Citações de um sermão de C. H. Spurgeon, traduzidas e adaptadas por Silvio Dutra.
“Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro” (Salmo 91.4)
Que palavras condescendentes! Não posso expressar o senso que eu tenho da grande bondade do Senhor para conosco, usando como um símile para expor Seu cuidado protetor do Seu povo. Houve qualquer poeta que sugeriu a metáfora, que poderíamos ter considerado como imprópria, ou rejeitado como profana? É realmente tão familiar e tão aconchegante que a menos que o próprio Deus houvesse falado isto pela boca de Seu Espírito Santo, poderíamos ter considerado impertinente para qualquer ser humano ter usado tal comparação. O Senhor aqui Se compara a uma galinha que cobre a sua ninhada e Ele fala não só das asas, que dão abrigo, mas Ele entra em detalhes e fala das penas que dão calor, conforto e repouso. “Ele te cobrirá com as suas penas e debaixo das suas asas estarás seguro.”
Usando, portanto, o instinto maternal como um emblema de sua própria ternura paternal, Deus compara a Si mesmo com a ave mãe que protege e cuida dos seus pequeninos. Ela emite um som de advertência que denota perigo, e assim chama seus pequeninos por seu grito peculiar. Eles vêm para ela e depois, inclinando-se se espalham sob suas asas, e se encontram seguros. E estando seguramente aninhados, o calor de suas penas lhes faz se sentirem felizes e à vontade.
Você pode ouvi-los cacarejar um ao outro e brincando empurram uns aos outros, dos seus lugares, mas, evidentemente, alegres, contentes e tranquilos. Era algo mais do que a proteção de um soldado – era a proteção de uma mãe de seus filhotes. Havia amor nisto. Houve familiaridade, relacionamento, bondade, o trabalho do coração em tudo. Não era apenas o alívio que pode fornecer um pouco de conforto frio, mas as penas do peito descendo sobre os pequeninos e lá eles descansaram aconchegantemente, e confortavelmente, serenos e sem serem molestados.
Bem, agora, esta é justamente a ideia que o texto ensina. Assim, pelo menos, eu entendo. Assim, evidentemente, o Dr. Watts pensou, quando ele escreveu a conhecida paráfrase: “Assim como a galinha protege os seus pintinhos, de aves de rapina que buscam o seu sangue, sob as penas, assim o Senhor faz o seu próprio braço guardar o Seu povo.” Há ainda mais plenitude de significado do que o cuidado de um médico. Não é somente a proteção do perigo, mas uma sensação de conforto e felicidade que é comunicada, fazendo o filho de Deus sentir que ele está em casa, descansando à sombra do Onipotente. Ele sente que tem todos os confortos que ele pode precisar quando vir a se esconder debaixo de um senso abençoado da Presença Divina e sentir o calor que flui do coração de Deus, como Ele se revela na relação mais terna para com Seus servos fracos e necessitados.