Antes de responder a pergunta é necessário ter uma clara idéia da luta para saber contra quem e para que devemos lutar, para não corrermos o risco de nos envolvermos em lutas desnecessárias e ignóbil.
Têm pessoas que adoram guerrear, lutar por coisas vãs, banais desvestido de sentido e com o mínimo de razoabilidade. Para lutar é preciso preparo, energia e disponibilidade, portanto não desperdice vigor em lutas imaginárias e infundadas.
Li recentemente a vida de Otto Von Bismarck, um homem obcecado pelas guerras, que para muitos se tornou o grande herói da Confederação da Alemanha do Norte. Mas será que ele não contribuiu para o surgimento de um desvairado Adolfo Hitler? Ele afirmava: “A luta está em toda parte; sem lutas não há vida e, se quisermos continuar vivendo, devemos estar prontos para lutar mais”. Dá-nos a idéia de que, para ele, viver era lutar contra ao que considerava inimigo, e se não houvesse inimigo, então teria o desafio de produzi-los. Isso me leva a refletir sobre muitas pessoas que tem uma certa fixação por guerra, por inimigos; são mentes inquietas que não conseguem viver em paz.
São pessoas que tem pesadelos constantes, e algumas até se tornaram “cristãs” porque em algum meio, colocar o inimigo – satanás em alta evidência é o elixir da espiritualidade. Aí, fica como querem – tudo vira diabo, tribulação, espírito das trevas. Furou o pneu do carro é coisa de satanás, tem dor de cabeça, não deu pagar a dívida, acidentou-se no trabalho, houve um desentendimento – é o inimigo! Vira um doente e passa sofrer de uma espécie de síndrome-do-pânico–diabólico.
Apesar disso, não descartamos nossa luta legítima e real, mas ela precisa ser bem identificada, e não girarmos em torno dos inimigos, do mal, porque acabamos nos tornando também inimigos da verdade, por falta de discernimento e por dificuldade em aceitar que o melhor, maior e mais poderoso está conosco – Deus.
Lutar é se opor a tudo o que deseja descaracterizar os princípios que defendemos, que deve ser com base nas verdades cristãs. Isto inclui a nós mesmos, nossas tendências à obra da carne, aos vícios, a estagnação e a desobediência.
Ter uma meta clara, identificar bem o que é o inimigo, quais as armas, tanto de defesa quanto de ofensa, que devem ser usadas é um boa estratégia para quem deseja ser vitorioso. A ideia esboçada por Paulo de um atleta, pode ser uma estratégia mais adequada, do que um soldado no campo de batalha: “Vocês não sabem que de todos que correm no estádio, só um leva o prêmio? (…) Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. – Paulo então afirma: “Sendo assim, não corro como alguém corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. (Rm 9. 24 – 26).
Para saber se vale a pena lutar, precisamos responder a pergunta – para que? Como? De acordo com Paulo – vale a pena sim! Porque lutamos por uma coroa eterna. Para isso devemos ter um alvo bem definido, treinamento rigoroso, única forma de não parecer insano – esmurrando no ar. Quem não treina e perde na luta diária, tende a acusar o diabo pela derrota, ou a Deus porque não o ajudou. Antes, deveria ouvir um pouco mais o Evangelho e menos as religiões sem compromisso com a verdade.
F. Meirinho
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