOLVEM SIMPLESMENTE DIZENDO
QUE A PROFECIA SE CUMPRIU EM EZEQUIAS, OU NO SUPOSTO FILHO DE
ISAÍAS: NÃO BASTA SIMPLESMENTE DIZER QUE A PROFECIA ‘NÃO’ SE
CUMPRIU EM JESUS.
Simplesmente dizer que a profecia se cumpriu em Ezequias ou
no filho da profetisa, NÃO PROVA QUE UM DELES FOI O EMANUEL
PROFETIZADO, pois como disse, há vários problemas quando se opta por esta
interpretação, que raramente são discutidos ou comentados. Muita gente não sabe, mas
esta interpretação traz sérios e dificultosos problemas, (que pretendo mostrar), o que
não acontece no caso de Jesus, onde a profecia se encaixa perfeitamente. Então, vamos
“examinar o outro lado da moeda”.
Realmente, a hipótese de um “cumprimento duplo” é possível, mas é “impossível” negar
o cumprimento desta mesma na bendita pessoa do MESSIAS; poderíamos até descartar
a hipótese de um cumprimento anterior ao nascimento do Messias, mas não se pode
dizer que ela não se cumpriu em Cristo. Por quê?Porque Jesus fora o único que a
cumpriu de maneira ‘perfeita’ e ‘absoluta’, como veremos.
Assim, a profecia pode até ter tido um “cumprimento duplo”, mas ainda assim neste
caso, não ficam de fora os problemas que esta outra pessoa, além do Messias,
enfrentaria para ser encaixada nesta – pois o Messias é o cumprimento final da mesma.
Durante a história do antigo testamento, e no período intertestamentário (entre os dois
testamentos), a identidade da virgem e de seu filho, o Emanuel, sempre foram objetos
de discussões; e permaneceram apenas três opiniões (interpretações) para identificar o
menino chamado “Emanuel”:
Em primeiro lugar, uma interpretação, (que se tornou principal no judaísmo a partir do
século II D.C.), entendia esta profecia como sendo a esposa de Acaz, (Abia) e seu filho
Ezequias, o futuro rei.
Uma segunda interpretação, identificava a mulher profetisa, (de Isaías 8:3) e seu filho
Maher-Shalal-Hash-Baz, que muitos acreditam ter sido um segundo filho de Isaías, com
a virgem e o Emanuel profetizados.
Mas o que pouca gente sabe, é que “estas jamais foram as únicas interpretações
existentes para a profecia de isaías 7:14″; nem todos concordavam com estas opiniões.
Antes do Cristianismo, a interpretação que identificava o menino Emanuel com o
Messias era amplamente aceita.
Sempre existiu uma terceira interpretação, não muito comum hoje no judaísmo
moderno, que identificava o menino com o Messias; A tradição nos conta que esta
terceira INTERPRETAÇÃO, considerava que o menino chamado “Emanuel” era a
mesma criança que possuía títulos DIVINOS, citada em Isaías 9:6, e também como o
Rebento de JESSÉ, o Renovo de DAVÍ, profetizado no capítulo 11 de Isaías. Em outras
palavras, esta opinião considerava que “as profecias de Isaías 7:11, 9:6 e do capítulo 11,
eram todas referências ao Messias” . Portanto, sempre houve no judaísmo aqueles que
entendiam a profecia de Isaías 7:14 como uma referência ao Messias.
Mas com certeza, é claro e óbvio que, as pessoas, na época de Isaías devem ter pensado
que a profecia tenha se cumprido ou se cumpriria na época, pois como disse a
interpretação, ou opinião, que podemos chamar de “Interpretação Messiânica”, não era a
única, porém era amplamente aceita no judaísmo, antes do Cristianismo.
Comecei a pensar sobre o que teria levado os judeus antigos, a relacionarem esta
profecia com o Messias… Isto é muito significativo… Comecei a estudar mais a fundo
sobre a questão, e também pude ver que, diante de um estudo exegético mais a fundo
das escrituras, nota-se inevitavelmente que apenas o Messias se encaixa perfeitamente
nesta profecia; e com certeza, foi isso que dera certeza para os judeus exegetas do
passado, de que só o Messias poderia ser o Emanuel, e que o Messias teria um
nascimento miraculoso. E com esta certeza em mente, eles traduziram “almah” por
“parthenos”, que significa virgem, na Septuaginta grega, avistando de longe, o
nascimento virginal do “Ungido” de Deus.
Mas além das pessoas da época, talvez nem mesmo o próprio Isaías tenha
compreendido as dimensões do cumprimento desta profecia; talvez, nem ele estivesse a
par do que Deus pretendia fazer; por outro lado, penso que, ele talvez pudesse imaginar
a gloriosidade do propósito de Deus, de fazer com que o Messias tivesse um nascimento
miraculoso e sobrenatural, para que fosse inquestionável sua divindade, e com base
nisto pudesse se reconhecer sua messianidade: (pois como alguém poderia ter um
nascimento divino, se não fosse filho de Deus?); e talvez estando ciente disso, diante
das muitas revelações sobre o Messias que recebeu, o profeta fez uso de uma palavra
especial para relatar tal nascimento com destaque e ênfase: a palavra hebraica “almah”.
Assim, Isaías teria usado esta palavra propositalmente.
Analisando a profecia de Isaías, sabemos por que apenas com estes três, citados acima,
o Emanuel fora identificado em toda a história. As únicas crianças da época do profeta,
com quem puderam “tentar” harmonizar a profecia, e identificá-las como o Emanuel,
foram apenas Ezequias e Maher-Shalal-Hash-Baz, o filho da profetisa (cujo nome
significa Rápido-despojo-Presa-segura) – até porque as crianças da época do profeta não
tiveram muito destaque, nem nada que fizesse com que pelo menos pudesse se imaginar
se alguma delas, além destes dois, poderia ser a pessoa do Emanuel.
Portanto, sempre fora sugerido estes dois outros candidatos, e permaneciam estas
opiniões no judaísmo antigo. Entretanto, nunca houve unanimidade: alguns judeus
estudiosos entendiam “Deus Conosco” como sendo uma referência ao nascimento do
Filho de Deus, o Messias Divino, tão esperado por eles. Com certeza, deveria haver
entre eles, os que defendiam que as duas primeiras crianças, Ezequias e o filho da
profetisa, Maher-Shalal-Hash-Baz, não cumpriam as condições necessárias para que
pudessem ser qualificadas como o Emanuel, o sinal de Deus. Entendiam que de fato, só
o Messias seria Deus-Conosco. [Os traços desta tradição, ainda podem ser notados no
Novo Testamento, na crucificação de Cristo, onde o sacerdote declara que “esperavam
um Messias Filho do Deus Bendito”, e que Jesus blasfemava, por sendo homem, se
fazer Filho de Deus].
Também, com certeza, o povo da época de Isaías, estava consciente de que Ezequias já
era nascido na época que Isaías profetizara [como veremos mais abaixo]; deve ter sido
por isso que a opinião de que o Emanuel foi Ezequias só ganhou estabilidade após o
Cristianismo; porque, penso eu que, com certeza, nos séculos posteriores à vida de
Isaías, todos os exegetas e estudiosos judeus deveriam estar conscientes disso, pois as
escrituras nos mostram claramente isto, e assim, com certeza, eles também saberiam que
Ezequias nasceu antes da profecia, e logo não era o Emanuel. Também, nota-se que o
filho da profetisa, Maher-Shalal-Hash-Baz, não teve influência “nenhuma”, nem
renome, talvez nem tenha sido profeta, e ninguém sabe “nada” sobre sua vida, a não ser
do seu nascimento, narrado por Isaías. Portanto, ele não pode ser o Emanuel, a não ser
que a profecia aguardasse um cumprimento final, um sinal mais notório, que Deus daria
para toda a casa de Davi.
Então, penso eu que tinham isso tudo em mente os judeus que sustentavam a
“interpretação messiânica” da profecia de Isaías 7:14, e com base em tudo isto, muitos
judeus acreditavam que o Messias seria o Emanuel. Como tudo isto é algo muito óbvio,
acredito eu que, com o tempo esta “interpretação messiânica” da profecia de Isaías 7:14
deve ter se tornado cada vez mais a opinião popular, e quem sabe, ela não tenha se
tornado a opinião principal no judaísmo antigo? Sim, e veja por quê:
Naquela época, os judeus entendiam a palavra hebraica “almah” como uma virgem, e
esta era a interpretação principal que davam para a palavra almah: “uma jovem
VIRGEM, CASTA”, – apesar dela também se referir a uma moça ainda não casada; mas
se nós notarmos que era incomum (em Israel) uma jovem ainda não casada perder a
virgindade antes do casamento, mais uma vez veremos porque a palavra almah sempre
indicou uma VIRGEM. Mais a frente, quero levar este assunto a fundo. Mas era
incomum uma jovem solteira perder a virgindade antes do casamento, o que ocorria
geralmente, apenas em casos de estupros, ou se fossem forçadas – pois se consentissem,
segundo a lei, poderiam ser apedrejadas.
Assim, também penso eu que, os judeus que sustentavam a “interpretação messiânica”
da profecia de Isaías 7:14, com certeza o faziam ainda mais porque, entendiam que o
Messias nasceria de uma “donzela solteira e virgem, nunca tocada por qualquer homem”
– (significado ORIGINAL de “almah”). Isto deveria lhes dar a certeza maior de que a
profecia era referente ao Messias, pois não havia candidatos à altura do Messias; pra
falar a verdade, não há e nunca houve candidatos à altura do Messias para disputar com
Ele o título de Emanuel. Se os judeus mais antigos pensavam assim, porque é que nós
deveríamos pensar diferente? Com base em quê, poderemos negar que a profecia de
Isaías 7:14 se refere ao Messias, se Deus propositalmente, fez com que nenhuma criança
da época tivesse destaque, a ponto de ser reconhecida como o Emanuel?
Enfim, chegou a ocasião em que, pela primeira vez, os escritos canônicos começaram a
ser traduzidos oficialmente para outro idioma. Os judeus começaram a traduzir o antigo
testamento para o grego, começando pelo Pentateuco. Era a tradução que ficaria
conhecida com “Septuaginta”, tradução grega do antigo testamento.
Os judeus eruditos, e versados nas escrituras, que traduziram direto do hebraico corrente
na época, deveriam estar conscientes de que a profecia de Isaías 7:14 apontava para o
Messias Divino, e que as “jovens solteiras” comumente eram castas, e raramente
perderiam a virgindade antes do casamento sem serem apedrejadas; e como a profecia
apontava para o Messias, não haveria porque se maravilhar se ele tivesse um nascimento
sobrenatural, (pois só o Messias em si já seria sobrenatural); portanto,traduziram com
plena certeza, o termo hebraico “almah” pela palavra grega “parthenos”, que significa
literalmente, uma “virgem”.
Com base em tudo isso, penso eu também que, na época em que a Septuaginta fora
traduzida, a opinião dominante sobre a profecia em questão, seria a “Interpretação
Messiânica”; penso também que, os judeus exegetas deveriam estar conscientes de
todos os problemas que impediam de harmonizá-la com Ezequias e Maher-Shalal-HashBaz, e como tinham que optar por uma única palavra na tradução grega, para que as
gerações posteriores pudessem notar claramente que “a profecia teria um cumprimento
messiânico, e que o Messias teria um nascimento incomum”; e para que estas NÃO SE
ESQUECESSEM QUE A PROFECIA REVELAVA UM MODO DE IDENTIFICAR O
“MESSIAS VERDADEIRO” – pois sem este nascimento miraculoso, o Messias não
poderia ser Filho de Deus – eles usaram a palavra grega “parthenos” (virgem),
enfatizando que o Messias nasceria miraculosamente de uma virgem, e esta seria uma
forma irrefutável de reconhecê-lo.
Portanto, ao invés de negar a história para “tentar dizer” que os escritores mais antigos
erraram, é mais fácil admitir que eles estavam certos, e os últimos, modernistas, que
tentam contrariá-los, é que de fato estão errados, não estão sendo nem um pouco
ortodoxos, e estão indo contra os fatos e a história.
Depois, Mateus, consciente do que pensavam os judeus de sua época, citou as mesmas
palavras da Septuaginta grega, e mostrou para os judeus de sua época, que o Emanuel,
nascido de uma “jovem virgem”, ainda não casada, já havia nascido, conforme a
profecia de Isaías. Mateus escreveu seu
Evangelho com destino justamente “aos judeus”, e enfatizou para que se lembrassem
que, Emanuel, era traduzido por “Deus Conosco”, descrevendo as duas naturezas do
Messias, [que também já estava predita antecipadamente – Cf.Isaías 9:6,Daniel
7:13,14].
Os estudiosos sabem e estão conscientes de que os judeus sempre entenderam e
consideraram o termo hebraico “almah” como uma jovem virgem – até o surgimento do
Cristianismo.
Quando Mateus, que era um judeu, conforme a Septuaginta, traduziu almah por virgem
(gr. Parthenos), ele apenas seguiu o pensamento da época, e com isto, ele também
confirmou que os judeus, ainda que entendessem a palavra hebraica “almah” como uma
jovem solteira, também entendiam “almah” como virgem.
Mateus deixou isto CLARO, e ele sabia muito bem o que estava falando, e que poderia
ser desmentido, ou cair em descrédito, pois ele estava falando para toda a nação judaica!
Como se pode notar, nós cristãos apenas demos continuidade ao que muitos judeus
pensaram sobre a profecia de Isaías; o Cristianismo, ao considerar que Isaías falou de
uma virgem, está seguindo a “antiga interpretação messiânica” da profecia de Isaías
7:14, e os mesmos significados que os judeus antigos deram para as palavras hebraicas
“almah” e “Im’manuel”.
Não foi senão no século dois da Era Cristã, numa ocasião onde o Evangelho se
encontrava em expansão, que surgiu a opinião de que, na passagem de Isaías 7:14, a
palavra hebraica “almah”, de modo algum poderia se referir a uma virgem; e como o
Cristianismo apregoava o nascimento virginal de Jesus, a “interpretação messiânica” da
profecia de Isaías 7:14 foi gradativamente abandonada pelo judaísmo, restando assim,
apenas as opiniões que identificavam o Emanuel com o suposto (provável) filho de
Isaías com a profetisa, ou então Ezequias. As versões da Septuaginta, criadas no século
II D.C., por dois “apóstatas do Cristianismo” e por Simíaco, traduziram “Almah” pela
palavra grega ‘neanis’, que significa “jovem mulher”, diferentemente da versão original
da Septuaginta.
A interpretação judaica de que a palavra hebraica “almah” não pode se referir a uma
virgem, só surgiu após o início da Igreja, no século II D.C.
O primeiro a traduzir uma nova versão em grego do antigo testamento foi Áquila (80-135 D.C.), um judeu helênico (de fala grega), que se converteu ao judaísmo, depois ao
cristianismo, e então, acabou voltando ao judaísmo. Áquila era nativo do Ponto, e
publicou a sua tradução do A.T. para o grego por volta de 130 d.C. Quando cristão,
Áquila foi rejeitado na comunidade cristã por preservar práticas pagãs, como astrologia,
magia e necromancia. Diz-se que Áquila chegou a afirmar que Jesus era um filho
bastardo de Maria com um soldado romano, de origem germânica. Por isso foi
considerado um herege no seio do Cristianismo; pois desde sua época de cristão, negava
o nascimento virginal de Jesus; não é de surpreender que, quando retornou ao judaísmo,
traduziu almah por neanis, que significa “jovem mulher”, em sua tradução grega do
Antigo Testamento. Até hoje, baseados em Áquila, se repete sem base alguma que Jesus
teria sido fruto da relação de Maria com um soldado romano. Áquila acabou por
apostatar da fé cristã, e tornou ao judaísmo, sendo discípulo dos rabinos Elezer, Joshua
e Akiba.
No início da Era Cristã, os judeus começaram a se desinteressar pela Septuaginta,
devido ao seu uso pelos cristãos, e pouco a pouco foram deixando de usá-la. Para os
cristãos, que na maioria eram gentios e falavam o grego, ela se tornou a versão
principal. Na ocasião, os romanos já haviam destruído Jerusalém e o segundo templo, e
haviam muitos judeus dispersados, espalhados pelas terras do Império Romano; os
judeus que viviam fora da Palestina, e os que se encontravam dispersados, estavam
perdendo a familiaridade com o hebraico. Como não se encontravam satisfeitos com a
Septuaginta, usada pelos cristãos, Áquila ficou responsável de fazer uma nova versão
grega para os judeus que não entendiam mais o hebraico, que haviam se helenizado.
A nova versão traduzida por Áquila, ficou conhecida como “a versão grega de Áquila”.
Ele sempre se opôs à tradução de almah por parthenos em Isaías 7;14, e ao fato de os
primeiros tradutores da Septuaginta terem substituído o tetragrama YHWH,que
representa o nome de Deus no hebraico, pela palavra grega Kyrios, que significa
Senhor. Até hoje, nossas bíblias cristãs, em sua maioria, seguem a tradução “Senhor”,
tal como na Septuaginta. Quando lançou sua nova tradução, Áquila dizia “estar
corrigindo os erros da Septuaginta”, e por causa destes motivos, sua tradução fez tanto
sucesso, que os judeus rejeitaram a versão original da Septuaginta. Nas sete ocorrências
da palavra almah nas escrituras, incluindo Isaías 7:14, Áquila substituiu “almah” pela
palavra grega “neanis”, que significa “jovem mulher”, (diferentemente de parthenos).
Na Versão original da Septuaginta, Almah fora traduzida por “parthenos” (lit.virgem).
Além de Áquila, SIMÍACO, do qual Jerônimo disse que era um ebionita, [(seita judaica
que negava a divindade de Jesus), porém Epifânio e Orígenes disseram que era um
samaritano convertido ao judaísmo] – em 170 D.C., traduziu o hebraico para o grego,e
Teodócio,um prosélito do judaísmo,que anteriormente havia se convertido ao
Cristianismo,mas acabara por apostatar da fé e voltar ao judaísmo, lançou outra
tradução grega do A.T., no final do século II D.C. Todos eles substituíram “Almah” por
uma jovem mulher (gr.neanís). As novas versões da Septuaginta fizeram muito sucesso
no judaísmo, e até hoje os judeus usam o termo ‘almah’ para “senhorita”, para jovens
não-casadas.
Hoje, os judeus traduzem almah como Jovem Mulher somente, o que é errado, pois o
termo almah tem vários significados.
Poderá o povo eleito esquecer-se de sua história, e que nenhuma criança, além do
Divino Messias poderia cumprir as condições preditas por Isaías para ser o Emanuel?
Sobre a palavra hebraica Almah, usada em Isaías 7:14
para descrever uma virgem
A palavra hebraica “almah” não era uma palavra muito habitual, de muito uso na língua
hebraica; o fato de ela ser usada apenas sete vezes em todas as escrituras, (no antigo
testamento) mostra isso.
Com base nisto, argumenta-se, às vezes que, o velho testamento não oferece luz o
bastante para se saber o seu significado, mas isto não passa de um falso rumor. Até
antes do século II Depois de Cristo, almah sempre significou uma “jovem virgem e
solteira”.
Não é de surpreender que Isaías tenha usado esta palavra. Isaías era mestre em sua
língua, e utilizou um vocabulário erudito, muito rico em seu livro: muitas das palavras e
expressões usadas por Isaías, não aparecem em nenhum outro lugar do Antigo
Testamento. Felizmente, no caso da palavra almah, ela não foi usada apenas por
ISAÍAS; ela não aparece só em Isaías, mas também foi usada por Moisés, Davi, por
Agur e Salomão, (nas demais seis ocorrências).
Talvez Isaías tenha preferido usar esta palavra porque sabia que ela designaria com
precisão, uma jovem “ainda não casada, e VIRGEM”, lembrando que os céticos
costumam dizer que almah seria propriamente uma palavra para designar mulheres
jovens, e não para designar mulheres virgens, porque a palavra hebraica para VIRGEM,
mais comum nas escrituras é “B’thulah” – então “B’thulah” seria a palavra correta para
descrever virgens, e almah, uma referência a uma jovem mulher. Porém, este argumento
NÃO SIGNIFICA, E NÃO PROVA ABSOLUTAMENTE “NADA”, pois é um
argumento pobre e descabido. Se tal argumento fosse válido, poderíamos dizer que a
palavra ALMAH não poderia ser uma referência a uma jovem mulher, como querem os
céticos, pois a palavra mais própria para designar mulheres jovens no hebraico é
“Na’arah”. Por várias vezes, (exceto as sete onde ocorre Almah), ocorre a expressão
“Na’arah Bethulah”, comumente traduzida por “moça virgem” nas escrituras, mas isto os
críticos OMITEM propositalmente, para que suas críticas não caiam em descrédito.
O que dizem a maioria dos rabinos, estudiosos e
teólogos, incluindo os Modernistas, (que são críticos)
sobre Almah
Ao contrário do que muitos pensam, a opinião principal sobre almah nem sempre é
igual à que o ceticismo costuma dizer. Em meio a tanta polêmica, muitos estudiosos
sinceros, tanto judeus como cristãos, procuram estudar a fundo, em busca de uma
conclusão verdadeira, e não conceitos e opiniões pré-estabelecidas. Estes procuram
saber a verdade, pois não é tão difícil de saber qual o significado de almah. O que
comumente dizem a maioria dos rabinos judeus, e os eruditos no assunto, é que:
“O termo hebraico almah não é a palavra mais apropriada para VIRGEM; o termo mais
apropriado para virgem é Bethulah”…
(Tudo isto,dizem ,porque “almah” só aparece sete vezes no A.T. enquanto “Bethulah”
aparece 51 vezes). Inclusive, já vi declarações céticas, dizendo que “a palavra [almah]
às vezes (mas nem sempre) pode significar uma virgem” – [este “às vezes” mostra que
almah pode sim, significar uma virgem;] agora, não cabe aos céticos querer determinar
quando nem como, pois ao contrário do que eles dizem, em todas as ocorrências dela,
ela se refere a uma virgem, como veremos. Nota-se também que, mesmo sem querer, às
vezes, eles deixam escapar algumas “verdades” (rs)… Embora o objetivo da maioria
com isto, é “desqualificar” a palavra almah, querem insinuar que Isaías deveria ter outra
palavra mais comum (bethulah). Pena que não questionam as palavras que só Isaías
usou em todo o A.T. Estas sim poderiam dizer que ele não deveria ter usado; [e ainda
assim, por que não deveria?].
Certa vez, lí num site cético da internet, uma declaração que dizia:
“Realmente, a palavra almah pode significar uma virgem, mas não em Isaías 7:14!” – E
porque só em Isaías 7:14 que não? Isso não te faz pensar? Não é estranho que, para os
céticos, almah possa significar VIRGEM em qualquer lugar, menos em Isaías 7:14 ?
Com base na declaração acima, a mais comum dos rabinos, e críticos, pergunto:
– Isto significa que almah não se refere a uma virgem?De modo NENHUM!Isto
significa que almah seria menos apropriado do que Bethulah, que é muito mais
freqüente nas escrituras, mas mesmo sendo menos freqüente nas escrituras, almah se
refere a uma virgem, segundo a própria declaração rabínica… Pouco nos interessa o
número de ocorrência da palavra, e sim, de fato, o que ela significa; há palavras que
usamos com pouca freqüência, mas isso NÃO ALTERA o seu significado. Agora, por
que será que dizem isto?Porque, como estudiosos, sabem que se disserem que almah
não significa virgem, não terão como provar isto, e estarão contrariando as escrituras, e
a história… Eles estão declarando que almah seria menos apropriada do que bethulah, e
não que almah não significa uma virgem. Nós cristãos, nunca negamos que a palavra
bethulah significa virgem.
O que importa, é que almah, de fato, pode significar uma
VIRGEM. E isto, estudiosos judeus e cristãos não negam, pois não se pode negar.
Ainda assim, é comum ver os céticos dizerem que:
“O vocábulo original na bíblia hebraica é ha’almáh, significando ‘a moça’ ou ‘a donzela’,
não necessariamente ‘virgem’ (betullah, em hebraico)”.
• Observem que, com esta declaração, eles estão deixando evidente que no fundo
ADMITEM que almah TAMBÉM signifique VIRGEM, mas ainda que conscientes
disso prefiram traduzir apenas por jovem. Agora, se até os céticos e judeus, no fundo,
admitem que almah signifique virgem, por que nós cristãos não deveríamos admitir que
almah não significa, de fato, uma virgem?
Mas como disse, é uma apelação pobre, descabida e forçosa, que demonstra mais um
QUERER que almah não signifique virgem, do que um QUERER MOSTRAR A
VERDADE: o fato de haver uma preposição não altera o significado da palavra; nós
cristãos traduzimos isto fielmente quando traduzimos por ‘A Virgem’ [Eis que ‘a
virgem’conceberá…]e não por ‘UMAVirgem’ conceberá;logo, não cometemos
alteração alguma, como se pode notar.
E a apelação é forçosa, porque ainda que desconsideremos por um pequeno instante que
“almah também se refere a uma virgem”, e consideremos por um instante, almah apenas
como ‘a moça’ ou ‘a donzela’, como quer o ceticismo, como eles poderão provar que esta
não seria uma virgem, se ela teria que ser uma moça solteira? Primeiro, a palavra
donzela se refere a uma jovem solteira e virgem, que nunca teve relações sexuais; e
segundo, que uma moça que ainda não casara em Israel, só não seria virgem se fosse
forçada ou estuprada, e pra falar a verdade, Deus jamais daria “um sinal” deste para o
seu povo: não foi um estupro ou um ato sexual antes do casamento, que viola as leis
sagradas, que Deus prometera dar como sinal para a casa de Davi; o Emanuel não seria
um sinal tão vergonhoso como este.
Definição de Almah:
O que realmente significa a palavra hebraica Almah?
Qual o verdadeiro significado de Almah?
Como já disse a palavra hebraica “almah” pode significar tanto uma virgem como uma
jovem solteira.
Os estudiosos concordam que almah significa uma jovem mulher, em idade de casar-se;
uma jovem solteira, ainda virgem, casta, pura, nunca tocada por homem algum. Este
também é o significado da palavra “donzela”: a palavra donzela se refere a uma “jovem
virgem e solteira”, embora antigamente esta palavra fosse aplicada apenas às moças
nobres, não deixava de ser às virgens e solteiras. Por isso, é correto os judeus às vezes
traduzirem almah por “donzela”, já que ‘donzela é uma moça virgem’, – embora façam
isso com outra intenção.
Estudiosos cristãos declaram que os judeus só começaram a usar a palavra almah para
mulheres casadas após o século II da era cristã, depois que surgiram as novas versões da
Septuaginta. Isto significa que, antes do século dois, antes do Cristianismo, tanto na
época de Jesus, quanto na de Isaías, a palavra almah era usada apenas para mulheres que
ainda não haviam casado. Segundo os estudiosos, um dos motivos que os levou a esta
pequena mudança, foi “para tornar a profecia de Isaías 7:14 mais adaptável a Ezequias e
a Maher-Shalal-Hash-Baz”, com quem relacionaram,a partir de então,a profecia. Isto se
tornou contraditório, pois como uma ‘mulher já casada’ poderia ser uma ‘virgem’?
Portanto, seguindo o sentido original da palavra almah, devemos considerar que numa
correta interpretação da palavra almah, ela se refere apenas à mulheres “que ainda não
casaram”. Isto é um fato testemunhado pelas próprias escrituras, nas ocorrências desta
palavra, como veremos adiante; e com isto concordam todos os exegetas, católicos ou
protestantes. De acordo com o sentido original da palavra, isto dificulta que a profecia
seja relacionada com qualquer outra pessoa além do Messias, cujo nascimento seria
contrário à natureza.
A partir desta definição, devemos corrigir alguns equívocos cometidos em relação ao
significado da palavra almah:
A palavra almah não se aplica a todo tipo de mulher; a palavra almah não se aplica à
mulher casada; almah pode até se aplicar a uma mulher procurada para casamento, e a
uma mulher comprometida para casamento (“desposada”, uma espécie de noivado), pois
se aplica a uma mulher em idade de casar-se.
Seguindo a tradição das versões posteriores à Septuaginta, que traduziram Almah por
Neanis, que significa “jovem mulher” – muitos afirmam que almah significa “Jovem
Mulher” [e neste caso, aplicam o termo a qualquer mulher, casada ou solteira]. No caso
de uma “jovem mulher”, almah só poderia significar uma jovem mulher, EM IDADE
DE CASAR-SE, mas não uma mulher jovem casada.
Por último, precisamos fazer uma última observação:
“Estão ERRADOS todos os que dizem que a palavra almah NÃO significa e NÃO se
refere a uma virgem, – independente de quem quer que seja esta pessoa”. Declarar que
almah não pode se referir a uma virgem seria um grande erro, um grande equívoco da
parte desta.
Mas também estão ERRADOS os cristãos que dizem que almah não significa e não se
refere a uma jovem solteira. Mais uma vez eu repito: almah pode significar tanto uma
jovem virgem como uma jovem na idade de casar, porém ainda solteira.
Ocorrências da palavra ALMAH nas escrituras (no
Antigo Testamento)
A palavra almah ocorre sete vezes no Antigo Testamento, e em todas elas é aplicada a
uma jovem virgem e solteira. Em nenhum lugar a palavra almah é aplicada a uma
mulher já casada:
1ª) Gênesis 24:43 – “Eis que estou junto a fonte de água; seja pois a DONZELA
(hebraico Almah) que sair para tirar água”…
[Almeida Corrigida. A Versão Almeida Atualizadatraduz almah por “moça”,nesta
passagem].
2ª) Êxodo 2:8 – “E a filha de Faraó disse: Vai. E foi a MOÇA (Almah) e chamou a
mãe do menino”.
3ª)Salmo 68:25 – “Os cantores iam adiante,os tocadores de instrumentos atrás, e
entre eles, as DONZELAS (Almah) tocando adufes”.
4ª) Provérbios 30:19 – (18) Há três coisas que me maravilham,e a quarta não
consigo entender:
(19) o caminho da águia no céu, o caminho da cobra na penha, o caminho do
navio no meio do mar, e o caminho de um homem com uma VIRGEM (Almah)”.
[ Almeida Corrigida. A Atualizada traz “donzela”].
5ª) Cantares de Salomão 1:3 – “Suave é o aroma dos teus ungüentos, como
ungüento derramado é o teu nome; por isso, as DONZELAS (hebraico Almah) te
amam”.
6ª) Cantares de Salomão 6:8 – “Sessenta são as rainhas, e oitenta as concubinas, e
as VIRGENS (Hebraico Almah) sem número”.
7ª) E por último, Isaías 7:14 – “Eis que a VIRGEM (hebraico Almah) conceberá, e
dará à luz um filho, e ele será chamado Emanuel”.
Estas são as únicas passagens das escrituras onde a palavra almah ocorre. Observe que
ela foi dita (usada) apenas por eruditos, que conheciam bem a sua língua e cultura:
Moisés, Davi, o sábio Agur, Salomão e Isaías. Ninguém além deles usou esta palavra.
Em todas estas passagens, a palavra almah poderia ser traduzida por “jovem virgem” ou
“jovem solteira”; ou então, pela palavra “donzela”, que descreve melhor uma jovem
virgem e solteira.
Observe também que em todas estas passagens, almah está sendo aplicada, se referindo
e indicando uma jovem que ainda não casou, e virgem, que ainda não teve relações
sexuais.
Em cada ocorrência, almah está automaticamente descrevendo que a moça referida é
virgem e solteira.
Ainda que na Versão, ela esteja sendo traduzida por jovem, moça, donzela ou virgem,
isto não altera o significado original da expressão almah: ela nunca estará se referindo a
qualquer tipo de jovem ou moça; o que ocorre são apenas traduções diferentes, (pois a
tradução terá que optar por uma destas palavras para traduzir o hebraico).
Das sete ocorrências de almah no Antigo Testamento, apenas em duas passagens a
Septuaginta grega traduziu almah literalmente como virgem, enfatizando o significado
da palavra:
A primeira, em Gênesis 24:43, onde a palavra é citada pela primeira vez; e a
segunda,em Isaías 7:14. Em ambas, os judeus traduziram almah por “parthenos”, que
significa “virgem” no grego.
Deve-se notar que a passagem de Isaías 7.14 não foi a única traduzida por “virgem” (no
grego), logo não podem alegar que fora um erro de seus escritores.
A Septuaginta e o judaísmo
A Septuaginta começou a ser traduzida para o grego no século três antes de Cristo. Na
época, a palestina estava sobre o domínio de Ptolomeu II Filadelfo, rei do Egito, que
reinou aproximadamente de 285 a 246 A.C., poucas décadas após a morte de Alexandre
Magno, o Grande, o qual conquistara a Palestina para os gregos. A maior parte das
informações que temos sobre ela, se encontram na carta de Aristéia à seu irmão
Filocrates, nos escritos de Filo de Alexandria, Flávio Josefo e Aristóbulo.
De acordo com a “Carta de Aristéia à Filocrates”, Demétrio de Fálero, responsável pela
biblioteca da Alexandria, persuadiu Ptolomeu II Filadelfo para traduzir a Torá para o
grego para uso pelos judeus da Alexandria,provavelmente para que a comunidade
hebraica do Egito, que falava grego, pudesse ter um texto próprio para usar durante a
sua liturgia.
Ptolomeu II pediu às autoridades do templo de Jerusalém que fizessem uma tradução
para o grego do Pentateuco para a recém criada biblioteca de Alexandria. Sabe-se que
em Alexandria, no século II existia uma significativa comunidade hebraica.
O sumo sacerdote Eleazar nomeou 72 israelitas, (seis escribas de cada tribo de Israel)
para atender o desejo do rei. A carta de Aristéia conta que estes foram recebidos com
grande honra no Egito, e durante sete dias surpreenderam a todos pela sabedoria que
possuíam, demonstrada em respostas que deram a várias questões, 72 no total; então,
eles foram levados para a ilha de Faros e ali iniciaram os seus trabalhos, traduzindo a
Lei; e realizaram a tradução em 72 dias, cada um fazendo a própria tradução dos 5
primeiros livros da Bíblia, (segundo a carta de Aristéia). O mesmo foi praticamente
repetido por Flávio Josefo, Filo, Tertuliano, Agostinho, Irineu, Clemente de Alexandria
e Jerônimo.
(*) Outra tradição diz que eram 70; os talmudistas dizem que o Pentateuco da
Septuaginta foi traduzido por cinco intérpretes; por isso alguns dizem que os tradutores
na verdade eram apenas cinco, e 70, (ou 72), seria o número total dos membros do
tribunal (sinédrio) que avaliaram e julgaram a tradução feita para o grego.
No final do trabalho (tradução), Aristéia diz que os 72 tradutores se reuniram e,
comparando o trabalho feito, viram que todas as traduções eram idênticas. Por último, a
tradução foi lida na presença de sacerdotes, príncipes e do povo que estavam reunidos
em Alexandria, e a tradução foi reconhecida POR TODOS, e foi declarado que a
tradução estava ’em perfeita conformidade com o original hebraico’.
A Carta de Aristéias é considerada uma obra apócrifa, e comumente se acredita que foi
escrita por volta de 200 A.C., cinqüenta anos após a morte de Ptolomeu II; Aristéias
teria sido o chefe da guarda real egípcia, de origem grega e pagão, porém era admirador
dos judeus e suas leis, e reconhecia o Deus dos judeus como o único Deus e como o
Criador. Flávio Josefo também disse isto. Ainda que possua características lendárias, a
carta e o relato foram aceitos como genuínos por muitos escritores eclesiásticos até o
início do séc. XVI.
O historiador judeu Flávio Josefo, do século 1 diz que, após Alexandre Magno ter
reinado 12 anos, Ptolomeu I Soter reinou 40 anos no Egito, e então Ptolomeu II
Filadelfo assumiu o reino do Egito.
Porém, Demétrio de Fárelo, que era detentor da biblioteca real, almejava reunir uma
cópia de todos os livros das terras sob o domínio de Ptolomeu. Numa ocasião em que o
rei lhe perguntou quantos livros ele já havia recolhido, ele disse ao rei que havia cerca
de 200 mil, e em pouco tempo, deveriam ter 500 mil. Disse também ao rei que estava
informado de que entre os judeus havia muitos livros de leis, e pediu ao rei para que
estes livros pudessem ser escritos em caracteres e no dialeto próprio dos gregos, que
fossem traduzidos para a língua grega. Então, por conselho de Demétrio, o rei escreveu
ao sumo sacerdote judeu para que ele agisse conforme o pedido real.
Flávio Josefo diz que “Aristéias” esteve entre os amigos mais íntimos do rei, e
aproveitou esta ocasião em que as leis judaicas seriam traduzidos para o grego, e
intercedeu ao rei pelos cativos judeus de seu reino, para que lhes tirassem da condição
miserável em que viviam. Tal pedido foi agradável ao rei, e muitos escravos judeus
foram libertados. De fato,o relato de Josefo é muito semelhante ao de Aristéia
[“Antiguidades Judaicas”, Livro 12, Capítulo 02. Leia (em
inglês)]:http://bible.crosswalk.com/history/BC/FlaviusJosephus/?
book=Ant_12&chapter=2
http://bible.crosswalk.com/history/BC/FlaviusJosephus/?
book=Ant_12&chapter=3
Aristóbulo (170-50 A.C.), um judeu do segundo século antes de Cristo, que viveu numa
época bem próxima à que a Septuaginta fora traduzida, cerca de um século depois, em
uma passagem preservada por Eusébio, escreveu que uma versão da lei hebraica foi
traduzida para o grego e completada durante o reinado de Ptomoleu II Filadelfo:
Aristóbulo Afirma que, “através dos esforços de Demétrios de Fálero, uma
tradução completa da legislação judaica foi realizada nos dias de Ptolomeu”…
Jerônimo, um dos Pais da Igreja, e tradutor da Vulgata, nos lembrou que o próprio
“Josefo escreveu, e os hebreus nos informaram, que apenas os cinco livros de
Moisés foram traduzidos por eles (os 72 tradutores) e dados ao rei Ptolomeu”.
Também, segundo Flávio Josefo e a carta de Aristéia, a tradução dos cinco primeiros
livros da Septuaginta completou-se aproximadamente em 285 A.C. A partir de então,
duas alegações são feitas: a primeira, de que os judeus de Alexandria teriam traduzido
Isaías e errado na tradução de Isaías 7:14; e a segunda,de que teriam sido os próprios
cristãos que traduziram o livro de Isaías para o grego;
01) Os judeus declaram que os 70 rabinos tradutores da Septuaginta, não traduziram o
livro de Isaías, mas apenas o “Pentateuco”, os cinco livros de Moisés. A maioria dos
judeus e críticos declaram que, quem escreveu o livro de Isaías, teriam sido os próprios
judeus de Alexandria posteriormente, e não os 70, ou 72, que traduziram a Lei, o
Pentateuco. Com isto, embora considerem a tradução dos setenta (ou 72) inspirada,
declaram que os judeus alexandrinos erraram ao traduzir “almah” por “parthenos”
quando traduziram o livro de Isaías para o grego. Este foi um argumento muito usado
por Áquila, quando substituiu ‘almah’ por ‘neanis’ (jovem mulher) na sua versão grega.
Realmente, não teriam sido os mesmos tradutores da Septuaginta que traduziram
“almah” por “parthenos” (termo grego para ‘virgem’) na passagem de Isaías 7:14, pois
afinal, não teria sido os mesmos que traduziram Isaías. Mas isto não ALTERA o
significado de almah, E NÃO PROVA que os judeus que, teriam posteriormente
traduzido Isaías, erraram na tradução; isto nos provaria que os próprios judeus helênicos
(de fala grega), é que relacionaram almah com parthenos e, estando eles familiarizados
com o idioma grego, sabiam muito bem o que estavam traduzindo.
O argumento de que
eles teriam errado na tradução também é falso, por um motivo muito claro e simples:
Como disse no tópico anterior, (sobre as “ocorrências da palavra almah”), em DUAS
passagens a Septuaginta traduziu ALMAH por PARTHENOS (termo grego para
‘virgem’), e não apenas em Isaías 7:14. E como foi dito, a primeira passagem está no
Pentateuco, em Gênesis 24:43 – “Eis que estou junto a fonte de água;seja pois a
DONZELA (hebraico Almah) que sair para tirar água e eu lhe disser: Dá-me de
beber do teu cântaro…”
Esta é justamente a única ocorrência da palavra hebraica almah no Pentateuco, e como
se pode ver, os autores da Septuaginta podem até não terem traduzido o livro de Isaías,
mas foram eles que traduziram o Pentateuco para o grego, foram eles que substituíram
almahpelo termo grego parthenos, em Gênesis 24:43. Isto é inquestionável, e com
isto, “desaba” a teoria de que a substituição de almah por parthenos foi um erro ou uma
adulteração. Além dos 72, os alexandrinos que traduziram Isaías, confirmaram que
estava corretíssima esta tradução, quando a efetuaram.
• Agora vejam algo bem interessante:
Vamos considerar as três hipóteses possíveis que eu mostrei acima, com relação ao
número dos tradutores da Septuaginta; considerando qualquer uma delas, veremos que,
em qualquer das hipóteses, não fora apenas um único judeu que traduziu almah por
parthenos, – mas vários sábios e eruditos judeus! Fica uma pergunta:
Por que será que os opositores do Evangelho, aos quais Paulo chamou de ‘inimigos da
cruz de Cristo’, fazem questão de nos dizer que os tradutores da Septuaginta não
traduziram almah por parthenos em Isaías, mas estes mesmos NÃO fazem questão de
também relatar que, inquestionavelmente, foram estes mesmos tradutores da
Septuaginta que, em Gênesis 24:43, traduziram almah por parthenos? Você faz idéia de
por que eles OMITEM propositalmente este ‘fato’?
Como disse acima, outro ponto muito interessante, é que não foi apenas um tradutor,
mas segundo as tradições e os relatos mostrados acima, a Septuaginta foi traduzida por
72 escribas, rabinos, tradutores eruditos, que além de serem muito inteligentes, eram
versados na lei e nas escrituras. Ou então, teriam sido setenta; e em terceiro lugar, a
terceira opinião (do Talmude) de que foram cinco os tradutores (porém, estes cinco
tradutores, SOMADOS com os 70, ou 72, que neste caso, teriam supervisionado e
avaliado a tradução, e comprovado que ela estava ÍNTEGRA, CORRETA, EXATA –
somam um total de 75 ou 77!).
• Conforme a maioria dos relatos, após terminarem em 72 dias, cada um a sua tradução,
eles compararam as 72 traduções, e as traduções eram todas idênticas!
Imagine então, 72 traduções do hebraico para o grego, feitas por 72 judeus diferentes, e
todas substituindo ‘almah’ por ‘parthenos’ – uma palavra que significa virgem no grego,
na passagem de Gênesis 24.43, no Pentateuco, e todas feitas por judeus muito cultos e
inteligentes!
Se todas estavam idênticas, (nisto todas as tradições concordam), por que só em Gênesis
24.43 elas estariam diferentes? E por que, logo em Gênesis 24.43 as traduções teriam de
estar diferentes? Se o fosse, esta tradução (‘almah’ = ‘parthenos’) teria feito com que a
Septuaginta fosse reprovada; mas como se pode ver, a tradução foi reconhecida POR
TODOS, e declarada em perfeita conformidade com o original hebraico. Imaginem
então o zelo, a paixão, o fervor dos judeus, que não os deixava nem sequer traduzir suas
escrituras para outro idioma, nem sequer mencionar o nome de Deus, agora
presenciavam uma tradução diferente (grega) de suas escrituras sagradas: isto nos faz
imaginar com quanto rigor, atenção, zelo e seriedade, a Septuaginta fora produzida; e
também, avaliada. Isto nos faz pensar o quanto seria contestado a tradução de almah por
parthenos(virgem) em Gênesis 24.43, se ela estivesse errada. Pelo zelo dos judeus, a
Septuaginta seria repudiada, e seria um escândalo para a comunidade judaica de
Alexandria, no Egito.
Mas ao contrário de tudo isso, os judeus costumam dizer que, “na Septuaginta (original)
o Pentateuco foi o MELHOR TRADUZIDO, enquanto o livro de Isaías foi o pior, o
mais mal traduzido” (lembrando que os 72 intérpretes traduziram apenas o Pentateuco, e
não Isaías).
Isto confirma que a tradução do Pentateuco estava CORRETA. Por outro lado, costumase usar isso como argumento para rejeitar a tradução de almah por virgem, em Isaías
7:14, alegando-se que esta foi mal traduzida. Quando os judeus dizem que “na
Septuaginta (original) o Pentateuco foi o MELHOR TRADUZIDO, enquanto o livro de
Isaías foi o pior, o mais mal traduzido”, estão querendo validar este argumento para se
opor à tradução de almah por parthenos, na Septuaginta.
Porém, só o fato de o Pentateuco ser o melhor traduzido, estando nele, em Gênesis
24.43, a mesma tradução que está em Isaías 7.14, comprova que, independente de Isaías
ter sido mal traduzido ou não, na Septuaginta, esta tradução está exata! Ela é igual à que
encontramos no Pentateuco da mesma! Observem então que, se o Pentateuco foi o
melhor traduzido, a tradução de almah por parthenos também estava corretamente
traduzida no Pentateuco; e embora o livro de Isaías talvez estivesse um pouco difícil de
traduzir, devido ao vocabulário diferente e variado que Isaías usou, nós podemos
afirmar com certeza que, independente disso, a profecia de Isaías 7.14 foi corretamente
traduzida neste livro, tal como no Pentateuco. Mesmo que Isaías tenha tido uma
tradução ruim, poderíamos dizer que “a passagem de Isaías 7:14 foi uma das melhores
traduzidas do livro de Isaías!” A tradução de Isaías 7.14, na Septuaginta, está tão correta
quanto Gênesis 24.43, na melhor parte do livro, onde almah também foi traduzida por
parthenos!
Pra falar a verdade, a tradução de almah por parthenos no próprio Pentateuco grego da
Septuaginta, prova a exatidão da tradução que, em Isaías 7.14 traduziu almah por
parthenos, e prova que quando os judeus traduziram o livro de Isaías, eles não inovaram
e nem inventaram: eles apenas “repetiram” o que os 72 fizeram, e os juízes avaliadores
aprovaram,declarando que o “Deus Conosco” nasceria de uma “parthenos”, de uma
virgem pura, e nunca tocada por homem algum. E tem outro detalhe: isto também prova
que a tradução do Evangelho de Mateus, capítulo 1, versículo 23 está correta! E isto
também se torna uma prova de que os que estão errados, e mal fundamentados, são os
que tentam negá-la.
“Ao invés de dizer que os antigos estão errados quanto ao que eles bem conheciam, não
é mais fácil reconhecer e admitir que são os modernos, – independente de quem quer
que sejam, que não conhecem tão bem quanto os antigos, e ainda querem inovar, – é que
estão errados?”
Antes dos manuscritos do Mar Morto serem descobertos, no século XX, os eruditos
achavam que as diferenças na Septuaginta talvez resultassem de erros ou mesmo de
invenções do tradutor. Os judeus se basearam nisso para rejeitá-la, até que foram
descobertos os manuscritos do Mar Morto e confirmaram sua exatidão.Agora, os
rolos achados próximo ao Mar Morto revelam que muitas das diferenças realmente se
deviam a variações no texto hebraico. Isto explica porque os primeiros cristãos citavam
textos das Escrituras, diferentes do texto encontrado no Antigo Testamento, e do texto
massorético.
Embora antes da Era Cristã os judeus usaram muito a Septuaginta,
principalmente os que falavam grego, por volta do século VI em diante, os judeus
alegavam que rejeitavam a tradução da Septuaginta, porque ela continha muitos erros.
Estes “supostos erros”, seriam as diferenças que a Septuaginta mostrava em relação ao
texto massorético, feito no século VI d.C.; e até mesmo nós cristãos, não entendíamos
por que a versão da Septuaginta era tão diferente! Alguns defendiam que o erro poderia
ser do texto massorético, ou de variações no próprio texto hebraico, e não
necessariamente “erros” da Septuaginta, que era bem mais antiga que este. A questão
perdurou até que, no século vinte, foram descobertos os famosos manuscritos do Mar
Morto, e a partir de então, a região passou a ser explorada e uma enorme quantidade de
manuscritos foi encontrada, e eles nos trouxeram luz, esclarecimento sobre estas
diferenças; grande parte destes manuscritos do Mar Morto, foram datados ANTES de
Cristo, do século dois a.C., século primeiro a.C., e século primeiro D.C.! E mais: os
manuscritos do Mar Morto comprovaram a ‘exatidão’ da Septuaginta, que muitos
alegaram estar errada, e os judeus dos séculos VI rejeitaram, por pensar estar errada. O
significado dos manuscritos do Mar Morto é tremendo.
Eles nos foram úteis para muita
coisa. “OS MANUSCRITOS DO MAR MORTO COMPROVARAM QUE A
SEPTUAGINTA É BEM MAIS EXATA DO QUE SE PENSAVA”,como declarou o
Doutor Howard F. Vos, pesquisador em Arqueologia, de Chicago.
02) A segunda objeção crítica se dá pelo fato de os únicos manuscritos que temos da
primeira versão da Septuaginta, datados antes de Cristo, são do Pentateuco grego e dos
profetas menores, mas ainda não se encontrou nenhum manuscrito grego do livro de
Isaías, datado antes de Cristo. Com base nisto, muitos críticos menos sensatos chegam a
dizer que o livro de Isaías, incluído na primeira versão da Septuaginta, foi traduzido
para o grego pelos CRISTÃOS, já no século I, e que em ISAÍAS 7:14, foram os cristãos
que substituíram ‘almah’ por ‘parthenos’, – já que não se encontrou ainda, manuscritos
em grego do livro de Isaías datado numa época antes de Cristo.
Primeiramente, para provar que a tradução de almah por parthenos está errada, teria que
se começar pela passagem de Gênesis 24.43. É popularmente aceito o ponto de vista de
que os demais livros do Antigo testamento foram traduzidos nos anos seguintes ao da
tradução do Pentateuco para o grego. Os judeus, nos dois últimos séculos antes de
Cristo, eram tão numerosos no Egito, especialmente em Alexandria, que, em certo
momento, passaram a constituir 2/5 (dois quintos) da população total da cidade. Pouco a
pouco, a maioria deles deixou de usar ou esqueceu a língua hebraica em grande parte,
caindo no perigo de esquecer a Lei. Conseqüentemente, tornou-se costumeiro
interpretar na língua grega a Lei que era lida nas sinagogas e, (lembrando que o
Pentateuco já havia sido traduzido para o grego pelos chamados “setenta”);
naturalmente, após certo tempo, alguns homens zelosos pela Lei resolveram compilar
uma tradução grega do Pentateuco.
Isto ocorreu por volta de meados do séc. III A.C.
Para os demais livros hebraicos – os proféticos e históricos – foi natural que os judeus
alexandrinos, fazendo uso do Pentateuco traduzido em suas reuniões litúrgicas,
desejassem também a tradução destes; então, gradualmente, todos os livros foram sendo
traduzidos para o grego, que se tornara a língua maternal destes judeus; tal exigência
aumentava conforme o seu conhecimento de hebraico ia reduzindo dia a dia. Não é
possível determinar com precisão o tempo ou os eventos que levaram a estas diferentes
traduções; mas é certo que a Lei, os Profetas e, ao menos, parte dos outros livros
existiam antes do ano 130 A.C., como aparece no prólogo do Eclesiástico, que não data
abaixo deste ano. É difícil determinar também onde as diversas traduções foram feitas,
pois as informações são muito escassas. A julgar pelas palavras e expressões egípcias
que ocorrem na versão, a maioria dos livros deve ter sido traduzida no Egito, muito
provavelmente na Alexandria.
Ester, entretanto, foi traduzido em Jerusalém. Existe a
hipótese de que Cantares de Salomão também foi traduzido para o grego em Israel.
O caso é que a versão grega é uma realidade inegável e foi bem acolhida pelos judeus
alexandrinos, que logo a difundiu pelas nações onde o grego era falado; foi usada por
diferentes escritores e suplantou o texto original nas cerimônias litúrgicas. Filo de
Alexandria a utilizou em seus escritos e considerava os tradutores profetas inspirados;
finalmente, ela foi acolhida pelos judeus da Palestina e foi notavelmente empregada por
Josefo. Sabemos também que os escritores do Novo Testamento fizeram uso dela,
utilizando-a na maioria de suas citações. Ela tornou-se o Antigo Testamento da Igreja e
foi altamente estimada pelos cristãos primitivos, de modo que muitos escritores
declararam-na inspirada. Os cristãos recorriam a ela constantemente em suas
controvérsias com os judeus; estes logo reconheceram suas imperfeições e, finalmente,
a rejeitaram em favor do texto hebraico ou de traduções mais literais (Áquila e
Teodócio).
Há cerca de 50 anos atrás, foi feita uma descoberta na Palestina, onde uma equipe que
investigava cavernas próximas ao litoral do Mar Morto, descobriu fragmentos dum
antigo rolo de couro dos 12 profetas menores, de Oséias até Malaquias, escrito em
grego. Estes escritos datam entre 50 A.C. e 50 D.C. Isto não prova que o livro de Isaías
foi traduzido para o grego antes de Cristo,mas isto nos mostra que ANTES de Cristo já
haviam outras cópias do Antigo Testamento em grego,além do Pentateuco. Estes
escritos nos fazem pensar que, se os judeus, antes de Cristo, já possuíam cópias em
grego dos profetas menores, (que consideravam menos importantes), por que não teriam
eles também, na mesma época cópias dos profetas maiores, que consideravam mais
importantes, (incluindo Isaías, que era um profeta muito citado e querido pelos judeus,
por causa de suas profecias de esperança)?
De certo, os judeus traduziriam primeiro os profetas maiores, (da mesma forma que
traduziram primeiro o Pentateuco), para que depois fizessem cópias dos menores. O fato
de ainda não ter sido encontrada cópias de Isaías em grego, datadas antes da era Cristã,
não significa que o livro de Isaías só fora escrito no século 1, e também não significa
que num futuro próximo, nossos pesquisadores não poderão encontrar alguma, ou
algum fragmento. Há cerca de 50 anos atrás pensava-se o mesmo em relação aos
profetas menores, dos quais hoje nós temos cópias.
O argumento de que os cristãos teriam traduzido Isaías ou os demais livros do A.T. para
o grego é inaceitável, pois o próprio Jesus citou a Septuaginta, justamente o livro de
Isaías, na passagem de Isaías 62.1, (em Lucas 4:18). Nesta profecia de Isaías, no
hebraico massorético, o verso 01 no final traz, “proclamar liberdade aos cativos e a
abertura de prisão AOS PRESOS”;no entanto,a Septuaginta no lugar de “aos presos”
traz “aos cegos”,e foi justamente esta expressão, a expressão “AOS CEGOS”,a mesma da
Septuaginta, que Jesus usou quando citou esta passagem em Lucas 4:18.
Com isto, desaba a teoria de que os cristãos escreveram o livro de Isaías em grego, ou
os demais livros da Septuaginta; se fosse assim, Jesus não poderia ter feito uma citação
da mesma. Também, em Atos 8:26-38 o eunuco Etíope, que encontrara-se com Felipe,
lia justamente o livro de Isaías na Septuaginta! Ele lia Isaías 53:7e 8, na primeiríssima
tradução da Septuaginta grega.
Os judeus usaram muito a Septuaginta antes da Era Cristã e, no tempo de Cristo, a
Septuaginta foi reconhecida como texto legítimo, tendo sido inclusive empregada na
Palestina pelos rabinos. Os apóstolos e evangelistas também a usaram e fizeram citações
do Antigo Testamento a partir dela, especialmente no que diz respeito às profecias.
Um exemplo é o uso que o próprio Senhor Jesus faz da versão Septuaginta que se
encontra em Sua resposta ao diabo em Mt. 4.4. O texto hebraico em Dt. 8:3 diz: “mas
de toda palavra que procede da boca do SENHOR [hebr. YHWH]”;a Septuaginta diz
“da boca de Deus”.É este último que Jesus cita.
Fontes: + Informações sobre a Septuaginta, e sobre outros usos da Septuaginta no Novo
Testamento: http://www.cacp.org.br/movimentos/artigo.aspx?lng=PTBR&article=805&menu=12&submenu=6
http://www.universocatolico.com.br/content/view/358/149/
http://www.watchtower.org/t/20020915/article_01.htm
Sobre a palavra hebraica B’thulah (ou Bethulah), e a
palavra Na’arah (ou Naara)
Em relação à palavra hebraica B’thulah, como declaram os rabinos, realmente ela é a
palavra mais usada, mais comum e mais freqüente para virgem nas escrituras e no
hebraico, por que de fato, b’thulah significa literalmente uma virgem, uma mulher que
nunca teve relações sexuais.
Inclusive, a palavra hebraica para “virgindade” é “B’thulim” (Bethulim), que vem de
b’thulah.Quase todas as vezes que lemos a palavra virgem no Antigo testamento,é uma
tradução da palavra b’thulah. A palavra hebraica b’thulah ocorre 51 vezes no Antigo
Testamento (enquanto Almah ocorre apenas sete vezes; mas lembrem-se que isto não
altera o significado de almah). É preciso dizer que, nem sempre, em todas as suas 51
ocorrências, b’thulah é traduzida pela palavra virgem: a palavra B’thulah (bethulah) é
traduzida apenas 44 vezes pelo grego “parthenos”na Septuaginta. Notem agora que, o
fato de nas demais sete ocorrências, esta palavra ser traduzida como jovem na
Septuaginta, isto não altera em nada o significado de B’thulah: ainda que nestas setes
traduções ela seja traduzida como jovem, ela continua indicando que a jovem a que se
refere é uma ‘virgem’. Então, o mesmo princípio vale para a palavra Almah: por que
com ela seria diferente?
Gostaria de lembrar que nós cristãos não negamos este fato, e não negamos que b’thulah
significa virgem, e que ela é a palavra mais usada para virgem. Nós jamais negamos
isto, até porque seria impossível, e uma heresia sem tamanho fazê-lo!
Geralmente, a passagem mais questionada onde ocorre a palavra B’thulah, é a passagem
de Joel capítulo 01, verso 8, que diz:
“Lamenta como a VIRGEM [Hebraico ‘bethulah’] que está cingida de pano de saco
pelo marido da sua mocidade”.
Nesta passagem, a palavra b’thulah (ou bethulah) está sendo aplicada à mulher casada.
Sabe-se disso, porque a palavra para “MARIDO” é o hebraico “ba’al”,que significa meu
senhor (dono) ou meu possuidor, Senhor (para outros deuses – inclusive é usado para
Baal), proprietário da casa, ou homem casado,que tem uma esposa, entre outros: porém,
o termo hebraico ba’alNÃO SE APLICA A UM HOMEM NÃO CASADO.(Em Oséias
2:16 o termo hebraico usado para MARIDO, é ‘Ish’,o mesmo usado para varão em
Gênesis 2:23).
Assim, Joel 1:8 se refere a uma mulher já casada. Alguns declaram que a lamentação
deve ser entendida como a de uma jovem DESPOSADA, comprometida para
casamento, que perdeu o seu amado ANTES do casamento; e dizem que a expressão
“Marido da sua mocidade”seria uma referência ao noivo, ou ‘futuro esposo’ desta
b’thulah (virgem), não necessariamente a um esposo. Declaram que, uma virgem não
poderia estar lamentando por seu esposo, pois se tivesse esposo, não poderia ser virgem,
(a não ser que o perdesse antes das núpcias).
Porém, esta interpretação não é possível diante do original hebraico, pois aquí, marido =
um homem já casado; não pode fazer uma referência a um homem não casado.
Assim, não poderíamos entender que nesta passagem a palavra b’thulah está sendo
aplicada a uma mulher que ainda não casara.
Alguns rabinos e teólogos defendem que nesta passagem, poderíamos entender que a
palavra bethulah está sendo aplicada a uma mulher extremamente recém-casada,que
teria perdido seu marido antes da noite de núpcias, ainda virgem (bethulah).
Se aceitarmos esta interpretação, então Joel 1.8 estaria indicando, dentro do contexto da
passagem, que o cativeiro, ou o castigo referido, seria tão surpreendente, que até a
virgem que se casasse pouco antes deste, perderia seu marido antes das núpcias, antes
de sua primeira relação amorosa com ele, e lamentaria a perca do marido da sua
mocidade. É uma interpretação possível e razoável, em minha opinião, pois bethulah é
uma palavra usada para virgens. Fica ao critério de cada um. De qualquer forma, o
exemplo desta virgem (bethulah), mencionada em Joel 1.8, confirma que, em Israel,
comumente as “jovens solteiras” se casavam virgens, como comentarei mais adiante, em
outro tópico; e independente de tudo isso, não se pode tentar negar que almah se refere a
uma virgem pelo fato de b’thulah ser a palavra mais comum nas escrituras! Ambas são
sinônimos.
Frequentemente os céticos alegam que se a palavra mais comum para virgem é b’thulah,
almah não poderia significar virgem.
Mas não se pode dizer que almah não significa virgem simplesmente pelo fato de haver
uma outra palavra, a palavra b’thulah, para virgem no hebraico: o que muitos não
sabem, é que também existem outras palavras no hebraico para jovem ou moça: as
palavras “Na’arah” e “Yaldah” . Então, já que existem muito mais palavras para MOÇA
no hebraico do que para VIRGEM, seria muito mais óbvio pensarmos que almah e
b’thulahseriam as palavras “mais apropriadas no hebraico para virgem”; se esta
acusação cética fosse válida, nós também poderíamos dizer que a palavra mais
apropriada para jovem é o hebraico “Na’arah”, e não o hebraico “Almah” – se
seguíssemos o mesmo princípio usado pelos críticos. Mas observem que mesmo
conscientes de que almah e b’thulahsão as palavras mais apropriadas para descrever
uma jovem virgemno hebraico, nós cristãos não negamos que almah também pode se
referir a uma jovem solteira.
A palavra a palavra hebraica “Na’arah” é aparece muito mais vezes do que “almah” nas
escrituras; e entre seus variados significados, “Na’arah” também significa jovem, moça
ou donzela; uma jovem solteira, em idade de casar-se.
Portanto, se apenas o fato de ser mais apropriada fosse válido, poderíamos dizer então
que “Na’arah” seria mais apropriada para uma jovem ou moça do que almah.
Pergunto então:
“Podemos tentar negar que “Almah” também se refere a uma ‘jovem em idade de casarse’ pelo fato de “Na’arah” ter este mesmo significado”? De modo nenhum!
“Porventura alguém diz que almah não pode ser a palavra apropriada para moça, por
existirem outras palavras no hebraico para usadas para descrever uma moça”? Claro que
não! Existem vários sinônimos no hebraico, palavras diferentes, que podem ter o
mesmo significado, portanto, tal argumento, além de não provar “NADA”, não altera o
significado original de almah.
A palavra hebraica Na’arah pode significar garota, menina, menina serva, pequena
menina, uma jovem mulher, uma mulher jovem em idade de casar-se, serva, concubina,
entre mais outros significados.
Estas passagens abaixo, são “ALGUMAS” onde as escrituras se referem a uma MOÇA,
JOVEM ou DONZELA, mas NÃO É usada a palavra ALMAH: É USADA A
PALAVRA NA’ARAH, vejamos:
Deuteronômio 22:23
“Quando houver MOÇA VIRGEM [hebr. B’thulah] desposada, e um homem a achar
na cidade, e se deitar com ela…”
(*)Aquí a palavra hebraica para MOÇA é “Na’arah”; e a palavra para VIRGEM é
“B’thulah”.
Juízes 21.12
“E acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas MOÇAS VIRGENS,
que não tinham conhecido homem, e as trouxeram ao arraial em Siló, que está
na terra de Canaã”.[MOÇAS = Na’arah; VIRGENS =B’thulah].
Rute 2.6
“Respondeu-lhe o moço: Esta é a MOÇA moabita que voltou com Noemi do país
de Moabe”.
(*)A palavra usada para MOÇA aqui é o hebraico NA’ARAH. Note que nesta
passagem, em hipótese alguma, poderia ser usada a palavra almah, e nem a palavra
b’thulah; porque almah se refere a uma jovem virgem e EM IDADE DE CASAR-SE; e
b’thulah a uma virgem: e Rute não era virgem, e era viúva de Malom (Rt 4:10).
Portanto, a única destas palavras que poderia ser usada aquí para descrever Rute, é
Na’arah, como de fato o é.
Isto mostra claramente, que em cada passagem onde são aplicadas, estas palavras
descrevem o estado da moça referida. O mesmo acontece com a palavra almah: quando
ela é aplicada, descreve que a moça a quem se aplica, é virgem e solteira; ou, por que
com ela seria, ou deveria ser diferente?
1º Reis 1.2
“Então disseram-lhe os seus servos: Busquem para o rei meu senhor uma MOÇA
VIRGEM que esteja perante o rei, e tenha cuidado dele; e durma no seu seio,
para que o rei meu senhor se aqueça”.
(*)A Versão Almeida Corrigidatraz: “Busque-se para o rei meu senhor uma JOVEM
DONZELA”. A palavra para MOÇA (ou JOVEM) é o hebraico Na’arah; e a palavra para
VIRGEM (ou DONZELA) é o termo hebraico B’thulah. E o versículo seguinte diz:
1º Reis 1:3
“E buscaram por todos os termos de Israel uma MOÇA formosa, e acharam a
Abisague, sunamita; e a trouxeram ao rei”.
(*)Nesta passagem, a Versão Almeida Corrigida traz “uma JOVEM formosa”.Aquí, é
usada a palavra Na’arah, para MOÇA ou para JOVEM, dependendo da Versão.
— Com isto, quero mostrar e deixar claro que, da mesma forma que “Almah não é a
única palavra hebraica para virgem”, Almah também “não é a única palavra hebraica
para jovem, donzela ou moça solteira; Almah também não é a mais usada para jovem”.
Mas pode ser usada para uma; desde que esta seja virgem e solteira, ela será uma
“almah”. As palavras B’thulah (hebr. Virgem) e Na’arah (hebr. Jovem) ocorrem muito
mais vezes do que almah, (já que almah não era muito usada no vocabulário hebraico).
Portanto, dizer que almah não significa virgem simplesmente porque B’thulah é a
palavra MAIS usada para virgem, é INCABÍVEL, como se pôde ver.
Almah é sinônimo de Bethulah (b’thulah)
Se em Gênesis 24.14 fosse usada a palavra b’thulah, teríamos uma prova
inquestionável, pelas próprias escrituras disso. Isto, porque os acontecimentos
narrados neste versículo é repetido no verso 43 de Gênesis 24, justamente onde
se usa a palavra almah pela primeira vez.
No entanto, a palavra usada no verso 14, NÃO é b’thulah: é o hebraico Na’arah.
Mas ainda assim, não se pode argumentar que almah não é sinônimo de b’thulah,
porque em Gênesis 24.14 se usa a palavra hebraica “na’arah”.Observando o
capítulo 24 de Gênesis, fica evidente que Almah é sinônimo (tem o mesmo
significado) de B’thulah. Mesmo que nos versos 14 e 43 ( de Gênesis 24) Moisés
tenha usado, nestes dois versos, as palavras Na’arah e Almah, nós podemos notar
que ALMAH e B’THULAH são sinônimos, pelo CONTEXTO deste capítulo (Gênesis
24).
Gênesis 24.43, onde ocorre pela primeira vez a palavra hebraica almah, é uma
‘repetição’, uma narrativa de 24.14, quando o servo Eliezer repete as mesmas
palavras de 24.14 perante a família de Rebeca. Foi quando Moisés usou o
hebraico almah, pela primeira vez nas escrituras.
Entretanto, a palavra hebraica Na’arah TAMBÉM significa uma “jovem solteira em
idade de casar-se”, e afinal, como ela é uma palavra usada para moças, – além de
para concubinas, servas, e em outras passagens, para mulheres casadas; porém,
no contexto desta passagem, ela está se referindo a “uma jovem VIRGEMe
solteira”, a uma donzela! Ainda que Na’arah se use também para mulheres
casadas, aquí, nesta passagem, ela é usada para uma mulher solteira, para uma
virgem! E é isto o que importa: o sentido da palavra nesta passagem! (Inclusive,
poderia ser muito bem substituída por bethulah em 24.14). E DOIS VERSOS
depois deste, em Gênesis 24.16, é dito que “a DONZELA (hebr. Na’arah)era mui
formosa, e VIRGEM (hebr. B’thulah), a quem homem não havia conhecido”…
Logo, não é incomum o uso de Na’arah nesta passagem, e como se pode ver,
“na’arah”está sendo usada NESTA PASSAGEM, neste capítulo, COM O MESMO
SENTIDO DE “B’THULAH”,e se referindo a uma jovem virgem, que nunca tivera
relações sexuais com nenhum homem (Rebeca): e NESTE SENTIDO da palavra,
foi que Moisés usou , ou a substituiu por ALMAH em 24.43!
• Isto deixa claro que, neste capítulo, as palavras hebraicas Na’arah, B’thulah e
Almah, estão sendo usadas para se referir a uma “jovem VIRGEM e solteira, a
quem homem nenhum havia conhecido (v.16)”; e isto demonstra que Almah se
refere a uma “jovem VIRGEM e solteira, a quem homem nenhum havia
conhecido”…
• E o FATO de TODAS elas estarem sendo usadas para “uma jovem VIRGEM e
solteira, que nunca tivera relações sexuais”, prova que ALMAH, (usada para uma
jovem virgem em idade de casar-se), e BETHULAH, (usada para virgens), são
sinônimos; pois o significado destas três palavras hebraicas, no contexto do
capítulo 24 de Gênesis, é o mesmo.
Sobre a palavra grega Parthenos, e Gênesis 34:2-3
A palavra grega parthenos foi usada várias vezes na Septuaginta, e indica que a moça
para quem está sendo usada é uma virgem, uma mulher que nunca teve relações sexuais
com algum homem. Em suas ocorrências na Septuaginta, o termo grego parthenos é
usado 44 vezes como tradução da palavra hebraica “bethulah”, duas vezes como
tradução da palavra hebraica “Almah” [em Gênesis 23:43 e Isaías 7:14 ],e
ALGUMAS VEZES como tradução da palavra hebraica “Na’arah”, – como em Gênesis
24:14, e na passagem de Gênesis, capítulo 34, no verso 03. Gostaria de lembrar que a
palavra parthenos, usada em Isaías 7:14 na Septuaginta grega, também é usada no
Evangelho de Mateus, capítulo 1, 23.
Contra a palavra grega parthenos, empregada na Septuaginta para mulheres que nunca
tiveram relações sexuais, nos tempos modernos, críticos do judaísmo e do ceticismo
tentam negar o seu significado, dizendo que em Gênesis 34:2,3, a palavra “parthenos” é
usada como referência a não-virgens, a uma mulher jovem que foi estuprada, que não
era mais virgem. Com isto, os judeus “tentam” dizer que a palavra parthenos também
pode ser aplicada a uma mulher que não é virgem.
O fato de parthenos ter sido usada nesta passagem de Gênesis, onde Diná fora
estuprada, não pode ser usado como argumento para dizer que parthenos não se refere à
virgens; caso contrário, os tradutores da Septuaginta teriam errado ao traduzir o
hebraico B’thulah (usado para virgem) 44 vezes por esta mesma palavra (parthenos).
Devido a isto, dizem apenas que parthenos, além de indicar uma virgem, também pode
indicar uma não virgem: [ou seja, dizem que nem sempre parthenos se refere a uma
virgem]; e com isto, colocam em dúvida o real significado de parthenos na tradução da
Septuaginta em Isaías 7.14:
“Estaria Isaías fazendo uma referência a uma parthenos virgem,ou a uma parthenos
não virgem”?
Para os críticos e opositores do Evangelho, é claro que de modo nenhum poderia ser
uma parthenos virgem!
Mas diante destas argumentações, surge a seguinte pergunta:
— Será realmente que, nesta passagem, a palavra parthenos está sendo aplicada a uma
jovem não mais virgem?
Acontece que o idioma grego, de onde vem a palavra parthenos, é totalmente
independente e distinto do hebraico; no idioma grego, não existe parthenos virgem e
parthenos não virgem: no grego, parthenos é LITERALMENTE VIRGEM, e só é usado
para virgens! No grego, só existe parthenos = virgem!
Notem que sendo GREGO e HEBRAICO dois idiomas diferentes, Não se corrige o
grego com hebraico! Assim sendo, o máximo que poderíamos ter nesta passagem, seria
um erro de tradução ao usar parthenos, se a passagem não se referisse a uma virgem;
mas se os tradutores usaram parthenos, é porque nesta passagem, “Na’arah” está se
referindo a uma virgem, e não foi um erro. Veja bem:
A Septuaginta não foi uma tradução do grego para o hebraico, mas do hebraico para o
grego; e a tradução da Septuaginta, seguiria apenas o significado da palavra no
hebraico: Se Na’arah, no contexto da passagem de Gênesis 34:2,3, pudesse ser traduzida
como uma virgem, os 72 tradutores da Septuaginta a traduziriam sem nenhum problema
por parthenos, que em grego significa virgem, pelo fato de a passagem ainda ser uma
referência a uma virgem, significando que os setenta entendiam que no verso três, o ato
do estupro ainda não havia se consumado, e Diná ainda não perdera a virgindade.
Analisemos alguns pontos, começando pelo texto de Gênesis 34:2,3:
2.”E Siquém, filho de Hamor, o heveu, que era príncipe daquela terra, viu-a ,e
tomou-a, e deitou-se com ela ,e a humilhou.
3.E apegou-se sua alma com Diná, filha de Jacó, e amou-a, e falou
afetuosamente (com ternura) à moça [hebr.”Na’arah”] “.
O verso mostrado pelos judeus é o verso três, onde a palavra hebraica que foi traduzida
por parthenos (Gr. Virgem) não é b’thulah, é o hebraico “na’arah”.
Já no verso quatro, o verso seguinte, a palavra para a moça Diná, após ela já ter sido
desonrada, não é mais “Na’arah”: é o hebraico “Yaldah”, que pode significar moça,
garota, e é uma outra palavra para moça, além de Na’arah. Veja o que diz o verso 04:
4.”Falou também Siquém a Hamor, seu pai,dizendo: Toma-me esta moça
[hebr.”Yaldah”] por mulher”.
Podemos observar que, o verso três NÃO é comprometedor: a única coisa que
realmente poderia mostrar nesta passagem a palavra PARTHENOS sendo aplicada a
uma mulher que não seria mais virgem, seria se a tradução fosse efetuada no verso 04,
de “Yaldah” para parthenos, e não no verso três; Mas isto não acontece.
Nota-se que após a moça ter sido estuprada, no verso quatro, o texto hebraico NÃO
USA a palavra Na’arah, mas usa a palavra hebraica Yaldah, enquanto Na’arah é usada
apenas no verso três. Da mesma forma, nota-se que na Septuaginta, no verso quatro,
após a moça Diná ter sido estuprada, os tradutores da Septuaginta NÃO USARAM
PARTHENOS! Usa-se parthenos, na Septuaginta, apenas no verso três.
Isto significa que os tradutores entendiam que o relato citado no verso três, (pois não
havia divisão de versículos na época), era uma continuação ou seqüência do relato
citado no verso dois, ou que ele deveria ser aplicado antes de ser consumado o estupro;
e por isso traduziram Na’arah por parthenos.
Podemos notar que na passagem de Rute 2.6, a palavra “Na’arah” é usada para uma
mulher que já fora casada e viúva: — Rute, mulher e viúva do falecido Malom.
Aí fica a pergunta, que compromete os próprios judeus:
“Se a palavra Na’arah, que em Rute 2.6 se aplica a uma jovem casada e viúva
pode ser traduzida por parthenos (virgem), por que a palavra hebraica Almah, (que
NUNCA se aplica a uma jovem casada, mas que se aplica unicamente às jovens
solteiras), também não pode ser traduzida por parthenos”?
“Se B’tulah e Na’arah podem ser (e são) traduzidas por parthenos, por que querem
que a palavra almah seja a única que não pode ser traduzida por parthenos”?
Esta objeção judaica compromete os próprios judeus, pois se eles afirmam que almah
não pode ser traduzida por parthenos, (por que pensam que somente b’tulah deveria ser
traduzida como virgem), como podem então traduzir Na’arah por parthenos?
Se tal palavra (Na’arah) pode ser traduzida por “virgem” no grego, sendo esta sim, uma
“palavra incomum para virgens nas escrituras”, (diferentemente de almah e bethulah),
por que então “almah” também não poderia ser traduzida por virgem?
• O fato de Na’arah, uma palavra que se aplica à mulheres casadas (Rute 2:6) ser
traduzida na Septuaginta por parthenos, é uma prova de que almah pode ‘e deve’ ser
traduzida por parthenos.
Como disse, a passagem de Gênesis 34:2-3 não é COMPROMETEDORA:
Se a tradução fosse efetuada no verso 04, onde após consumar o estupro, Siquém pede à
seu pai para casar-se com a moça, aí sim, teríamos a palavra parthenos sendo aplicada a
uma jovem já estuprada e não-mais-virgem.
Porém, os versos dois e três não seguem uma ordem cronológica; não saberíamos dizer
se Siquém, Filho de Hamor, só falou com ternura à moça após ter consumado o ato, ou
se no momento em que estava com ela. O texto grego está relatando que Siquém
humilhou a virgem (gr. Parthenos), filha de Jacó, e sua alma se apegou à virgem que ele
humilhara, da qual tirou a virgindade, – ou então, tirava a virgindade (caso entendamos
o relato do verso três como uma continuação do verso dois, antes que o ato fosse
consumado, o que é possível). Seria mais óbvio que “a alma de Siquém tenha se
apegado à moça no momento da violência sexual”, e que ele tenha “falado com ternura à
moça no momento da violência sexual”, e não após esta.
Assim, o verso três seria uma continuação do mesmo relato do verso anterior; devemos
lembrar que na época em que a Septuaginta foi traduzida, ainda não havia a divisão em
versículos: assim, os tradutores entendiam como um único acontecimento, o momento
do estupro e o momento em que Siquém falou benignamente à moça que estuprava, pois
como não haviam versículos, pontuação ou sequer acentuação, os tradutores liam o
texto da seguinte forma:
“E Siquém,filho de Hamor,o heveu,que era príncipe daquela terra,viu-a,e tomoua,e deitou-se com ela,e a humilhou. E apegou-se sua alma com Diná, filha de
Jacó, e amou-a, e falou afetuosamente à moça [hebr. “Na’arah”,na Septuaginta
traduzido por “parthenos”].
Falou TAMBÉM [a palavra “também”, aquí, é a única expressão que indica um
acontecimento após o episódio do estupro] Siquém a Hamor,seu pai,dizendo:
Toma-me esta MOÇA [hebr.”Yaldah”]por mulher”.
Assim, os tradutores poderiam entender que Siquém falou afetuosamente à moça
virgem, filha de Jacó, no momento em que se deitou com ela; e que o único evento
posterior seria quando pediu a seu pai para conseguir aquela jovem para casamento, e
então, não traduziram “Yaldah” por parthenos. Seria como se entendessem os versos 2 e
3 num mesmo versículo; veja como mudaria o sentido do texto:
“(I) E Siquém,filho de Hamor,o heveu,que era príncipe daquela terra,viu-a,e
tomou-a,e deitou-se com ela,e a humilhou; e apegou-se sua alma com Diná, filha
de Jacó, e amou-a, e falou afetuosamente à moça [hebr. “Na’arah” ].
(II) Falou também Siquém a Hamor,seu pai,dizendo: Toma-me esta moça
[hebr.”Yaldah”] por mulher”.
Então, a única alegação que seria válida para dizer que parthenos estaria sendo aplicada
a uma mulher não virgem, seria se o verso 04 também fosse traduzido por parthenos;
“Se parthenos pudesse ser uma referência a uma não virgem, por que os tradutores não
fariam a mesma tradução na Septuaginta, no verso 04, (pelo menos um deles)”?
Os tradutores estavam conscientes de que a palavra b’thulah é usada apenas para
virgem, e a traduziram 44 vezes por parthenos! Teriam eles errado? Claro que não! Se
parthenos pudesse ser uma referência a não virgens, os tradutores teriam escolhido outra
palavra grega para traduzirem, em 44 passagens, a palavra hebraica b’thulah, que no
hebraico é aplicada unicamente a virgens.
Em Israel, uma Jovem Solteira que não se casasse
VIRGEM, poderia ser apedrejada segundo a Lei
A palavra hebraica almah, pode significar tanto uma virgem, como uma jovem
solteira em idade de casar-se.
Devido a isto, às vezes críticos argumentam que, ela significa uma jovem solteira, e não
necessariamente uma virgem. Mas se nós analisarmos o significado desta palavra
(Almah) como uma jovem que ainda não se casou, (como era o seu significado antes do
Cristianismo), veremos que ela também faz alusão a uma virgem. As jovens solteiras
em Israel, poderiam ser apedrejadas se não casassem virgem, conforme a Lei de
Deuteronômio 22:13-30.
• Se um homem se casasse com uma mulher, uma jovem, e depois descobrisse que ela
não era virgem, que NÃO a encontrou virgem quando casaram, e fosse provado que
aquela moça não era mais virgem quando casaram, ela seria apedrejada até a morte,
(conforme a lei descrita em Deuteronômio 22:13-21).
• Mas poderia acontecer de um homem achar uma jovem virgem e solteira, que não
estivesse comprometida (desposada) com nenhum homem, e se deitasse com ela,
tirando a virgindade (hebr. B’thulim) desta moça. Então, neste caso, o homem, por ter
violado a honra de uma virgem antes do casamento, teria de pagar uma multa e era
obrigado a casar-se com ela, e jamais poderia divorciar-se dela (Deuteronômio
22.28,29). Este seria um caso de relação sexual entre solteiros; mas o mesmo princípio
era válido para um casal já comprometido, que tivessem contato sexual antes de casarse: o homem seria obrigado a casar com a jovem que desonrou, e jamais poderia se
divorciar dela em toda sua vida. * Isto, porém, RARAMENTE acontecia.
• E se a jovem virgem, que ainda não casara, estivesse prometida em casamento a algum
homem, e se deitasse com outro, ela e o homem seriam apedrejados. Mas se fosse
forçada, só o homem morreria. Este seria um caso de estupro, e a virgem que sofreu a
violação sexual não morreria (Deuteronômio 22:23-27).
Considerando estas duas hipóteses nas quais era possível que uma mulher perdesse a
virgindade antes do casamento antes de seu casamento, e nas quais não seria apedrejada,
na primeira, (no caso de relações sexuais entre solteiros), ela imediatamente já estaria
obrigatoriamente comprometida a casar-se com este homem. E na segunda, apenas se a
jovem já prometida em casamento fosse violentada sexualmente, ela se casaria SEM
SER VIRGEM; mas ainda assim, com o mesmo homem que estava prometida antes de
tal ocorrido.
Então, como se pode observar diante da severidade da lei, nota-se em tudo isso que era
extremamente INCOMUM, DIFÍCIL e VERGONHOSO uma jovem solteira (Almah)
em Israel não ser virgem, principalmente pela má reputação que a perca da virgindade
antes do casamento causaria a ela e a seus pais; isto seria um escândalo, e dependendo
do caso, a jovem que perdesse a virgindade antes do casamento poderia ser condenada à
pena de morte, como se pode notar.
Assim, comumente, as jovens solteiras só deixavam de serem virgens quando casavam;
se houvesse relação sexual entre solteiros, ou com o futuro cônjuge, e houvesse o
consentimento de ambos, tendo a jovem que casar com o mesmo; ou caso fossem
vítimas de estupro quando comprometidas, e neste caso ainda se casariam com o
homem com quem estavam desposadas; do contrário, seriam apedrejadas.
Mas por que estou falando sobre isto? Por que estas leis da Torá têm bastante
implicação sobre o significado da palavra hebraica almah, que originalmente é aplicada
apenas à jovem solteira, ainda não casada. Se dizem que a palavra almah não deve ser
entendida como virgem, e sim, como uma jovem em idade de casar-se, apenas, (para
desassociar a profecia de Isaías 7:14 de Jesus, é claro) – então, se por um instante
considerarmos almah como uma referência a uma jovem em idade de casar-se, ainda
assim, a palavra almah estará fazendo referência a uma virgem, devido a esta lei da
Torá: pois como se pôde observar, era muito difícil e desonroso para uma “jovem
solteira”, uma “almah”, não ser virgem!
Compreendendo as leis que haviam em Israel, que diferença havia de uma virgem para
uma jovem solteira? Uma jovem solteira normalmente não seria uma virgem?
E uma virgem, normalmente não seria uma moça solteira?
Então, por que justamente logo na profecia de Isaías 7:14, a ALMAH (jovem solteira)
não seria uma virgem?
Por que logo a mãe do Emanuel, não seria uma virgem, se as jovens
descompromissadas eram todas virgens? Por que a partir do momento em que
perdessem a virgindade, a moça estaria comprometida!
Acaso, devemos pensar que o Emanuel, um sinal dado por Deus para toda a nação, seria
o resultado de um pecado?
Iria Deus dar um sinal ao seu povo que seria fruto de uma relação sexual entre solteiros,
antes do casamento, ou de um estupro, uma violência sexual – contrariando seus
princípios estabelecidos para o matrimônio?
Penso eu que não: seria contrário ao bom senso pensarmos que Deus daria um sinal
desta natureza. Se Deus desse ‘um sinal’ assim, isto serviria de mau exemplo, e ainda
iria contrariar as próprias leis estabelecidas por Deus; e seria muito dificultoso
relacionar as crianças da época com o Emanuel. E justamente devido a esta dificuldade,
os estudiosos declaram que, após o Cristianismo, os judeus passaram a usar a palavra
Almah para mulheres já casadas: por que no sentido original da palavra, somente se
encaixava o Messias; deve ser por isso que também, antes do Cristianismo havia a
interpretação messiânica da mesma: por que no sentido original da palavra, somente o
Messias poderia cumprí-la. Também, talvez tenha sido este o motivo pelo qual esta
palavra (almah) não era muito comum no vocabulário hebraico, e Isaías tenha optado
por ela.
Por que Isaías usaria uma palavra tão complicada para a mãe do Messias, se não fosse
para determinar com precisão e exatidão, como se daria o nascimento do Emanuel?
Se o objetivo de Isaías fosse simplesmente designar uma mulher comum, ele poderia ter
usado “Na’arah” ou “Yaldah”, palavras hebraicas usadas para moças, – e não
necessariamente Almah! Mas o fato de o profeta ter optado por Almah tem um
significado, pois Almah indica com maior precisão e exatidão que b’thulah, que seria
uma jovem virgem e não casada.
Quero então, mostrar com tudo isso, aquilo que eu falei no começo deste estudo: as
dificuldades que a profecia de Isaías 7:14 enfrenta quando é relacionada com qualquer
outra pessoa que não seja Jesus; quero mostrar o ‘outro lado da moeda’. Para que um
destes candidatos, Maher-Shalal-Hash-Baz e Ezequias, se encaixem no perfil do
Emanuel, ou eles nasceriam miraculosamente de uma mulher que não conheceu homem,
teriam um nascimento virginal, ou então, seriam o resultado de um ato sexual antes do
casamento, ou quem sabe, de uma violência sexual.
Tenho plena certeza de que, antes da Primeira Vinda de Cristo, muitos estudiosos
judeus estiveram conscientes destes problemas – tudo, porque a palavra escolhida por
Isaías foi Almah – e por isso entendiam a profecia como messiânica, tendo seu
cumprimento final no Messias, em um nascimento sobrenatural, que harmonizaria suas
duas naturezas e faria dele Deus-Conosco, o verdadeiro Emanuel.
• Com base em tudo isto que mostrei a vocês, podemos concluir que almah, mesmo
quando em referência a uma jovem solteira, indica uma moça solteira, de acordo com as
leis de Deuteronômio 22:13ss.
Sinceramente, seria muito difícil relacionar o cumprimento desta profecia com alguma
criança da época. Estudiosos e exegetas judeus, embora tentassem relacionar o
cumprimento da profecia com alguma criança da época, sabiam que não era certeza
afirmar que a profecia havia sido cumprida. Penso que nunca tiveram esta certeza,
mesmo os que não aceitavam a interpretação messiânica, e mais abaixo veremos o
porquê.
Por que o rei Ezequias não foi o Emanuel profetizado
em Isaías 7:14
Devido a esta dificuldade, durante a história da Igreja e do judaísmo, apenas estas duas
crianças além do Messias, foram sugeridas: Maher-Shalal-Hash-Baz, o suposto filho de
Isaías com a profetisa (Isaías 8.3), e Ezequias, filho do rei Acaz com Abia. O favorito e
mais sugerido foi Ezequias, o filho do rei, que por sinal, foi um dos melhores da história
de Judá. Porém, o que muita gente não sabe, é que segundo as próprias escrituras, na
época da profecia de Isaías 7:14, Ezequias já era nascido, portanto, o melhor candidato
após o Messias, é uma hipótese descartada.
O primeiro grande estudioso cristão a fazer esta observação foi Jerônimo, um erudito
considerado um dos Pais da Igreja, que também foi o tradutor da Vulgata. Jerônimo
insistiu em mostrar isso para todos, e mostrou de uma forma clara com as próprias
escrituras, que Ezequias não poderia ser o Emanuel, pois já era nascido na ocasião da
profecia, enquanto o Emanuel ainda nasceria da almah.
Isto é algo muito simples de ser observado. Tanto os céticos quanto os judeus que dizem
que a profecia do Emanuel, de Isaías 7:14 se refere ao rei Ezequias, cometem um grave
erro contra as próprias escrituras – porque as escrituras nos mostram que O MENINO E
FUTURO REI EZEQUIAS,JÁ HAVIA NASCIDO QUANDO ISAÍAS PROFETIZOU
O NASCIMENTO DO EMANUEL para “A CASA DE DAVÍ”.Para que o menino
Emanuel fosse Ezequias, filho de acaz, Ezequias não poderia ter nascido antes do início
do reinado de Acaz; quando Isaías proferiu a profecia, ACAZ JÁ ESTAVA
REINANDO (Isaías 7:1).
De acordo com as passagens de 2º Crônicas 18:1, e 19:1; ou 2º Reis 16:2 e 18:2,
sabemos que Acaz reinou 16 ANOS, e Ezequias começou a reinar COM 25 ANOS:
logo, EZEQUIAS JÁ TINHA NOVE ANOS DE IDADE QUANDO SEU PAI ACAZ
COMEÇOU A REINAR. Ezequias teria nascido provavelmente, no oitavo ano do
reinado de seu avô Jotão. Então, NÃO EXISTE A MENOR POSSIBILIDADE DE
EZEQUIAS SER O EMANUEL PROFETIZADO POR ISAÍAS, pois Acaz já era rei,
quando Isaías profetizara, e Ezequias teria MAIS DE nove anos nesta ocasião.
(*) Com relação à idade de Acaz quando Ezequias nasceu, e quando subiu ao trono, as
passagens acima nos dizem que Acaz começou a reinar com “vinte anos” e atuou como
monarca exclusivo por “dezesseis”. Assim, Acaz teria 36 anos ao morrer, e teria apenas
onze anos quando seu filho Ezequias nasceu (2º Reis 18:2 / 2º Crônicas 29:1 – porque
Ezequias tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar).
(*)Porém, Algumas fontes MAIS ANTIGAS, falam que Acaz tinha “vinte e cinco
anos”, em lugar de “vinte”, quanto à idade em que subiu ao trono. Então, neste caso,
Acaz teria 41 anos ao morrer, e teria 16 anos quando Ezequias nasceu.
Mesmo se Jerônimo não houvesse salientado que Ezequias já era nascido quando Isaías
profetizou o nascimento do Emanuel, bastaria um exame da bíblia ou da Tanach judaica
para se saber disso.
Além de tudo, Ezequias teria de ser fruto de uma relação sexual antes do casamento,
entre seu pai Acaz e sua mãe Abia para que fosse o Emanuel – a não ser que ele tivesse
um nascimento virginal.
As escrituras falam por si mesmas: é completamente impossível que Ezequias, o
candidato principal, e o mais aceito no judaísmo desde o século II d.C., tenha sido o
cumprimento de Isaías 7:14. Ezequias não foi o Emanuel.
Por que é muito improvável que o filho da profetisa foi
o Emanuel, profetizado em Isaías 7:14
Existem vários motivos que tornam praticamente impossível que o menino MaherShalal-Hash-Baz tenha sido o Emanuel. Eu não usaria a palavra impossível, mas todos
devem estar cientes de todas estas impossibilidades, antes de fazerem esta afirmação.
1) Isto não tem muito a ver com a profecia, e nem explica se Maher-Shalal-Hash-Baz
pôde ou não ser o Messias. Porém, o fato de muitos declararem que este menino foi um
filho de Isaías, reforça a idéia de que ele foi o Emanuel, por ter sido filho do profeta.
Mas o único que as escrituras chamam de filho de Isaías é Shear-Jasub (Sear-Jasub),
cujo nome significa “Um Remanescente Voltará”. Mas o filho da profetisa, MaherShalal-Hash-Baz (Maer-Salal-Has-Baz), cujo nome significa “Rápido-Despojo-PresaSegura”, pode até ter sido um segundo filho de Isaías, mas não é certeza.
Acredita-se que a profetisa fora uma segunda esposa de Isaías, porque em Isaías 8.3, o
original traduzido por profetisa, pode significar ‘mulher profeta’, ou ‘mulher do
profeta’. Então, ela pode ter sido uma profetisa, ou mulher do profeta; mas se fosse
mulher do profeta, quem garante que não teria sido mulher de um outro profeta, não
necessariamente de Isaías?
No verso: “Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho. Então me
disse o Senhor: Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-Baz” (Isaías 8.3)- alguns
entendem o trecho ‘fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho’. –
como se o profeta houvesse se deitado com a profetisa e ela engravidara dele:’deiteime com a profetisa, e ela engravidou e deu à luz um filho’. Mas seria muito
estranho, já que antes de ir ter com a profetisa o Senhor lhe mandou gravar numa placa
o nome do menino: ‘Maher-Shalal-Hash-Baz’, e tomar duas testemunhas para depois ir
ter com ela, sendo que a criança levaria nove meses para ser gerada; parece mais óbvio
que a ocasião foi a do nascimento da criança, e que as duas testemunhas presenciaram
este nascimento; parece-nos mais óbvio também que, Isaías foi simplesmente encontrarse com a profetisa, ao invés de ter relações com ela.
Pelo profeta ter colocado o nome na criança, também se pensa ser ele o pai, já que
comumente, os pais davam nomes aos filhos; mas isto também não significa que ele foi
o pai do menino; ele estava apenas cumprindo seu ofício de profeta, e obedecendo a
uma ordem de Deus, ao colocar nome no menino. Não se sabe porém, se o nome fora
apenas simbólico, ou se o menino de fato foi chamado por este nome.
Sabemos que Isaías já tinha um filho, significando que ele já deveria ser casado. Se a
profetisa fosse a mesma mulher, mãe de Sear-Jasub, o primeiro filho de Isaías, isto
tornaria impossível que ela fosse a Almah (Jovem Solteira em idade de casar-se)
profetizada. E isto também tornaria IMPOSSÍVEL que Maher-Shalal-Hash-Baz fosse o
Emanuel.
A única possibilidade de esta ser esposa de Isaías e também, ser a mãe do Emanuel
profetizada nas escrituras, seria se ela houvesse sido uma segunda esposa de Isaías: mas
isto, se a mãe de Sear-Jasub houvesse falecido, e se Isaías tiver se casado de novo.
Mas isto também não soluciona todos os problemas: Como o filho da profetisa, MaherShalal-Hash-Baz, não teve um nascimento sobrenatural, sem um pai humano, para que
fosse o Emanuel, ele teria que ser filho de uma jovem solteira, que ainda não se casara
(uma Almah); Maher-Shalal-Hash-Baz teria de ser o fruto duma relação sexual antes do
casamento, sendo ou não, filho de Isaías. Caso tenha sido filho de Isaías, penso que um
homem de Deus como Isaías não faria isso com uma ‘almah’ (jovem solteira), violando
as leis de Deus. Muito menos Deus daria uma ordem desta ao seu profeta, o que lhe
faria perder a reputação de profeta.
2) O sinal dado para o Emanuel é diferente do sinal dado para Maher-Shalal-Hash-Baz.
A profecia dada para Maher-Shalal-Hash-Baz é outra distinta da profecia dada para o
Emanuel, até os sinais são diferentes.
Na primeira, Isaías e seu filho Sear-Jasub foram ter com o Rei Acaz, na ocasião da
profecia sobre o Emanuel (Isaías 7.3). E na segunda, Isaías foi ter com a profetisa,
provavelmente acompanhado pelos sacerdotes Urias e Zacarias, pra que eles servissem
de testemunha, ouvissem e confirmassem a profecia sobre o filho desta (Isaías 8:1-3).
Logo nota-se que foram dois episódios, duas ocorrências em tempos e lugares
diferentes, pois nesta segunda, o rei Acaz não estava presente.
O verso primeiro do capítulo 8 marca o início da nova profecia, distinta da profecia
dada no capítulo anterior, quando Isaías diz: 1.’Disse-me também o Senhor’, ou
‘Disse-me MAIS o Senhor’…Observem também que o sinal dado na profecia sobre o
Emanuel, é que antes que o menino Emanuel tivesse inteligência para desprezar o mal
e escolher o bem, os dois reinos que aterrorizavam Acaz, Israel e Síria, seriam
desamparados. *A única condição imposta, é que o Emanuel não saberia rejeitar o
mal e escolher o bemANTES da destruição daqueles dois reinos. Assim, a profecia
poderia se cumprir no Messias, mesmo que ele viesse depois da destruição daqueles
dois reinos. Por isso sempre houve a interpretação messiânica desta profecia Antes do
Cristianismo.
Já o sinal dado na profecia sobre o filho da profetisa, Maher-Shalal-Hash-Baz, é que
ANTES que o menino Maher-Shalal-Hash-Baz, que acabara de nascer,soubesse falar
pai e mãe, as riquezas da capital daqueles reinos seriam tomadas pelo rei da Assíria.
Pai e mãe,geralmente são as primeiras palavras que uma criança fala. Então:
3) Se considerarmos que Maher-Shalal-Hash-Baz foi o Emanuel, teríamos que
harmonizar estes dois sinais acima. Em outras palavras, Maher-Shalal-Hash-Baz teria
que cumprir as duas profecias, a de 7:16 e a de 8:4, se fosse o mesmo menino chamado
Emanuel.
Quanto ao sinal dado sobre Maher-Shalal-Hash-Baz, a destruição da Síria ocorreu
aproximadamente em 732 a.C., e está registrada em 2º Reis 16:9; então, Maher-ShalalHash-Baz nasceu próximo a esta data, (cerca de um ano antes). E há um registro de que
o Rei da Assíria atacou o reino de Israel durante o reinado de Peca, filho de Remalias,
Rei de Israel e inimigo de Acaz, onde o rei da Assíria também tomou várias cidades e
levou seus habitantes cativos para a Assíria (conferir 2º Reis 15:29); provavelmente,
isto tenha se dado na mesma ocasião em que levou os siros cativos, sendo o
cumprimento da profecia de Isaías 8.4, o sinal do “Rápido-Livramento” que seria dado a
Acaz daqueles dois reinos inimigos, Síria e Israel.
Devemos considerar que Maher-Shalal-Hash-Baz nasceu um pouco antes, do ano 732
a.C., quando os siros foram levados cativos. No sinal dado na profecia sobre o Emanuel,
o Emanuel não saberia rejeitar o mal e escolher o bem antes da destruição daqueles dois
reinos. Se Maher-Shalal-Hash-Baz fora o mesmo menino chamado anteriormente de
Emanuel, ele não saberia rejeitar o mal e escolher o bemantes que os reinos de
Israel e Síria fossem desamparados; a destruição da Síria ocorreu aproximadamente em
732 a.C., como foi dito; enquanto o cativeiro de Israel (ou Samaria) ocorreu
aproximadamente entre 722-721 a.C.
Isto significa que Maher-Shalal-Hash-Baz teria entre 10 a 13 anos quando aqueles dois
reinos foram desamparados. Uma criança com esta idade, dificilmente NÃO saberia
rejeitar o mal e escolher o bem; isto é, saber por si mesma diferenciar o que é
certo do errado.
Embora isto pareça muito improvável, não é impossível. Mas parece muito pouco
possível, e devemos estar cientes disso.
4) Também, pelo fato de o nome hebraico Im’manuel (o termo hebraico para Emanuel)
ser mencionado duas vezes no capítulo 8, (nos versos 8 e 10), também se relaciona a
profecia de 7.14 com Maher-Shalal-Hash-Baz: porém, nestes versos (8,10) Im’manuel
não é usada para se referir ao filho da profetisa. Além disso, esta interpretação requer
que o menino tenha nomes contraditórios: Deus Conosco (Hebr. Im’manuel) e RápidoDespojo-Presa-Segura (Hebr. Maher-Shalal-Hash-Baz).
5) Como disse no início, nota-se que o filho da profetisa, Maher-Shalal-Hash-Baz, não
teve influência “nenhuma”, nem renome, e talvez nem tenha sido profeta, pois ninguém
sabe “nada” sobre sua vida, a não ser do seu nascimento, narrado por Isaías. Portanto,
ele não pode ser o Emanuel, a não ser que a profecia aguardasse um cumprimento final,
um sinal mais notório, que Deus daria para toda a casa de Davi. Neste caso, a profecia
teria um cumprimento parcial em Maher-Shalal-Hash-Baz, mas o cumprimento
definitivo seria no Messias. É preciso lembrar que, neste caso, ele seria o fruto de uma
relação sexual antes do casamento, e estamos considerando Almah apenas como uma
“Jovem Solteira em idade de casar-se”, e não como uma virgem; pois se considerarmos
Almah como uma “Jovem VIRGEM e Solteira”, como deveríamos, Maher-Shalal-HashBaz seria uma hipótese descartada. Enquanto isso, o Messias se encaixa
PERFEITAMENTE.
Por que o significado de Im’manuel não se cumpriu no
ímpio reinado de Acaz
Este é outro problema que torna mais improvável que Maher-Shalal-Hash-Baz seja
relacionado com o Emanuel. Se o Emanuel não seria o próprio Messias, ele seria uma
criança que tenha nascido na época de Acaz. Isto também seria preciso para que MaherShalal-Hash-Baz pudesse ser o Emanuel.
O hebraico “Im’manuel” pode ser traduzido por “Deus Conosco” ou “Deus está (é)
Conosco”; esta segunda tradução é feita em Isaías 8:10. Mas mesmo a tradução ‘Deus
está Conosco’ pode indicar a Vinda do Messias, que Deus estaria pessoalmente com o
seu povo, pois afinal, o Messias seria filho de Deus, Deus sob a forma de homem. Isto
está de acordo com Isaías 9:6.
Os modernistas, que não aceitam a profecia como messiânica, entendem que o nome
Im’manuel, em Isaías 7:14 estaria indicando apenas que Deus estava com seu povo.
Mas se esquecem que Acaz foi um dos piores reis da história de Judá. Deve se notar que
Acaz não foi um rei que agradou a Deus, muito pelo contrário: Acaz foi um rei ímpio, e
um dos piores de Judá. Isto seria mais provável, se a profecia fosse dada no reinado de
Ezequias, nós até poderíamos entender que Deus estava com seu povo, mas não no
reinado de Acaz; Deus esteve com seu povo durante o reinado de Ezequias, pois este foi
fiel a ele (2º Reis 18:7; 2º Crônicas 32:8); porém no caso de Acaz, tanto na ocasião da
profecia do Emanuel, como na profecia sobre Maher-Shalal-Hash-Baz, ocasiões em que
deu uma palavra de esperança, o Senhor não deixou de mostrar sua ira, anunciando o
cativeiro (Isaías 7:17-25; 8:5-8). Acaz foi tão ímpio, que queimou seus filhos a outros
deuses, as próprias escrituras nos declaram que FOI O PRÓPRIO DEUS QUE
ENTREGOU ACAZ NAS MÃOS DE PECA E REZIM, pois “em seus dias, Judá
havia abandonado ao Senhor”(2º Crônicas 28:5,6); as escrituras chegam a dizer que
“o Senhor humilhou a Judá por causa de Acaz, porque permitiu que Judá caísse
em dissolução”(2º Crônicas 28:19).
Mesmo nessa época em que passou por tantas dificuldades, Acaz se tornou mais infiel
ao Senhor – inclusive, tentou eliminar o culto a Deus, fechou as portas do templo e
construiu altares pagãos em todas as cidades de Judá, provocando grandemente a ira do
Senhor (Cf 2º Crônicas 28:22-25; 29:7-10). O povo de Judá só tornou a voltar-se para o
Senhor no bom reinado de Ezequias.
• O mais óbvio seria compreendermos que Im’manuel[ o próprio Deus sob a forma de
homem, e sua presença estando com seu povo] se daria com o Messias, tal como os
judeus antigos faziam, e não no reinado de Acaz; no reinado de Acaz, ninguém pôde
reconhecer que Deus estava com seu povo, as escrituras nos mostram isso.
Já durante o reinado do Messias, – cujo início aguarda sua Segunda Vinda conforme as
escrituras, que nos mostram duas vindas distintas do Messias – nos diz o segundo
profeta que mais profetizou sobre o Messias, Zacarias, que até os gentios e estrangeiros
irão reconhecer que “Deus está com seu povo”naqueles dias:
“… e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: vamos depressa suplicar
o favor do Senhor, e buscar o Senhor dos Exércitos; eu também irei. Virão
muitos povos, e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos Exércitos:
naquele dia sucederá que pegarão dez homens DE TODAS AS LÍNGUAS das nações,
pegarão sim, na orla do vestido de um judeu, e lhe dirão: Iremos convosco,
porque temos ouvido que DEUS ESTÁ CONVOSCO” (Zacarias 8:21-23).
Naquele tempo sim, quando o Messias, o Emanuel, for rei sobre toda Terra, até os
estrangeiros, homens de todas as línguas verão e reconhecerão que Deus está com seu
povo, pois o próprio filho de Deus estará entre eles.
A expressão “DEUS ESTÁ CONVOSCO”,em Zacarias 8:23, é semelhante à Im’manuel
(Deus está Conosco).
Independente da profecia de Isaías 7:14, Jesus teve
um nascimento virginal
Como se sabe, todos estes rumores que fazem da profecia de Isaías 7:14 uma das mais
questionadas pelos críticos, tem como objetivo principal, negar o nascimento virginal de
Jesus. Mas a doutrina cristã do nascimento virginal de Jesus não é dependente da
profecia de Isaías 7:14, sinceramente, os que procuram desqualificá-la,na verdade,
acabam atacando a base errada. Os ataques à profecia do Emanuel NÃO AFETAM E
NÃO MUDAM EM “NADA” O NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS. O
nascimento virginal de Jesus não está apoiado na profecia de Isaías! Mesmo se a
profecia de Isaías não existisse, nunca houvesse sido proferida, Jesus teria nascido da
Virgem da mesma forma, isto não mudaria nada! COM ou SEM a profecia, Jesus seria
gerado pelo Espírito Santo para ser o Filho de Deus – pois era necessário que “o
Messias” não tivesse um pai humano; o Messias teria que ter um nascimento fora do
comum, por causa de suas naturezas divina e humana.
A doutrina do nascimento virginal de Jesus está baseada nos Evangelhos; a profecia de
Isaías apenas “previa” isto. Mesmo que neguem a profecia, isso não mudaria o
nascimento miraculoso e sobrenatural de Jesus Cristo.
Por que Jesus, o Messias, se encaixa perfeitamente no
perfil do Emanuel (Im’manuel)
Ao contrário de Ezequias (que nasceu antes da profecia) e Maher-Shalal-Hash-Baz,
Jesus se encaixa perfeitamente no perfil do Emanuel. Veja alguns pontos abaixo:
1)O TÍTULO DE EMANUEL SERIA APENAS UM DOS “ATRIBUTOS” DO
MESSIAS, descrevendo sua natureza divina, além da humana: se considerarmos
Emanuel como uma indicação ao nome do menino, então no capítulo nove, teríamos
que considerar que o Messias teria os nomes de ‘Deus Forte, ‘Pai da Eternidade,
‘Príncipe da Paz’. No entanto, sabemos que estes são atributos do Messias, da mesma
forma que Emanuel, que é um nome com significado profético; ainda que tentem dizer
que Im’manuel significa apenas que Deus estava com seu povo, o que já foi comentado
acima, nota-se também que os nomes dados por meio de profecia, sempre tinham um
significado profético.Para ver exemplos assim, basta vermos os dois primeiros capítulos
de Oséias.
2) Acaz não pediu o sinal (v.12), e o profeta predisse a profecia do Emanuel para toda a
nação de Judá, para a ‘Casa de Davi’. (Claro que também a predisse para Acaz; mas a
profecia não foi particular). Observe o uso dos plurais,que nos mostram que a profecia
não foi dada apenas ao Rei:
13 Ouvi agora ó casa de Davi: Acaso não VOS basta fatigardes os homens, mas
ainda fatigais também ao meu Deus?
14 Portanto o senhor mesmo VOS dará um sinal: eis que a virgem conceberá, e
dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.
15 Ele comerá manteiga e mel, quando souber rejeitar o mal e escolher o bem.
16 Na verdade, antes que este menino saiba desprezar o mal e escolher o bem
será desamparada a terra ante cujos dois reis tu tremes de medo.
(*)No final do versículo 14, alguns manuscritos do Mar Morto dizem: “e ele o
chamará”,(isto é, o próprio Deus chamaria o menino Emanuel de Deus Conosco);
E outros dizem:”e eles o chamarão”, (isto é, o próprio povo de Deus chamaria o
menino Emanuel de Deus Conosco).
Notemos o uso do pronome VOS, no plural, indicando que o sinal seria dado não apenas
para Acaz, mas para a casa de Davi (a NVI traz ‘descendentes de Davi’); se o sinal
fosse dado apenas para Acaz, o profeta teria usado o pronome LHE, no singular.
Observemos também o uso do verbo fatigar no plural:fatigardes, fatigais… No final,
o profeta volta a se dirigir a Acaz, e continua até o fim do capítulo.
4)Este é um ponto que muitos fazem confusão. Como se pode ver acima, a profecia
NÃO DIZ que o menino teria de nascer ANTES de aqueles reinos SEREM
DESAMPARADOS; PELO CONTRARIO – ela diz que ele poderia nascer depois que
aqueles dois reinos fossem desamparados!
A profecia diz que estes reinos (Israel e Síria – vs1-4) seriam desamparados antes que
este menino, o Emanuel, “soubesse desprezar o mal e escolher o bem” (ISAIAS 7:16).
Ou seja: A ÚNICA CONDIÇÃO IMPOSTA é que o Emanuel não saberiarejeitar o
mal e escolher o bemANTES da destruição daqueles dois reinos. Assim, a profecia
poderia se cumprir no Messias, mesmo que ele viesse depois da destruição daqueles
dois reinos.
5)A profecia diz que o nome do menino seria Emanuel – que significa Deus Conosco.
Algo que impossibilita que qualquer criança da época fosse o Emanuel, é que o menino
seria divino, “Deus Conosco”; e a passagem seguinte, do capítulo 9:6 deixa evidente
isto! Nenhuma criança da época teve este atributo, o que é óbvio. Ainda que
consideremos Im’manuel como uma referência à presença de Deus com seu povo (‘Deus
está Conosco’), não se pode excluir o outro significado da palavra; deve se considerar
ambos os significados da expressão Emanuel, e Im’manuel como Deus-Conosco,
somente Jesus pôde cumprir. Por outro lado, pôde-se notar que, o sentido de Emanuel,
comoDeus está conosco,não pôde se cumprir no ímpio reinado de Acaz. Assim, de
ambas as formas, SOMENTE JESUS PODE CUMPRIR ESTA PROFECIA. Portanto,
somente Jesus pode ser o Emanuel – a não ser que consideremos um cumprimento
falho, difícil e improvável antes de Cristo.
Ele seria gerado por uma virgem; e virgem e uma mulher que nunca foi tocada por
homem algum.
E para que o menino FOSSE DIVINO TENDO PAIS HUMANOS, SÓ EXISTE UMA
FORMA DE ISSO ACONTECER: ELE, O MENINO EMANUEL, teria um
“NASCIMENTO SOBRENATURAL”.
E Jesus teve esse nascimento sobrenatural; ele teve em sí, a natureza humana e divina,
foi concebido por uma virgem que nunca fora tocada por homem algum, e foi gerado
pelo Espírito Santo – além de ter todos os atributos do Messias.
Quando Deus se revelou a Israel no Monte Sinai, ele já estava apontando para sua
revelação por meio do Messias,o Deus Conosco,Deus Forte e Pai da Eternidade.
Na forma de anjo, transfigurado em características humanas, O Senhor apareceu a
Abraão nos Carvalhaes de Manre (Gênesis 18), na companhia de dois anjos. Estas
aparições também prefiguravam a Vinda do Messias.
Ao mesmo tempo em que as profecias dizem que O MESSIAS REINARÁ ENTRE O
SEU POVO, elas também dizem que O PRÓPRIO DEUS REINARÁ ENTRE O SEU
POVO.
Portanto, não há razões para se duvidar de que a profecia se cumpriu no Messias, em
sua Primeira Vinda; em várias passagens das escrituras podemos ver referências à Duas
Vindas distintas do Messias;e esta profecia,que por muitos já fora considerada como
“messiânica”,é uma prova de que Jesus é o Messias.E ele foi o único homem a nascer de
uma virgem,e isto,independente desta, ou de qualquer profecia ou relato. Portanto, se
Jesus não for o Emanuel, então não existe ninguém que possa ser o Emanuel, e o sinal
de Deus falhou; e se Jesus não for o Messias,então não existe o Messias, e Deus
desamparou o seu povo; e isto, ele NUNCA faria…
‡ Fontes:
Matéria não extraída de nenhum livro. Referências:
• DESCOBRINDO O ORIGINAL;
http://www.descobrindo.com.br/matcap1.htm
• “O Judaísmo, e as origens do Cristianismo”, de David Flussen, volumes I e II;
• Edições Ferramenta, 100 respostas para o judaísmo, Édino Melo, Editora
Transcultural;
• Dicionário Teológico do Antigo Testamento.