Que grande desafio para os nossos dias tratarmos sobre finanças num contexto cristão, em um ambiente onde há tantas correntes e práticas diversificadas, todas se apresentando em “nome de Deus”.
Não há duvidas de que a Bíblia se preocupa em tratar deste assunto de uma maneira muito abrangente, seja no Antigo Testamento quando fala da propriedade de terras, criações e outros, ou no Novo Testamento quando fala diretamente do dinheiro e das riquezas. Não vamos nos deter aqui tanto na definição de finanças segundo a Bíblia, mas principalmente na maneira como nos relacionamos com ela. Vamos olhar para o nosso coração.
Alguém já disse que “o dinheiro é um péssimo senhor, mas um ótimo servo”. Como pessoas ou como instituição, podemos ter muitos ou poucos recursos financeiros, o que faz a diferença é como nos portamos em relação a eles. Paulo exorta seu discípulo Timóteo (I Timóteo 6 3-10) que o dinheiro não é um mal, mas amá-lo torna-se a raiz de todo mal, colocando em risco nossa própria fé e ainda trazendo tormentos e dores.
Precisamos aprender a ter uma vida de contentamento, ou seja, estarmos contentes em qualquer situação (I Timóteo 6.8; Filipenses 4. 11-12). Isto só é possível quando olhamos para nossa vida financeira como fruto da graça, amor e soberania de Deus. O sábio Salomão (que soube mais que qualquer outra pessoa o que é riqueza) concluiu que “Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus” (Eclesiastes 5.19). É dom, é presente de Deus, seja qual for a medida.
Quando entendemos que o que temos vem das mãos de Deus e nos alegramos nisto, resta-nos ser bons mordomos de tudo que nos foi confiado. Muito se tem feito e muito ainda temos a fazer em prol do Reino de Deus naquilo que envolve o uso de finanças. Projetos, sonhos, alvos a serem alcançados e demandas a serem atendidas. Então, porque não começamos algo novo? Uma nova construção, um novo projeto, uma nova instituição. O nosso coração pulsa por isto.
Aqui vale o alerta de Jesus em meio a um contexto de entrega abnegada e serviço ao Reino de Deus. Devemos antes de construir uma torre (o nosso projeto) nos assentarmos para calcular a despesa e verificar os recursos (Lucas 14. 28-30). Parece um pouco frio em meio a uma causa tão nobre, mas efetuar a gestão dos recursos com mãos precavidas (Salmo 78.72), valendo-se dos melhores recursos disponíveis de administração, contabilidade e outros, é tão importante quanto ter a iniciativa de fazer algo. É desta maneira que poderemos não apenas lançar os alicerces, mas concluir toda boa obra a nós confiada com a devida prestação de contas a todos interessados.
“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.16). Nossas finanças também devem expressar “Soli Deo Gloria”.