Não podemos deixar de admirar as grandes maravilhas do nosso Deus. Seria muito difícil traçar uma linha entre a santa admiração e a adoração verdadeira; porque quando a alma está cheia da majestade da glória de Deus, embora ela não se expresse em canções, ou até mesmo não eleve a sua voz com a cabeça curvada em humilde oração, ainda assim ela adora em silêncio.
Nosso Deus encarnado deve ser adorado como “o Maravilhoso”. Que Deus considere sua criatura caída, o homem, em vez de lançá-lo para longe com a vassoura da destruição, se tornasse o Redentor do homem, para pagar o seu preço de resgate, é, de fato maravilhoso!
Mas, cada crente redimido mais fica maravilhado quando vê isto em relação a si mesmo. É de fato um milagre da graça, que Jesus deveria abandonar os tronos e realezas das alturas, para sofrer ignominiosamente aqui embaixo por você.
Deixe sua alma se maravilhar, porque se maravilhar nisto é uma forma prática de demonstrar afeição. Um maravilhar-se santo o levará a ser grato em sua adoração e grato de coração. Isto produzirá no seu interior uma piedosa vigilância; você temerá pecar contra um amor como este. Sentindo a presença do poderoso Deus com o dom do seu Filho amado, você tirará as sandálias de seus pés, porque o lugar em que está é terra santa. Você será movido ao mesmo tempo a uma gloriosa esperança. Se Jesus tem feito coisas maravilhosas em seu benefício, você sentirá que o próprio céu não é muito grande para a sua expectativa.
Quem pode ficar aturdido com alguma coisa, quando, uma vez, ficou maravilhado com a manjedoura e a cruz? O que há de maravilhoso depois de ter visto o Salvador?
Caro leitor, pode ser que no silêncio e na solidão de sua vida, você seja apenas capaz de imitar os pastores de Belém, que falaram o que tinham visto e ouvido, mas você pode, pelo menos, completar o círculo dos adoradores diante do trono, por se maravilhar com o que Deus tem feito.
Texto de Charles Haddon Spurgeon, em domínio público, traduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra