Para muitos, o ensaio de uma equipe de louvor é uma experiência maravilhosa – alegre, encorajadora, desafiadora, voltada para a comunhão e agradável a Deus. Para outros, entretanto, a noite de ensaio pode representar um momento repleto de sentimentos de medo, imperfeição e até mesmo solidão – está claro que não é nada disso o que Deus pretende. O dilema da equipe de louvor Numa perspectiva musical, uma equipe de louvor representa um interessante dilema. Talvez seja o único contexto em que um grupo tão diverso de músicos se reúne e espera produzir um som apropriado ao consumo das multidões. Uma equipe de louvor pode, e geralmente é assim, representar uma larga mistura de forças e habilidades musicais – desde o profissional experiente até àqueles que acabaram de aprender alguns poucos acordes.
Se considerarmos a idéia de que os músicos naturalmente tendem a gravitar ao redor daqueles que compartilham níveis de habilidades semelhantes, esta integração pode, fora desta perspectiva, produzir alguns efeitos devastadores na experiência de participar de uma equipe de louvor. O fato é que muitos pastores, muito freqüentemente, relacionam intimamente o crescimento da igreja com o som da equipe de louvor. Daí você tem o ambiente propício para a divisão e a desordem. Esta é a má notícia. A boa notícia é que nós podemos crer no modo maravilhoso que Deus tem nos chamado, e providenciado os meios pelos quais nós podemos interagir tanto no mundo espiritual como no musical. Se isso soa bastante como algo que vem do Reino de Deus. então realmente é!
A técnica nunca isenta o músico de ter uma vida que busca ardentemente a justiça e o caráter de Jesus. A personalidade artística é responsável! Além de tudo, o ensaio deve ser um ambiente de verdade – um lugar de repouso, de baixar a guarda e desenvolver a música juntos. Para encerrar, existem algumas poucas sugestões que eu gostaria de passar a respeito das normas de comportamento no ensaio.
Boas maneiras no ensaio
Um dos erros mais comuns acontece quando permitimos que alguns músicos fiquem tocando sem propósito antes do ensaio começar. Embora muitos vejam isso como algo alegre, e até inocente, isso pode trazer implicações infelizes. Imagine só por um momento que o músico se sente travado, ou acanhado. Só o fato de passar pela porta pode ser suficiente para fazer com que ele pense em desistir. Ao percebermos sentimento de incapacidade, o nosso trabalho é encorajar e envolver os membro da equipe com verdade e amor. Os líderes de louvor podem agendar um momento para uma “jam” interativa – talvez depois que o ensaio acabar, quando todos estiverem se sentindo mais seguros.
Deveríamos gastar algum tempo para que os músicos e cantores pudessem interagir sem os seus instrumentos. Embora os retiros semestrais e encontros periódicos possam ser eficazes, um momento semanal de comunhão proporciona um bom caminho para a construção de relacionamentos baseados na confiança e aceitação.
Outro ponto negligenciado é a maneira de permitir que alguém possa contribuir e perceber qual será a sua função na música. Uma idéia simples é dividir o grupo em instrumentistas e vocalistas. Ensaie a banda por um período controlado de tempo e encoraje os vocalistas a ouvirem, a cantarem com o microfone desligado e a basicamente se sentirem confortáveis com a sensação da música. Depois, dê uma pequena folga aos instrumentistas enquanto os vocalistas passam sua parte. Chame os músicos e passe a música com todos juntos. “O mesmo exercício pode ser aplicado aos instrumentistas que não tocam o tempo é importante e nós temos um tempo de ensaio específico para vocês”. Segundo, ela força a banda a priorizar e gerenciar bem o já limitado tempo do ensaio.
Uma das maneiras maravilhosas de quebrar as barreiras dentro do contexto de uma equipe de louvor é fazer perguntas aos outros. Ao invés de mostrar o que você sabe, tente descobrir o que os outros sabem. Não existe um gesto maior de aceitação musical do que um baterista se aproximar de um tímido flautista e perguntar sobre o seu instrumento, procurando saber como ele funciona. Ao levar em consideração a habilidade e a experiência de alguém, uma coisa é certa – temos nos doado a um instrumento, e ninguém melhor do que nós para falarmos sobre ele. Seja você a pessoa que faz essas perguntas primeiro.
Um último pensamento nos faz lembrar da questão da afinação. Eu creio firmemente no afinador eletrônico e, particularmente, sugiro que um afinador seja parte integral do orçamento do equipamento de som de uma igreja. Por que estou trazendo este assunto à tona? Embora seja verdade que muitos possam afinar perfeitamente “de ouvido”, criar a cultura de usar o afinador leva tempo. Primeiramente, outros não se sentirão intimidados em usar os seus próprios afinadores. Em segundo lugar, existe um clima de união quando todos se reúnem ao redor do afinador. Isto pode soar estranho, mas a questão é que nem todos percebem quando há alguém destoando na equipe de louvor. Em terceiro lugar, até mesmo a pessoa que tem um senso mais perfeito de afinação pode estar em um dia ruim. Finalmente, a música só pode soar melhor quando todos estão musicalmente e espiritualmente afinados. Você vai se surpreender ao ver o quanto o seu ensaio vai melhorar se você gastar alguns poucos minutos com essa importante tarefa.
Batalhando pelo trabalho em equipe
Enquanto a nossa musicalidade simplesmente nos dá um contexto de adoração, é a nossa mentalidade espiritual que nos capacita a adorar e a liderar outras pessoas. Saber que esses princípios de ensaios podem ser aplicados hoje, pode facilitar o “tocar bem juntos” – o objetivo principal da maioria das equipes de louvor.
Bruce Ellis é o pastor de adoração da Cambridge Vineyard em Ontario, Canadá. Ele também é compositor, produtor e músico professional e vive em Cambridge, com sua esposa Laura e seus quatros filhos: Sam, Abby, Noah e Sally.
Fonte: www.vineyarmusic.com.br