A nova vida celestial
que Jesus nos dá
por meio da habitação
do Espírito Santo em nós,
não é um remendo novo
em nossa velha natureza.
Se o velho homem
pudesse ser remendado,
para o propósito
de ser aperfeiçoado
em santificação,
talvez Deus o fizesse.
Mas era necessário
que ele fosse crucificado,
mortificado, despojado,
para que em seu lugar
surgisse uma nova natureza:
celestial, espiritual e divina.
Isto está bem claro,
quando Jesus disse
que ninguém tira
um pedaço de uma roupa nova
para colocá-lo numa roupa velha,
porque o remendo da nova
não se ajustará à velha,
e a rasgará.
Há então esta impossibilidade
de se reformar o velho homem.
Por isso, deve ser lançado fora,
para que possamos ser vestidos
com o novo homem,
que é de fato uma nova natureza
completamente nova,
que não é da terra,
e que nos vem do céu.
É por meio desta nova natureza
que devemos viver,
enquanto vamos sendo
despojados da antiga
pela santificação do Espírito Santo.
Despojamento este que já foi iniciado
na regeneração ou novo nascimento.
E para reforçar esta verdade,
Nosso Senhor também afirmou
que ninguém põe vinho novo
em odres velhos, pois o vinho novo
romperá os odres; entornar-se-á o vinho,
e os odres se estragarão.
Pelo contrário, vinho novo deve ser posto
em odres novos e ambos se conservam.
E ninguém, tendo bebido o vinho velho,
prefere o novo; porque diz:
o velho é excelente.
Como a dizer que se a nova vida,
da nova natureza
que se recebe na conversão,
se possível,
fosse colocada no velho homem,
ela seria estragada,
porque a velha natureza
é incompatível
com a natureza divina,
porque é pecaminosa,
e a nova vida do céu
é inteiramente santa.
Então há necessidade
de se criar um novo homem,
pela regeneração do Espírito,
para que então,
possa ser aplicada nele
a nova vida do céu.
Se no plano das coisas naturais,
o vinho velho é realmente melhor
do que o vinho novo,
tal não sucede no entanto,
com as coisas sobrenaturais
porque são novas
e se renovam a cada dia.
Elas não envelhecem.
Daí dizer o apóstolo
que o nosso homem exterior
se corrompe,
mas o homem interior,
ou seja, o novo homem,
se renova a cada dia.
O homem natural não pode
entender e apreciar
as coisas sobrenaturais
espirituais e divinas.
Não pode compreender
esta nova vida celestial.
Então pode somente
continuar apreciando
o que é natural,
tal como se faz
em relação ao vinho natural.
Daí Nosso Senhor
ter ensinado
que ninguém,
ou seja,
nenhum homem natural
prefere o vinho novo
no lugar do velho,
porque o velho homem
se relaciona somente
ao que é natural,
e está, por natureza,
impossibilitado
de apreciar e entender
o que é espiritual,
porque coisas espirituais
se conferem espiritualmente
e somente podem ser discernidas
pela habitação e instrução
do Espírito Santo.
Esta é mais uma razão
por não se colocar nova vida do céu
no homem natural,
sem que este nasça primeiro
do Espírito Santo
porque não há qualquer proveito
em colocar no odre velho
o vinho novo.
Pr Silvio Dutra